segunda-feira, novembro 10, 2025

FIFA reuniu-se com mais de 30 sindicatos de jogadores de futebol, em Rabat, no Marrocos

A FIFA reuniu-se em Rabat (Marrocos) com mais de 30 sindicatos de jogadores de futebol de todo o mundo para dar continuidade à implementação de um acordo de colaboração entre a organização liderada por Infantino e os jogadores, com destaque para o ponto onde surgiram mais divergências nos últimos anos: a sobrecarga do calendário.

O primeiro ponto de acordo foi a formalização do Fórum de Consulta de Jogadores Profissionais da FIFA, um grupo criado para promover os interesses coletivos dos jogadores profissionais em todo o mundo.

Acordo entre a FIFA e os jogadores: um passo gigante para flexibilizar o calendário.

As iniciativas já implementadas durante o último Mundial de Clubes foram ratificadas e focam-se no bem-estar dos jogadores e nas suas condições gerais de trabalho.

A base do acordo é a seguinte:

. Descanso e recuperação dos jogadores: Foi reiterado que deve haver pelo menos 72 horas de descanso entre as partidas, um período de descanso/férias de pelo menos 21 dias entre as temporadas, um dia de descanso por semana e medidas que levem em consideração viagens intercontinentais de longa distância e as condições climáticas.

. Fundo da FIFA para Jogadores Profissionais: A FIFA criará e administrará um fundo para jogadores profissionais com um investimento superior a € 20 milhões para o período de 2026 a 2029. O objetivo do fundo é fornecer apoio financeiro a jogadores que não conseguem receber salários atrasados ​​devido às dificuldades financeiras de seus clubes.

. Representação das associações de jogadores nos órgãos da FIFA: Os representantes dos jogadores farão parte de vários comitês da FIFA para garantir que a voz dos jogadores seja ouvida nos processos de consulta ao mais alto nível.

. Apoio ao desenvolvimento das associações de jogadores: A FIFA estabelecerá um mecanismo de apoio específico para as associações de jogadores, sujeito a critérios rigorosos de boa governança. Esse apoio terá como objetivo desenvolver as atividades das associações de jogadores em suas respectivas jurisdições nacionais. Será dada atenção especial aos programas de treinamento e desenvolvimento para jogadores jovens e profissionais, bem como ao desenvolvimento e crescimento do futebol feminino.

. Questões legais: Um grupo de trabalho composto pela FIFA e pelos sindicatos de jogadores será criado para tratar de questões legais por meio de reuniões regulares e diálogo contínuo. O grupo de trabalho abordará temas como o Regulamento da FIFA sobre o Estatuto e a Transferência de Jogadores, as câmaras nacionais de resolução de litígios e os padrões mínimos para contratos de jogadores.

Entre as 30 associações de jogadores envolvidas está a AFE, liderada por David Aganzo, embora desde o início a maior delas, a FIFPro, que trava uma acirrada disputa com a FIFA e Infantino, tenha se mantido distante da iniciativa.

Dentro da FIFA, considera-se impossível dialogar com a FIFPro e acredita-se que essa mudança beneficie apenas cerca de 25.000 a 30.000 jogadores fora da organização.

Alguns países, como a Espanha, já deixaram o sindicato global de jogadores devido a divergências.

Por Aritz Gabilondo para o AS

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