A Glória é Delas!
Por Kevin Muniz do Universidade do Esporte
De um vice-campeonato em 2019, uma quase eliminação na primeira fase da
competição, a Glória é Delas.
O último sopro no apito de Amria Belén Carvaja decretou a conquista do
segundo título das Guerreiras Grenás na Libertadores Feminina.
A Ferroviária venceu o América de Cali, da Colômbia, por 2 a 1, em jogo
sofrido, no José Amalfitani, em Buenos Aires - pouco mais de 1 ano e 4 meses
depois - a redenção de um clube que foi da tristeza ao sorriso.
“A Ferroviária não tem medo de investir em mulheres. Somos um dos clubes
que mais forma atletas e profissionais do futebol feminino. Estamos sempre à
frente” — avaliou
Carolina Valim de Melo, coordenadora de futebol da Ferroviária em entrevista à
um canal de comunicação.
Protagonistas com a profissionalização das jogadoras e a opção por
contratos longos, com carteira assinada — são algumas das iniciativas que
marcam o pioneirismo do time de Araraquara.
Com uma comissão técnica majoritariamente composta por mulheres, o
destaque fica para Lindsay Camilla, dirigindo a locomotiva há menos de dois
meses, ela se tornou a primeira mulher a erguer uma Libertadores como
treinadora.
"Hoje é o dia mais feliz da minha vida dentro do esporte, eu não
tenho como mensurar isso. Acho que sempre, o mais importante é aquilo que
estamos passando e hoje é esse dia", afirmou a técnica pelas redes sociais do clube.
Suspensa no ano passado devido à pandemia do novo coronavírus, esta
edição da Copa Libertadores Feminina foi a primeira disputada na Argentina e o
final do ciclo da temporada 2020 do futebol feminino na América do Sul.
O trajeto para “ferrinha” foi tortuoso. O time das Guerreiras Grenás não
teve um dos melhores inícios de campeonato, levando uma goleada logo no
primeiro jogo contra o Libertad, pelo placar de 4 a 0.
A equipe se classificou para a segunda fase pelo saldo de gols e acabou
conquistando uma vaga na final após um jogo dramático decidido nos pênaltis, na
última quinta-feira, quando venceram o Universidad de Chile por 7 a 6 (após
empate sem gols).
Na final, com muita emoção e ao seu estilo, a Ferroviária construiu a sua
vitória toda no primeiro tempo.
Sochor abriu o placar para as Guerreiras Grenás, enquanto Catalina Usme,
de pênalti, deixou tudo igual para as colombianas.
Antes do intervalo, foi a vez do time araraquarense ter penalidade ao seu
favor e foi convertida por Aline Milene.
No segundo tempo, Las Escarlatas fizeram pressão incrível e desperdiçaram
diversas chances para empatar, como três bolas no travessão e com defesas de
Luciana, uma das personagens do jogo.
Com a conquista, a Ferroviária se iguala ao Santos, que também possui
dois títulos continentais. O São José é o maior campeão, com três.
Das 12 Libertadores Feminina já disputadas, 9 ficaram nas mãos do futebol brasileiro, a uma grande distância do resto do continente.
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