Imagem: Ben Radford/Allsport/Getty Images
O interessante pacote de mudanças nas regras do futebol sugerido pela
International Board
Por: Leandro Stein
Os ‘velhinhos’ da International
Board se mostram cada vez mais abertos a mudanças no futebol.
Depois da introdução do auxílio
do vídeo em algumas competições internacionais e de novidades pontuais nas
recomendações às arbitragens, a entidade responsável pelas regras do futebol
almeja transformações mais profundas.
Ao menos é isso que aponta o
documento publicado neste sábado.
O chamado ‘Play Fair’ pretende
debater sugestões para, segundo suas próprias palavras, alcançar “aquilo que o
futebol quer”.
O projeto da International Board
defende três pontos principais: melhorar o comportamento dos jogadores e
aumentar o respeito; aumentar o tempo de jogo; aumentar a justiça e a
atratividade.
Para isso, vem com diversas
mudanças em potencial sobre as regras.
A principal delas é a alteração
na maneira como se marca o tempo de jogo.
Ao invés de 90 minutos corridos,
poderiam ser realizados 60 minutos de bola rolando, parando o relógio e
evitando assim o anti-jogo exacerbado.
Além disso, as propostas também
se debruçam sobre a maneira como pênaltis e faltas são cobrados, sobre o papel
do capitão e sobre a expansão do uso dos cartões a membros da comissão técnica,
entre outras ideias.
Abaixo, dividimos as principais
sugestões da IFAB no ‘Play Fair’ em três estágios: podem ser implementadas
imediatamente; estão prontas para teste; precisam ser discutidas pela entidade
e pela Fifa.
Logicamente, o pacote de
propostas não deve ser aprovado de uma vez só, e sim debatido de maneira
independente.
Confira:
Podem ser implementadas
imediatamente
– Aumentar a influência do
capitão, responsável pela comunicação com o árbitro e/ou único permitido a
conversar com o árbitro em uma decisão controversa e/ou elo para tentar
apaziguar situações e acalmar companheiros.
– Cálculo mais estrito dos
acréscimos, parando o relógio diante de situações específicas, como a cobrança
de um pênalti, a comemoração de um gol, o atendimento a um jogador lesionado, a
punição a um atleta, as substituições e a marcação da distância da barreira;
– Aplicar a limitação de seis
segundos de posse de bola com as mãos ao goleiro de maneira mais efetiva.
Estão prontas para teste
– Cobranças de pênalti seguindo o
modelo ABBA de alternância entre os batedores;
– Mostrar cartões amarelos e
vermelhos para técnicos ou outros membros da comissão técnica;
– Ser mais rigoroso com jogadores
e times que pressionam ou rodeiam os árbitros, podendo até mesmo multar ou
deduzir pontos;
– Permitir que defensores recebam
a bola dentro da área na cobrança de um tiro de meta;
– Orientar qualquer jogador
substituído a deixar o campo pela linha mais próxima, não necessariamente pela
linha central, o que causa perda de tempo.
Devem ser discutidas
– Relógio parando quando a bola
está fora de jogo, nos cinco minutos finais do primeiro tempo e nos dez últimos
do segundo; ou, em uma mudança mais radical, no jogo inteiro, com dois tempos
de 30 minutos;
– Permitir que faltas, escanteios
e tiros de meta sejam cobradas por um jogador para si mesmo, dando o segundo
toque na bola sem que isso configure uma infração – assim, quem sofre a falta
pode acelerar o jogo, reiniciando rapidamente o ataque, além de aumentar a
dinâmica nos lances de bola parada;
– Transformar as cobranças de
pênalti durante a partida em um lance particular, sem rebote; em caso de defesa
ou de bola na trave, o goleiro receberia o direito de cobrar um tiro de meta,
diminuindo assim imbróglios sobre a invasão da área antes do chute;
– Apitar o final do primeiro ou
do segundo tempo apenas quando a bola estiver fora de jogo;
– Estádios com relógios visíveis
aos espectadores estarão conectados com os relógios dos próprios árbitros;
– Permitir que o tiro de meta
seja batido com bola rolando;
– Realizar antes dos jogos um
aperto de mão entre o árbitro e os técnicos, em sinal de respeito;
– Cartão vermelho para um jogador
no banco diminuirá o total de reservas para o jogo seguinte ou até mesmo
reduzirá uma substituição;
– Deixar mais claras as
definições sobre toques com a mão, expulsando jogadores que usarem o recurso
deliberadamente para tentar marcar um gol;
– Punir recuos de bola com
pênalti, e não mais com tiro livre indireto;
– Conceder ao árbitro o poder de
confirmar um gol, caso uma bola seja afastada com a mão em cima da linha.
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