Andriy Shevchenko, ex-jogador da seleção da Ucrânia e atual treinador da
seleção do país, lançou na última segunda-feira o seu novo livro “A minha vida,
o meu futebol”, onde retrata alguns dos episódios mais marcantes da sua vida,
entre os quais o acidente nuclear de Chernobyl...
Nascido em Dvirkivschyna, uma pequena aldeia com cerca de 400 habitantes,
o ganhador da Bola de Ouro em 2004 lembrou o momento em que tudo aconteceu, a apenas
200 quilômetros da sua casa.
“Espero não surpreender ninguém se disser que tudo me parecia normal. Eu tinha 10 anos. Diverti-me como um louco a jogar futebol em todos os cantos, levaram-me à Academia do Dínamo de Kiev, mas de repente explodiu o reator quatro e levaram-nos a todos (dali)”... diz um trecho do livro publicado pelo jornal italiano 'Corriere della Sera'.
“Ainda sinto angústia... chegaram ônibus da URSS (União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas) e levaram todas as crianças entre os seis e os 15 anos.
De repente eu estava a 1500 quilômetros de casa e lembro de viver como se
estivesse num filme”, cita outro trecho do livro...
Durante aquele período, Shevchenko cresceu com muitos dos seus amigos de infância.
Entre a distância que os separava de casa e os caminhos que
escolheram percorrer para a vida, Shevchenko diz que nem todos tiveram a mesma
sorte.
“Na minha aldeia comecei a ter cada vez menos (amigos). Morreram todos, não pela radiação, mas sim por álcool, drogas, problemas com armas... As brechas nos muros da URSS estavam a ficar cada vez maiores. O mundo que conhecíamos estava desmoronando e os meus amigos, como todas as outras pessoas, não sabiam o que fazer, como agir e acabaram por perder-se. O amor dos meus pais e o futebol salvaram minha vida”, finaliza o 'Corriere della Sera'.
Um comentário:
Um depoimento que revela ou desnuda o comuno-socialismo artificial e "cientifico".
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