Por: Fran Villalobos (Articulista do Diário Marca da Espanha)
A celebração da primeira Copa do Mundo em solo Africano recompensa os esforços daqueles que vieram do nada para o topo.
Jogadores de futebol que ganharam o jogo contra a pobreza e quebraram barreiras raciais.
Jogadores que começaram a jogar com os pés descalços e acabaram ídolos em seus países e nos países que foram “conquistar”.
Pioneiros que pavimentaram o caminho na Europa para que outras gerações colocassem a África no mapa do futebol mundial.
Os jogadores inesquecíveis como Larbi Ben Barek, um marroquino pelo qual ainda batem os corações dos velhos fãs do Atlético de Madrid.
Muitos são aqueles que dizem que nunca tinham visto ninguém melhor do que ele vestindo o casaco vermelho e branco.
Dizem que era uma maravilha física que dominava a bola com carinho e intimidade. "Se eu sou o rei do futebol, Ben Barek é Deus", disse Pelé, um dia.
A lenda marroquina do Atlético marcou 58 gols em 114 jogos, ganhou dois títulos da liga (1949-50 e 1950-51) e uma memória duradoura.
Também não se deve esquecer o lendário Biri Biri do Sevilha, um dos jogadores mais amados pelos fãs do clube.
Biri Biri foi o primeiro jogador de Gâmbia que deu o salto para Europa (1970) e o primeiro jogador negro a vestir a camisa do Sevilla (1973-1978).
Seu nome ainda está no Pizjuán através da rocha Biris, no ponto mais alto do estádio.
Outros africanos, que deixaram sua marca foram o maliano Salif Keita e Seydou Keita, seu tio, que jogaram no Barcelona...
Mohamed Sissoko ex-Valencia, chegou em 1967 a Saint-Etienne e venceu três campeonatos consecutivos.
O clube francês colocou uma pantera negra em seu escudo, em homenagem a Sissoko.
Sissoko voltou ao Valência, no início dos anos 70 e, após a retirada, montou o primeiro centro de formação de futebol do Mali.
Os pais do futebol africano se juntaram a Etoo, Drogba, Essien & Co, e tornaram realidade o sonho de uma Copa do Mundo na África.
Jogadores como Roger Milla de Camarões e Thomas Nkono (goleiro ex-Espanyol), o argelino Rabah Madjer, Abedi Pelé, de Gana, Augustine Okocha da Nigéria ou o liberiano George Weah merecem todas as homenagens, pois com a bola nos pés, ajudaram a plantar a semente que gerou a Copa da África do Sul.
Do blog: Fiz pequenas alterações no texto original para poder dar sentido à tradução, mas nada que tenha mudado a ideia original do autor.