Erich Beting compara renovação de
contrato de Caixa com clubes com novo contrato de TV de Premier League.
De um lado, a celebração pela
renegociação do patrocínio estatal a meia dúzia de clubes, entre eles os dois
de maior torcida do país.
Do outro, um acordo fechado com
empresas privadas de mídia para a transmissão mais cara do futebol.
As duas principais notícias desta
quarta-feira na Máquina do Esporte podem servir como base para entender um
pouco o abismo gerencial que existe no futebol brasileiro em relação às nações
mais desenvolvidas fora das quatro linhas.
Perdemos de goleada dos ingleses
quando o assunto é a gestão de nosso principal produto esportivo.
A Inglaterra é o país que mais se assemelha ao Brasil quando o assunto é futebol e negócios.
Somos nações monotemáticas
esportivamente e com um tamanho relativamente próximo de economia.
Por que a Inglaterra consegue um
acordo com a televisão de R$ 20 bilhões e os clubes no Brasil penam para ter um
patrocinador de camisa, precisando recorrer a uma estatal?
A resposta está na gestão que
existe por lá e a indigestão que há aqui.
A Inglaterra entendeu, há 20
anos, que o futebol tem de ser um produto para ter algum valor.
O governo deu a estrutura para o
futebol trilhar esse caminho na iniciativa privada.
Por aqui, ainda confundimos o
papel do governo nessa história.
Dinheiro público não deve
financiar atividade profissional do esporte mais popular do país.
O governo não pode mais dar
mesada, precisa criar o ambiente para a mudança.
A Lei de Responsabilidade é uma
notícia mais alentadora que a renovação dos vínculos com a Caixa.
Fonte: Máquina do Esporte
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