Cheguei cedo, mas preferi deixar o tempo passar; queria ler o que foi escrito sobre o jogo...
Percebi na maioria dos textos que o vício brasileiro de adjetivar coisas e pessoas, continua em alta, mas também, encontrar desculpas e culpados, ainda é a primeira saída que todos buscam...
Porém, não devemos esquecer que o condicionante “se”, faz grande sucesso e, dez entre dez comentaristas, blogueiros e torcedores, nele se agarram como quem empunha um molho de alho, frente ao vampiro sedento de sangue.
A derrota de cinco a zero sofrida em pleno Machadão fez brotar inúmeros adjetivos; todos no sentido de justificar o acontecimento.
Uns classificaram de humilhante, outros de vergonhosa e alguns de pesadelo...
Nem mesmo o técnico Gilmar Iser, escapou: “foi uma tarde negra”, afirmou o treinador rubro.
Desculpem, mas discordo...
Humilhante?
Por quê?
Em algum momento o Sport zombou, tripudiou ou ridicularizou o América?
Não, em nenhum momento isso ocorreu...
O time pernambucano, apenas colocou em prática o velho chavão; futebol é bola na rede!
Afinal, que culpa tem o Ciro, o Adriano e o Moisés, se a zaga do América é lenta, dispersa e de pouquíssima qualidade técnica?
Ser eficiente faz de Ciro um zombeteiro?
Perceber que Fabiano joga adiantado, tocar a bola com categoria por sobre o goleiro, é tripudiar?
Conseguir ir à linha de fundo após deixar o marcador para trás e achar a brecha necessária para tocar a bola nas redes é ridicularizar?
Creio que todas as respostas sejam negativas...
O Sport jogou inicialmente, respeitando o adversário e esse respeito proporcionou ao América o domínio das ações em boa parte do primeiro tempo...
Mas que culpa tem o Sport, se o time rubro, cisca, cisca, roda, roda, toca, toca e pouco produz?
Na segunda etapa, o Sport que já estava em vantagem, percebeu que o bicho não era tão feio e então, venceu a partida sem suar e sem nenhum esforço, além do necessário.
Os gols aconteceram com naturalidade, aconteceram como se fizessem parte de um script exaustivamente decorado por seus protagonistas.
Teria sido esse o pesadelo?
Não creio, pois o América aceitou o jogo do Sport e jogou como se estivesse dormindo o mais tranquilo dos sonos.
Por fim, as desculpas foram as de sempre...
O Dr. José Rocha e Ricardo Bezerra, apenas repetiram os mesmos discursos: só trocaram o ano, os nomes dos jogadores e do técnico, no mais, seguiram o velho roteiro de 2008 e 2009...
O América tem “flertado” com a Série C, desde 2008...
Em 2009, quase "casou"...
Só espero que em 2010, o alvirrubro não acabe recebendo um sonoro sim da paixão que vem tentando conquistar a dois anos.
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