Fórmula 1: Valor médio das
equipes sobe 48% e chega a US$ 3,42 bilhões
Ferrari lidera o ranking, mas
vê Mercedes e McLaren se aproximarem com crescimento acelerado
Por Redação Máquina do Esporte
O valor médio das equipes de
Fórmula 1 aumentou 48% em relação ao ano passado e atingiu US$ 3,42 bilhões em
2025, segundo um levantamento do site Sportico.
O número também é mais do que o
dobro da avaliação de 2023, quando cada escuderia valia, em média, US$ 1,6
bilhão no mesmo levantamento.
A Ferrari lidera pelo terceiro
ano consecutivo, avaliada em US$ 6,4 bilhões, seguida por Mercedes (US$ 5,88
bilhões) e McLaren (US$ 4,73 bilhões).
O crescimento é atribuído à
expansão comercial da categoria, impulsionada pela gestão da Liberty Media, que
transformou os fins de semana de corrida em eventos de entretenimento com
shows, ativações e audiência global.
Cada etapa da Fórmula 1 atrai, em
média, 60 milhões de espectadores pela TV e 270 mil torcedores presencialmente.
Investimentos
A valorização das equipes também
reflete o interesse de investidores institucionais, fundos soberanos e
montadoras.
A Aston Martin, por exemplo,
vendeu participações a fundos como Arctos Partners e HPS Investment Partners,
além de ter recebido um aporte da própria montadora em uma transação que
avaliou o time em mais de US$ 3 bilhões.
“É um ótimo momento para estar
na Fórmula 1, pois acredito que o mercado está crescendo para todos. O esporte
caminha para um ecossistema muito saudável. Acho que já estamos lá”, disse
Jefferson Slack, CEO comercial da Aston Martin.
A Mercedes também está em
negociação para vender uma participação minoritária com base em uma avaliação
de US$ 6 bilhões.
O CEO Toto Wolff detém 33% da
equipe, mesma fatia da montadora alemã e da britânica Ineos.
Transações
A McLaren passou por uma mudança
de controle em setembro, quando o fundo barenita Mumtalakat e o grupo de
investimento automotivo CYVN Holdings adquiriram os 30% restantes da equipe.
A operação representou um retorno
de 10 vezes sobre o investimento inicial feito em 2020 por MSP Sports Capital,
Ares Investment Management, UBS O’Connor e vários acionistas menores.
Sob a gestão de Zak Brown, a
McLaren saiu de um prejuízo de US$ 137 milhões em 2018 para um lucro
operacional de US$ 76 milhões em 2024, com receita de US$ 700 milhões.
A equipe venceu o Mundial de
Construtores em 2024 e já repetiu o feito em 2025.
A Mastercard será a patrocinadora
principal a partir de 2026, em um contrato de US$ 100 milhões por ano.
Receitas
As 10 equipes da F1 geraram US$
4,5 bilhões em receitas no último ano.
A Mercedes liderou, com US$ 812
milhões, seguida por outras equipes que também apresentaram lucro antes de
juros e impostos.
A Haas teve a menor receita, com
US$ 209 milhões.
A Williams, comprada pela
Dorilton Capital em 2020 por cerca de US$ 200 milhões, é avaliada hoje em US$
2,14 bilhões, com crescimento de 73% em um ano.
A equipe britânica fechou naming
rights com a empresa de tecnologia australiana Atlassian e deve dobrar sua
receita de marketing em 2025, com nova alta prevista para 2026.
Escassez
A escassez de ativos contribui
para a valorização.
A F1 tem apenas 10 equipes, com a
11ª prevista para 2026, a Cadillac, que pagou US$ 450 milhões de taxa de
entrada e investirá mais US$ 1 bilhão na operação.
O atual acordo da categoria
permite até 12 equipes, mas não há previsão para uma nova entrada.
A demanda por corridas também
supera a oferta.
Em 2025, a F1 terá estado
presente em 21 países, incluindo o GP de São Paulo, no Brasil.
Há mais interessados em sediar
etapas.
A base de fãs chegou a 827
milhões, segundo a agência Nielsen Sports, com crescimento de 12% em um ano.
Impulsionado pela série de
sucesso “Drive to Survive”, da Netflix, o público rejuvenesceu e atraiu novos
segmentos nos últimos anos: 43% têm menos de 35 anos, e 42% são do sexo
feminino.
Mídia
A Apple assumirá os direitos de
transmissão nos Estados Unidos a partir de 2026, em um contrato de US$ 750
milhões por cinco anos.
A mudança ocorre após o sucesso
do filme sobre a F1 estrelado por Brad Pitt, que arrecadou US$ 631 milhões.
“Essa é uma parceria entre
duas marcas globais com paixão por entretenimento e excelência tecnológica,
além de um público alinhado”, afirmou Stefano Domenicali, presidente e CEO
da F1, durante uma entrevista coletiva promovida pela Liberty Media.
“O sucesso do filme mostra que
o poder de ativação da Apple pode multiplicar a visibilidade da marca”,
acrescentou.
No Brasil, a Globo assumirá os
direitos da categoria em 2026, enquanto a Televisa terá esse ativo no México
também a partir do ano que vem.
A Liberty Media negocia com outros mercados, como países da América Latina e da Ásia, entre eles o Japão.

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