As pessoas no Brasil se convencem
não pelas ideias e planos apresentados, mas sim, pelo que recebem em troca.
No Brasil, as pessoas como os
animais adestrados, para cada gesto ou ação, precisam receber da mão de quem os
adestra, um torrão de açúcar, uma isca de peixe, um pouco de ração ou qualquer
guloseima...
No Brasil, não existe posição,
opinião ou convicção que não possa ser comprada.
A matéria publicada na Folha de
São Paulo que republico a seguir, demonstra claramente a verdade de minhas
afirmações.
O presidente da CBF, José Maria
Marin, aproveitará a abertura da Copa das Confederações para agradar seus
eleitores.
Com o pleito em abril, convidou
os 27 presidentes de federações estaduais e os comandantes dos 20 clubes da
Série A para o chamado "voo da alegria".
O pacote inclui passagem aérea
para os cartolas e um acompanhante, hospedagem em hotel cinco estrelas e
ingressos VIP para a partida contra o Japão, no dia 15.
A programação contará com um
jantar dos cartolas com Marin e o vice-presidente da entidade, Marco Polo Del
Nero, após o jogo.
A viagem bancada pelos dirigentes
é uma demonstração de força para a eleição.
O colégio eleitoral é formado
apenas pelos presidentes dos clubes da primeira divisão e das federações
estaduais.
Marin não é candidato à
reeleição, mas apoia Del Nero, seu braço direito.
Andres Sanchez, seu provável
opositor, que tem o apoio velado de Lula, provavelmente não estará em Brasília.
A demonstração de força de Marin
deverá custar mais de R$ 100 mil à CBF.
Cartolas de federações e dos
clubes confirmaram o convite.
Eles vão começar a chegar à
capital federal na véspera da abertura da Copa das Confederações.
Ontem, a Folha revelou que Marin
repassou no seu primeiro ano de mandato R$ 27 milhões para as federações.
O valor é 62,79% superior ao
enviado por Ricardo Teixeira, antecessor de Marin, aos mesmos cartolas em 2011.
No mês passado, as federações
aprovaram por unanimidade as contas de seu primeiro ano de mandato.
O "voo da alegria"
também servirá para Marin exibir seu prestígio nos bastidores do mundo da bola
para a presidente Dilma Rousseff.
Desde que assumiu a presidência,
Marin tem dificuldades para se aproximar do governo federal.
Dilma evita encontrar o
dirigente, por causa de sua atuação política durante a ditadura militar.
Há cerca de três meses, Marin
ficou em situação delicada com o governo após uma série de gravações vazarem na
internet.
Nelas, o dirigente supostamente
aparece criticando o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, comentando negócios
escusos e mostrando como pode manipular a eleição na confederação.
Marin está participando de uma
reunião da Fifa em Maurício e não foi encontrado pela reportagem para comentar
a recepção de luxo aos cartolas em Brasília.
Da Folha de São Paulo
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