Imagem: Diário do Peixe/(Crédito Divulgação)
José
Colagrossi, do Ibope: "Futebol caminha para o precipício"
Diretor do
Ibope Repucom acredita que, no afã de ver aprovada MP, clubes desprezam força
da TV
Por Redação
O futebol
brasileiro está cego pela vontade de se tornar independente da TV, mas caminha
de olhos vendados para um precipício.
É essa a sensação
que tem o executivo com maior acesso a dados sobre o mercado do futebol no
Brasil e na Europa.
José
Colagrossi, diretor executivo do Ibope Repucom na América Latina e líder da
divisão de esportes do grupo Kantar na Europa, acredita que o mercado brasileiro
caminha para viver uma "tempestade perfeita".
"O
futebol brasileiro está indo na direção de um precipício, sem saber disso. Você
acha que o novo detentor de direito do Campeonato Carioca vai chegar num nível
semelhante de dinheiro que a Globo deu para o campeonato? Claro que não!
Transmissão de televisão, hoje, significa 50% da receita em alguns clubes. É um
tamanho de dinheiro que o clube não pode viver sem", conta Colagrossi em entrevista na vigésima edição do
podcast Os Maquinistas.
Para o executivo,
o futebol está correndo o risco de, empolgado pela melhora que pode trazer a MP
984, que concede apenas ao mandante da partida o direito de negociar a
transmissão de jogos, abandonar o modelo seguro que tem hoje.
"A TV
aberta chega a 96% dos lares brasileiros. Nem TV fechada nem internet chega a
40%. Agora coloque o chapéu do patrocinador. Ele vai abrir mão dessa exposição?
Estão todos esperando para ver o que vai acontecer", diz Colagrossi.
É nesse
cenário que o executivo vê se formar a tempestade perfeita, contra o futebol: "Os
contratos não serão renovados pelo mesmo valor. Você vive no Brasil uma
recessão histórica. E tem o terceiro fator, que é a concorrência que existe
tanto do esporte de fora quanto de outras formas de entretenimento",
afirma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário