A FIFA reuniu-se em Rabat
(Marrocos) com mais de 30 sindicatos de jogadores de futebol de todo o mundo
para dar continuidade à implementação de um acordo de colaboração entre a
organização liderada por Infantino e os jogadores, com destaque para o ponto
onde surgiram mais divergências nos últimos anos: a sobrecarga do calendário.
O primeiro ponto de acordo foi a
formalização do Fórum de Consulta de Jogadores Profissionais da FIFA, um grupo
criado para promover os interesses coletivos dos jogadores profissionais em
todo o mundo.
Acordo entre a FIFA e os
jogadores: um passo gigante para flexibilizar o calendário.
As iniciativas já implementadas
durante o último Mundial de Clubes foram ratificadas e focam-se no bem-estar
dos jogadores e nas suas condições gerais de trabalho.
A base do acordo é a seguinte:
. Descanso e
recuperação dos jogadores: Foi reiterado que deve haver pelo menos 72 horas de
descanso entre as partidas, um período de descanso/férias de pelo menos 21 dias
entre as temporadas, um dia de descanso por semana e medidas que levem em
consideração viagens intercontinentais de longa distância e as condições
climáticas.
. Fundo da FIFA para
Jogadores Profissionais: A FIFA criará e administrará um fundo para jogadores
profissionais com um investimento superior a € 20 milhões para o período de
2026 a 2029. O objetivo do fundo é fornecer apoio financeiro a jogadores que
não conseguem receber salários atrasados devido às dificuldades financeiras
de seus clubes.
. Representação das
associações de jogadores nos órgãos da FIFA: Os representantes dos jogadores
farão parte de vários comitês da FIFA para garantir que a voz dos jogadores
seja ouvida nos processos de consulta ao mais alto nível.
. Apoio ao
desenvolvimento das associações de jogadores: A FIFA estabelecerá um mecanismo
de apoio específico para as associações de jogadores, sujeito a critérios
rigorosos de boa governança. Esse apoio terá como objetivo desenvolver as
atividades das associações de jogadores em suas respectivas jurisdições
nacionais. Será dada atenção especial aos programas de treinamento e
desenvolvimento para jogadores jovens e profissionais, bem como ao
desenvolvimento e crescimento do futebol feminino.
. Questões legais: Um
grupo de trabalho composto pela FIFA e pelos sindicatos de jogadores será
criado para tratar de questões legais por meio de reuniões regulares e diálogo
contínuo. O grupo de trabalho abordará temas como o Regulamento da FIFA sobre o
Estatuto e a Transferência de Jogadores, as câmaras nacionais de resolução de
litígios e os padrões mínimos para contratos de jogadores.
Entre as 30 associações de
jogadores envolvidas está a AFE, liderada por David Aganzo, embora desde o
início a maior delas, a FIFPro, que trava uma acirrada disputa com a FIFA e
Infantino, tenha se mantido distante da iniciativa.
Dentro da FIFA, considera-se
impossível dialogar com a FIFPro e acredita-se que essa mudança beneficie
apenas cerca de 25.000 a 30.000 jogadores fora da organização.
Alguns países, como a Espanha, já
deixaram o sindicato global de jogadores devido a divergências.
Por Aritz Gabilondo para o AS

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