terça-feira, março 23, 2021

A Glória é Delas... A Ferroviária de Araraquara é a nova Rainha da América do Sul.

Imagem: Juan Ignacio Roncoroni

A Glória é Delas!

Por Kevin Muniz do Universidade do Esporte

De um vice-campeonato em 2019, uma quase eliminação na primeira fase da competição, a Glória é Delas.

O último sopro no apito de Amria Belén Carvaja decretou a conquista do segundo título das Guerreiras Grenás na Libertadores Feminina.

A Ferroviária venceu o América de Cali, da Colômbia, por 2 a 1, em jogo sofrido, no José Amalfitani, em Buenos Aires - pouco mais de 1 ano e 4 meses depois - a redenção de um clube que foi da tristeza ao sorriso.

“A Ferroviária não tem medo de investir em mulheres. Somos um dos clubes que mais forma atletas e profissionais do futebol feminino. Estamos sempre à frente” — avaliou Carolina Valim de Melo, coordenadora de futebol da Ferroviária em entrevista à um canal de comunicação.

Protagonistas com a profissionalização das jogadoras e a opção por contratos longos, com carteira assinada — são algumas das iniciativas que marcam o pioneirismo do time de Araraquara.

Com uma comissão técnica majoritariamente composta por mulheres, o destaque fica para Lindsay Camilla, dirigindo a locomotiva há menos de dois meses, ela se tornou a primeira mulher a erguer uma Libertadores como treinadora.

"Hoje é o dia mais feliz da minha vida dentro do esporte, eu não tenho como mensurar isso. Acho que sempre, o mais importante é aquilo que estamos passando e hoje é esse dia", afirmou a técnica pelas redes sociais do clube.

Suspensa no ano passado devido à pandemia do novo coronavírus, esta edição da Copa Libertadores Feminina foi a primeira disputada na Argentina e o final do ciclo da temporada 2020 do futebol feminino na América do Sul.

O trajeto para “ferrinha” foi tortuoso. O time das Guerreiras Grenás não teve um dos melhores inícios de campeonato, levando uma goleada logo no primeiro jogo contra o Libertad, pelo placar de 4 a 0. 

A equipe se classificou para a segunda fase pelo saldo de gols e acabou conquistando uma vaga na final após um jogo dramático decidido nos pênaltis, na última quinta-feira, quando venceram o Universidad de Chile por 7 a 6 (após empate sem gols).

Na final, com muita emoção e ao seu estilo, a Ferroviária construiu a sua vitória toda no primeiro tempo.

Sochor abriu o placar para as Guerreiras Grenás, enquanto Catalina Usme, de pênalti, deixou tudo igual para as colombianas.

Antes do intervalo, foi a vez do time araraquarense ter penalidade ao seu favor e foi convertida por Aline Milene.

No segundo tempo, Las Escarlatas fizeram pressão incrível e desperdiçaram diversas chances para empatar, como três bolas no travessão e com defesas de Luciana, uma das personagens do jogo.

Com a conquista, a Ferroviária se iguala ao Santos, que também possui dois títulos continentais. O São José é o maior campeão, com três.

Das 12 Libertadores Feminina já disputadas, 9 ficaram nas mãos do futebol brasileiro, a uma grande distância do resto do continente.

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