domingo, janeiro 28, 2024

Com Flamengo na cola do Top 30, relatório da Deloitte tem Real Madrid no topo e predomínio inglês

Imagem: Adidas

Com Flamengo na cola do Top 30, relatório da Deloitte tem Real Madrid no topo e predomínio inglês

Segundo o estudo da empresa britânica, dos 30 clubes de futebol que mais geraram receitas no mundo, 14 são da Premier League

por Redação Máquina do Esporte

Considerado um dos mais principais estudos sobre finanças da indústria do futebol, o relatório Deloitte Football Money League teve divulgada, nesta semana, sua 27ª edição.

O documento analisa os 30 clubes que mais geraram receitas no mundo na temporada 2022/2023 e traz o Real Madrid na ponta, superando o Manchester City, líder da temporada anterior.

Apesar de ter como foco principal os clubes europeus, o relatório da empresa Deloitte reconhece que, em breve, esse universo analisado poderá ser alterado, graças ao bom desempenho das finanças do Flamengo, que, no período abrangido pelo estudo, “bateu à porta do Top 30”, e do Inter Miami, que ampliou de maneira significativa suas fontes de receitas, após a contratação do craque argentino Lionel Messi.

O relatório avalia que o Mundial de Clubes da Fifa 2025/2026, que contará com 32 clubes, sendo 20 de fora da Europa, poderá ampliar o poderio financeiro das equipes de outras regiões do planeta, frente à hegemonia do Velho Continente.

Ao mesmo tempo, porém, o estudo lembra que as mudanças de formato nas principais competições europeias, em especial da Champions League, que passou a ter mais jogos, poderão reforçar a posição financeira dos principais clubes do continente.

Efeitos da Covid-19 vão ficando para trás

O 27º Deloitte Football Money League mostra que os 20 clubes mais ricos do planeta faturaram, juntos, € 10,5 bilhões na temporada 2022/2023.

Esse dado mostra que o futebol vai, enfim, deixando para trás os impactos econômicos trazidos pela Covid-19, que paralisou campeonatos, fechou estádios e levou a renegociações de contratos de direitos comerciais e de transmissão.

Os resultados dos 20 clubes em 2022/2023 superam em 14% os das temporadas 2021/2022 e 2018/2019 (a última antes da eclosão da pandemia), quando as receitas somadas dos times mais ricos ficaram em € 9,2 bilhões.

Esse movimento foi fortemente impulsionado pela reabertura dos estádios, com 13 dos 20 clubes mais ricos tendo registrado recordes de faturamento em dias de jogos.

A própria recuperação econômica no cenário pós-pandemia, que elevou a renda das populações em diversos países, parece ter contribuído para os bons resultados desses 20 clubes na área comercial, com aumento de 16% na comparação ao período anterior, o que equivale a € 4,4 bilhões faturados em 2022/2023.

Em contrapartida, as receitas com direitos de transmissão seguem avançando de maneira tímida no futebol europeu, com crescimento de apenas 5% no período em questão, passando de um total de € 203 milhões para € 213 milhões, quando considerados os 20 clubes que lideram o ranking.

Quando essas três fontes de receita são analisadas em uma série histórica de maneira conjunta, fica nítida a perda de peso relativo dos direitos de transmissão, frente ao faturamento comercial e ao consumo dos torcedores nos estádios em dias de jogos.

Em 2021, no auge da pandemia (quando os estádios estiveram fechados ou com capacidade reduzida, e as pessoas encontravam-se privadas de renda), as receitas de TV representaram 55% do faturamento dos 20 clubes mais ricos do mundo.

No ano seguinte, a participação dos direitos de transmissão caiu para 43%. Em 2023, esse percentual foi para 40%, ao passo que as receitas comerciais dos times representaram 42% do bolo.

Dança das cadeiras

O Deloitte Football Money League traz uma dança das cadeiras no ranking dos clubes que mais faturaram na temporada 2022/2023, com o Real Madrid retomando a liderança perdida em 2017/2018, graças ao faturamento de € 831 milhões no período analisado, o que representa um aumento de € 118 milhões em comparação a 2021/2022.

Mesmo alcançando seu melhor resultado financeiro em uma mesma temporada, impulsionado pelos títulos da Premier League, da Champions League e do Mundial de Clubes, o Manchester City ficou na segunda posição da lista, com faturamento de € 826 milhões.

Alguns clubes conseguiram avançar no ranking, caso do Barcelona, que passou da sétima para a quarta colocação, empurrado pelos aumentos de 61% em sua renda nos dias de jogos e de 45% na área comercial.

Em contrapartida, Liverpool, Atlético de Madrid e West Ham registraram perda de faturamento de uma temporada para outra e, consequentemente, desceram no ranking.

Premier League domina Top 30

Dos 30 clubes que integram o relatório da Deloitte, nada menos que 14 disputam a Premier League, que é reconhecida como a liga de futebol mais rica do planeta na atualidade.

Esse poderio fica mais notório observando-se as dez primeiras posições do ranking.

Seis delas são ocupadas por clubes ingleses.

A Serie A da Itália conta com cinco representantes.

Neste ano, um dado que chama a atenção é a redução da diferença entre as receitas da Juventus, clube mais bem colocado entre os italianos e que faturou € 432,4 milhões em 2022/2023, e alguns de seus principais adversários no país, como Milan (€ 385,3 milhões) e Internazionale (€ 378,9 milhões).

Os dois times de Milão fizeram boas campanhas recentes na Champions League.

O relatório da Delloite ajuda a entender a falta de surpresas entre os campeões de Ligue 1, Bundesliga e LaLiga.

A primeira, por exemplo, conta com três times no estudo.

A diferença de faturamento entre o PSG, equipe francesa mais bem colocada na lista, e o Olympique de Marselha, segundo do país no ranking, é de € 542,6 milhões.

Na Bundesliga, que tem três times no relatório, o Bayern de Munique faturou € 324 milhões a mais que o Borussia Dortmund na temporada 2022/2023.

Na LaLiga, as receitas do Real Madrid foram apenas € 31 milhões maiores que as do Barcelona na temporada analisada.

Em contrapartida, os resultados financeiros do clube catalão representam mais que o dobro do faturamento do Atlético de Madrid no período (€ 364,1 milhões).

O relatório da Deloitte traz apenas um clube que não pertence às cinco maiores ligas da Europa.

Trata-se do Benfica, de Portugal, que faturou € 233,4 milhões no período e ocupa a 22ª colocação no ranking.

Confira a lista dos dez clubes de futebol mais ricos do mundo, com seus respectivos faturamentos na temporada 2022/2023, segundo o Deloitte Football Money League:

1º Real Madrid: € 831,4 milhões

2º Manchester City: € 825,9 milhões

3º PSG: € 801,8 milhões

4º Barcelona: € 800,1 milhões

5º Manchester United: € 745,8 milhões

6º Bayern de Munique: € 744 milhões

7º Liverpool: € 682,9 milhões

8º Tottenham: € 631,5 milhões

9º Chelsea: € 589,4 milhões

10º Arsenal: € 532,6 milhões

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