sábado, novembro 11, 2017

Como é bom torcer...

Como é bom torcer...

Gabriel Leme

Lembro do tempo que eu ficava ligado na televisão, acompanhando os jogos do meu time.

Suava, sofria, cantava o hino e as músicas de incentivo que vinham da arquibancada.

Como era bom torcer.

Mais que isso.

Como era bom ver meu amor transbordar pelo futebol.

Claro, nem sempre as coisas saem como o planejado e, em alguns momentos, me via completamente nervoso, gritando e profanando palavras de ódio que não feriam ninguém.

A inocência (ou não) de um torcedor.

Lembro de algumas datas que me marcaram.

Alguns títulos importantes e que até hoje me deixam com um sorriso de ouvido a ouvido.

Nos torcedores rivais isso não existe.

Não sei ao certo o motivo.

Faz parte do “torcer”, isso vale para o contra também.

Não tem nada de errado em torcer contra A ou B. 

A única coisa que está banida dos corações apaixonados e devidamente uniformizados, é a violência.

Mas o foco desse texto não é algo tão ruim.

O foco desse texto é relatar uma das formas mais puras de se torcer, principalmente quando ainda somos crianças.

Que atire a primeira pedra quem nunca se enrolou em um lençol e roeu as unhas enquanto o apito final não soava em campo, principalmente nos jogos matutinos.

Como é bom torcer.

Depois que crescemos, ficamos realmente chatos.

A vida de adulto não é fácil.

São problemas, sapos engolidos e (com sorte) uma cerveja.

Às vezes chegamos em casa tão aborrecidos e sonolentos, que esquecemos de ligar a TV, fazer a pipoca e simplesmente torcer.

E quando fazemos isso, é de mal a pior.

Um erro de passe, uma jogada mal construída e uma finalização errada, na cara do goleiro rival, bastam para nos enfurecer e nos fazer desligar o aparelho eletrônico.

Faz parte.

Torcer deveria ser como andar de bicicleta.

Talvez seja mesmo, mas ainda não aprendi a ir sem as rodinhas.

Às vezes me pego fazendo isso, involuntariamente.

Mas logo o mundo manda um alô e o jogo perde a importância.

Isso deveria ser um crime e com pena de morte.

Mesmo que nos esqueçamos, devemos nos lembrar de como é bom gritar com alegria e, principalmente, de como é bom torcer.

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