Torcedores exigem mais “mimos” para voltar a estádios
por Erich Beting para o Site Máquina do Esporte
Quando as arenas esportivas começarem a reabrir para o público, os
gestores terão pela frente um torcedor muito mais exigente.
Isso é o que aponta uma pesquisa inédita feita pela Oracle com 3 mil
torcedores de Austrália, Estados Unidos, Japão e Reino Unido, em janeiro de
2021.
O estudo, que recebeu o nome de “De volta à Arena”, mapeou os interesses
dos consumidores no planejamento do retorno presencial aos estádios.
Atualmente, apenas 18% dos torcedores disseram não sentir falta de estar
longe dos estádios, enquanto 82% declararam em graus diferentes, medo e
angústia de não poderem acompanhar os eventos ao vivo.
Entre julho de 2020, quando um primeiro levantamento foi feito, ainda no
primeiro auge da pandemia, e janeiro de 2021, data de finalização do estudo, o
interesse em regressar aos eventos aumentou: 28% das pessoas dizem atualmente
que querem voltar assim que for seguro, ante 16% do ano anterior.
Apesar de ter interesse em voltar aos campos e quadras, o torcedor deseja
um ambiente muito diferente daquele que estava acostumado a encontrar.
Para 60% dos fãs, é preciso que haja distanciamento social entre os
torcedores, mesmo que para isso ele tenha de pagar mais caro pelo ingresso.
Já as pessoas que ainda não pretendem voltar aos eventos ao vivo representam
26% do total da pesquisa.
A julgar pelos novos hábitos de consumo dos torcedores no retorno aos
eventos esportivos, será preciso que as arenas se modernizem e passem a ter a
tecnologia embarcada em quase todas as iniciativas.
Além disso, o impacto direto das mudanças pode representar um aumento
substancial no preço dos ingressos para atender a todas as demandas que o
torcedor quer ter.
Segundo a pesquisa, 57% dos fãs querem ter um serviço de compra de comida
antes de saírem para os estádios, enquanto outros 50% gostariam de organizar
como será a ida ao evento com um dia de antecedência.
Isso exigiria que os estádios se preparassem para permitir compra
antecipada de comida, agendamento de horário para chegada do torcedor, controle
de entrada em lojas, etc.
Outra exigência do torcedor é por um serviço mais VIP nos estádios, o que
pode representar um aumento no preço do tíquete médio. Para 44% dos
entrevistados, não haveria problemas em pagar mais para “furar a fila” na hora
de entrar no evento.
Entre a geração Millenial (nascidos entre 1985 e 1999), esse número
cresce para 50%, enquanto entre aqueles que possuem família a adesão é de 60%
pela compra de um “fast pass” como existe nos parques da Disney.
“De portadores de ingressos para a temporada a fãs casuais, os
consumidores estão ansiosos para o retorno dos eventos presenciais, mas como
tantos setores, esportes e entretenimento não retornarão ao que eram por algum
tempo, se é que isso acontecerá. Os operadores trabalharam muito durante a
paralisação para criar experiências melhores e mais seguras que os clientes não
apenas desejam, mas também esperam. A tecnologia desempenhará um papel
fundamental na evolução da experiência 360 graus do torcedor”, disse Simon de Montfort Walker, vice-presidente
sênior e gerente geral da Oracle Food and Beverage.
Outra tendência apontada pela Oracle no levantamento é de que aplicativos
para dispositivos móveis terão de ser adotados pelas arenas se quiserem faturar
mais com a venda de produtos e serviços.
Para 38% dos entrevistados, o app seria o caminho mais viável para comprar
alimentos e bebidas durante os jogos.
As arenas, porém, precisariam ter uma operação logística mais organizada,
já que 46% das pessoas afirmaram que gostariam de receber o alimento em seus
assentos, evitando assim deslocamento e, principalmente, aglomeração para
comprar ou retirar os produtos.
Pagamentos feitos sem a necessidade de inserir cartões em máquinas ou
manusear dinheiro, que já eram uma tendência pré-pandemia, atualmente passa a
ser regra para programar o retorno do público.
A tecnologia também pode ser uma aliada para as arenas não ficarem
distantes do torcedor enquanto os eventos não são liberados para o público.
Na pesquisa, o torcedor afirma que aquilo que menos sente falta dentro
das arenas é o evento esportivo em si.
A interação com outros fãs é o que mais faz falta para as pessoas.
Para 49% dos entrevistados, não vivenciar o ambiente de uma arena
esportiva é o que mais lhes entristece.
Outros 20% dizem que gostariam de se sociabilizar com outros torcedores.
Para 30% das pessoas, seria ótimo participar de uma experiência virtual
em que pudessem vibrar pelo seu time à distância.
Já 31% dizem que seria maravilhoso poder compartilhar das emoções ao vivo do evento com outros torcedores.
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