sábado, julho 09, 2011

Na íntegra a entrevista de Ricardo Teixeira à Revista Piauí... É longa, mas este blog foi feito para quem gosta de ler.


Da Piauí.

Por Daniela Pinheiro 
 

A varanda do Hotel Baur au Lac foi construída, em 1844, de maneira a oferecer aos hóspedes uma paisagem inspiradora: o jardim aparado com esmero em primeiro plano, depois o lago sereno e, ao fundo, os Alpes soberbos. Milionários bronzeados que pilotam Jaguar são habitués do hotel, no centro de Zurique. 

Eles costumam ser acompanhados por senhoras que portam dois relógios de brilhante no mesmo braço (um que marca a hora local e o outro com o fuso do país de onde vêm). Ou então por loiras magras que bebem Campari com gestos lentos. 

Em maio, o hotel estava cheio de dirigentes da Fédération Internationale de Football Association, a Fifa, que realizava o seu 61º congresso na capital da Suíça. Num começo de tarde, Ricardo Teixeira, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, a CBF, tomava champanhe sentado de costas para o jardim. 

A seis dias da eleição do novo presidente da Federação, ele falava de tudo um pouco, com animação: das dificuldades do ministro Antonio Palocci para explicar o seu patrimônio, da blitz da Lei Seca que pegou o senador Aécio Neves ao fim de uma noitada, da despedida de Ronaldo Fenômeno da Seleção, dali a alguns dias.


Parecia imune à catadupa de incriminações de corrupção dos dirigentes da Fifa – ele inclusive, e com realce. David Triesman, ex-presidente da Federação Inglesa de Futebol, dissera que Ricardo Teixeira lhe pedira dinheiro para votar na Inglaterra para sede da Copa de 2018. O cartola britânico contou que o colega o abordou durante o jogo do Brasil com a Inglaterra, no ano passado, e lhe disse: "O Lula não é nada, venha aqui e diga o que você tem para mim."


Quando o assunto surgiu, no terraço do Baur au Lac, ele apertou os olhos, franziu o nariz como se tivesse sentido um odor pestilento e emitiu um "pffffffffffff", enquanto girava a cabeça para o lado. O gesto se repete todas as vezes em que se fala de uma acusação a ele, ou da hipótese de um estádio não ficar pronto a tempo da Copa no Brasil.


"Minha filha, você acredita em tudo que sai na imprensa?", perguntou, sarcástico. "Esquece, isso é tudo armação. Esses ingleses estão putos porque perderam, eles não se conformam. Olha para mim e me fala se eu diria uma bobagem dessas. Que eu ia dizer que o Lula era nada. E pedir suborno em tribuna, na frente de todo mundo. Faz favor, né?"



Discorreu então sobre o domínio colonial e o imperialismo britânico. Classificou os ilhéus de "piratas do mundo", relatou casos da empáfia da Loira Albion e lembrou até de falar mal da comida inglesa.


"Esse Triesman está tendo que explicar na Justiça como gastou 50 milhões de dólares, sendo 15 do governo, na candidatura da Inglaterra", prosseguiu, sublinhando as moedas. "É uma quantia absurda, não se explica. Nós gastamos 3 milhões de reais e levamos 2014. Eles não engolem isso, percebe?" 


Outra acusação foi feita pelo jornalista Andrew Jennings, no programa Panorama, da BBC. Ele apresentou uma lista de dirigentes da Fifa, entre eles Teixeira e João Havelange, que teriam recebido 100 milhões de dólares, ao longo dos anos 90, de uma empresa de marketingesportivo chamada ISL. Em troca, os cartolas teriam concedido benesses à companhia na venda de direitos de transmissão de campeonatos.


Teixeira, afirmou o repórter inglês, recebeu 9,5 milhões de dólares, por meio de uma empresa de fachada. Jennings disse que um tribunal suíço obrigara o brasileiro a devolver o suborno, o que significava admitir o crime. "Ah é? Devolvi dinheiro? Então, cadê? Por que ninguém mostra?", perguntou Teixeira. Porque, segundo a BBC, o processo foi encerrado com um acordo extrajudicial que garantiu o anonimato dos acusados. "Eu nem era do Comitê Executivo nessa época, iam me subornar para quê?"


Juntou-se à mesa a mulher de Ricardo Teixeira, Ana Carolina Wigand, uma morena de 34 anos, trinta mais nova que ele, e a filha do casal, Antônia, de 11. Falou-se da cidade, do clima, do hotel. O presidente abraçou a filha, uma menina espevitada que o beijava e acariciava os cabelos dele. Brincando, ele disse que a proibiria de sair à rua de roupa curta.


Quando as duas se foram, ele voltou ao assunto. Disse que Jennings, autor de um livro sobre corrupção na Fifa, era um "fanfarrão" que vivia de palestras. "Minha querida, presta atenção, raciocina", pediu, "a BBC é estatal, é do governo, entende? É interesse do governo inglês anular a escolha da Rússia e tirar o Brasil do páreo, porque eles acham que podem nos substituir na última hora. É tudo orquestrado, percebe?"


Quando quer que fixem o que diz, Teixeira faz "psssiiii" e põe o dedo indicador na altura da boca. Ele costuma chamar mulheres e homens de "meu amor", com acentuado sotaque carioca: "Meu amor, já falaram tudo de mim: que eu trouxe contrabando em avião da Seleção, a CPI da Nike e a do Futebol, que tem sacanagem na Copa de 2014. É tudo coisa da mesma patota, UOL, Folha, Lance, ESPN, que fica repetindo as mesmas merdas."


Uma garçonete se aproximou e recolheu os copos. "O Lula me falava: 'Eu não vejo essa Globo News porque só dá traço'", disse, referindo-se à baixa audiência da emissora. "Então, esse uolsó dá traço. Quem lê o Lance? Oitenta mil pessoas? Traço! Quem vê essa ESPN? Traço!"


Ele concorda com um raciocínio que José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, teria feito no tempo em que dirigia a Rede Globo. Certa vez, falaram-lhe que um avião caíra e centenas de pessoas morreram. Boni teria dito que, se o Jornal Nacional não noticiasse, para todos os efeitos o avião não teria caído. "Portanto, só vou ficar preocupado, meu amor, quando sair no Jornal Nacional", disse Teixeira. 


Aos 64 anos, o mineiro Ricardo Terra Teixeira está há 22 à frente da CBF. É também presidente do Comitê Organizador da Copa de 2014 e membro do Comitê Executivo da Fifa. Dito de outro modo: ele é o chefe do futebol brasileiro, o cartola-mor.


É Teixeira quem decide onde, quando e a que horas os clubes jogam. No que toca à Seleção, ele define o cachê de um amistoso, a emissora que o transmite, e é quem fecha os acordos milionários com os patrocinadores. É quem dá ou não credenciais para que jornalistas possam trabalhar nos estádios. E quem nomeia o técnico da equipe brasileira.


Na próxima Copa, Teixeira influenciará na escolha dos estádios, dos lugares de concentração das equipes estrangeiras, e poderá palpitar sobre qualquer obra pública ligada ao Mundial.


Filho de um funcionário do Banco Central e de uma dona de casa, Teixeira nasceu em Carlos Chagas, no interior de Minas Gerais. Foi criado em Belo Horizonte, mas ainda na infância se mudou para o Rio. Estudou no Santo Inácio, escola tradicional carioca onde aprendeu francês com um padre (se comunica bem em portunhol e tem um inglês infrabásico).


Na adolescência, chegou a integrar a equipe de vôlei do Botafogo. Futebol nunca foi o seu forte. Torce pelo Atlético Mineiro e pelo Flamengo. Em 1968, ele estava no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, o CPOR, de onde observou a radicalização da ditadura militar.


Aos 19 anos, em um baile de Carnaval em Teresópolis, foi apresentado a Lúcia, filha de João Havelange, o presidente da Confederação Brasileira de Desportos, organização que antecedeu a CBF. Começaram a namorar, casaram-se cinco anos depois e tiveram três filhos. Abandonou o curso de direito, no 4º ano, para trabalhar em uma financeira de Belo Horizonte, o que o obrigava a viver na ponte aérea.


Quando fala de seu período como operador do mercado financeiro, ele se deleita em lembrar como vendia ações desacreditadas e triplicava o investimento. "Eu ganhava muito mais do que hoje", disse. "Era como se eu ganhasse um Dodge Charger RT por dia." Graças aos contatos de João Havelange, fez cursos e estágios em Zurique e em Nova York. Foram as suas primeiras viagens ao exterior.


Para explicar como saiu do mercado financeiro e virou cartola de futebol, Teixeira é sucinto: "Foi o rumo natural das coisas." No relato de João Havelange, porém, foi ele o Merlin que ensinou e preparou o genro para as artes da cartolagem. Em 1989, Teixeira foi eleito presidente da CBF. Ao falar da Confederação ou da Seleção, Teixeira emprega a metonímia "eu": "Eu tive que pagar", ou "Eu tenho 120 milhões em caixa", ou "Eu tinha que ganhar aquela Copa", ou "Eu não queria abrir a Copa da Alemanha".


Teixeira é pródigo em citações folclóricas, que atribui sempre a sua mãe, qualquer que seja o assunto. "Mamãe, que era mineira, sempre dizia...", ele começa, e daí segue: "o que não tem remédio, remediado está", "aqui se faz, aqui se paga", "macaco senta no próprio rabo para falar do dos outros", "nada como um dia após o outro", "a vida é fácil, a gente é que complica". Sua expressão predileta para falar da imprensa esportiva é: "Isso é de quinta categoria!"


Ele tem as feições pouco marcadas, rechonchudas. Como anda um pouco curvado, devagar e tem pigarros recorrentes, aparenta mais idade. Parece estar sempre irritado porque, mesmo relaxado ou de bom humor, mantém o cenho contraído, como se o sol do meio-dia ou uma forte dor de cabeça lhe atingisse em cheio a fronte. 


Quando se desarma, ou toma uma taça a mais num fim de noite, é espirituoso e atencioso com todos. Ele se veste de maneira formal, padrão: calça marrom, camisa branca, blazer azul com botões dourados e gravata vermelha. Antes de se casar – sua mulher contou – usava sapato preto com meia soquete branca.


Em dez dias de convivência, riu às lágrimas em duas ocasiões. Na primeira, ao contar a história, que jurou ser verdadeira, de duas brasileiras do interior que entraram num elevador do Hotel Plaza, em Nova York, com o jogador de basquete Michael Jordan e o cachorro. Sem saber de quem se tratava, e alertadas para a violência na cidade, vinda dos negros, elas se agacharam em pânico quando ele ordenou sit! ao animal. A outra foi sobre ladrões portugueses que, ao explodir um caixa eletrônico, botaram fogo no dinheiro. 


O presidente entrou às sete e meia da noite num dos seus restaurantes preferidos, o Zeughauskeller. Especializada em salsichão, chucrute e batata rosti, a casa tem a decoração rústica dos Alpes, com mesas longas e bancos de madeira pesada. Foi recebido em espanhol pela dona, que o conhecia pelo nome e o encaminhou a uma mesa reservada para quinze pessoas. Sentou-se, tirou a gravata e arregaçou as mangas.



Os convivas eram cartolas de confederações sul-americanas, suas esposas e assessores. Parecia um jantar do elenco do seriado Chapolin, com muita tinta acaju, pulseiras de prata, calças de tergal e sobrancelhas feitas com um risco em forma de meia-lua. Estava lá o octogenário Julio Grondona, jefe da Associação do Futebol Argentino. Ele é acusado de ter ganho 78 milhões de dólares para votar no Catar para sede da Copa de 2022.



Também apareceu Nicolás Leoz, um paraguaio de 82 anos que preside a Confederação Sul-Americana de Futebol, a Conmebol. Além de ter recebido suborno da ISL, diz-se que ele teria pedido um título de nobreza a David Triesman, em troca de seu voto pela Inglaterra. "Don Leoz, donde está su corona?", gritou-lhe Teixeira, trazendo à baila o almejado título de sir. Leoz fez um bico de muxoxo e levantou os braços sobre a cabeça, fingindo estar sendo coroado, e todos gargalharam. "Se nos devolverem as Malvinas, eu voto em qualquer coisa!", gritou Grondona, que usa um anel de ouro no mindinho com a expressão Todo pasa.



Em Zurique, Teixeira anda sempre com os latinos. Quando não estava com a família, sua companhia mais frequente eram cartolas uruguaios, argentinos e paraguaios. Mesmo durante a maior crise da história da Fifa, permaneceu à margem de reuniões da cúpula da entidade – como a que ocorreu às vésperas da eleição, quando um grupo virou a noite ajudando Joseph Blatter a preparar seu discurso.



Depois do jantar, Teixeira – apesar da locomoção vagarosa – quis voltar a pé para o hotel. Em 1998, caiu do cavalo, foi operado e lhe colocaram uma placa de ferro na coxa, o que lhe encurtou em 2 centímetros a perna direita. Ele enfrenta o problema usando sapatos feitos sob medida, por "um cara em Olaria", com um salto interno para compensar a diferença.



À medida que percorria a Bahnhofstrasse, a rua das lojas de luxo, comentava o que via nas vitrines: "Não gosto dessa roupa, acho brega", "Olha que diferente isso", "Essa loja é nova", "Nessa aqui você acha tudo quanto é tipo de perfume", "Olha que coisa bem bolada esses chocolates". Na esquina do Baur au Lac, ele parou, com as mãos enfiadas nos bolsos do paletó, e se espantou: "Ah, não. Olha isso! Casaco de pele a mil euros? Tenho que comprar. Não é possível esse preço."



Parecia cansado, mas sugeriu que tomássemos um último café no salão de chá. Meio em inglês, meio em espanhol, pediu um expresso com um pouco de água quente em separado. Eram seis da tarde no Brasil e o celular de Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da CBF, tocava sem parar. Em quarenta minutos, ele havia atendido treze telefonemas, e escutara perguntas sobre o atraso do salário da Seleção Brasileira de Futebol Feminino, o suposto achaque ao dirigente inglês e os gastos da Confederação.



Quando Paiva desligou, Teixeira se aprumou na cadeira, como se tivesse descansado o suficiente, e disse: "Que porra as pessoas têm a ver com as contas da CBF? Que porra elas têm a ver com a contabilidade do Bradesco ou do HSBC? Isso tudo é entidade pri-va-da. Não tem dinheiro público, não tem isenção fiscal. Por que merda todo mundo enche o saco?"



Ao assumir a presidência, Teixeira abriu mão de toda a receita pública, inclusive de dividendos da loteria esportiva, uma das principais fontes de renda da entidade. Também abdicou dos ganhos pelo uso da imagem dos times, e deixou que o lucro de bilheteria ficasse para os clubes. Ao contrário do Comitê Olímpico Brasileiro, cujas verbas são públicas, na CBF não há dinheiro do Estado.



Ele conta que, ao assumir o cargo, encontrou a Confederação em petição de miséria. Até a Taça Jules Rimet estava penhorada. Houve ocasiões em que jogadores só entraram em campo depois de ver, literalmente, a cor do dinheiro de seus salários atrasados. Diz que saneou as contas graças a sua experiência no mercado financeiro. Hoje a entidade tem 120 milhões de reais em caixa, jatinho, helicóptero e um terreno na Barra, estimado em 25 milhões de reais, destinado à construção de uma nova sede. No seu mandato, a Seleção chegou à final da Copa três vezes, venceu duas e ganhou a Copa América em cinco ocasiões.



No final de 2009, ele encomendou uma pesquisa ao Vox Populi. Das 2 500 pessoas entrevistadas em 150 municípios, 53% disseram que o seu trabalho na CBF era ótimo ou bom. Mais da metade considerou que o Campeonato Brasileiro de Futebol estava mais organizado. E a maioria se disse favorável às mudanças que o presidente implementou, como o ponto corrido, a quantidade de times da serie a e o fim do mata-mata. "Só jornalista fala mal de mim", ele disse.


Todos haviam terminado o café. Um representante da empresa Match, que negocia os pacotes de hospedagem e entradas para a Copa, quis saber se, na entrevista agendada com a Rede Globo, haveria perguntas sobre os preços, considerados estratosféricos, de hotéis e restaurantes no Brasil. "Não vai ter isso, não: está tudo sob controle", respondeu Teixeira. Quase à uma da manhã, ele se despediu. Antes de entrar no elevador, comentou: "E essa coisa da Dilma doente? Não quero nem pensar." 


Inaugurada há dois anos, a sede da Fifa em Zurique custou 250 milhões de dólares. Em uma área de 44 mil metros quadrados, o prédio de três andares tem outros cinco pisos subterrâneos, sala de meditação, capela ecumênica, academia de ginástica e um campo de futebol oficial. O piso do saguão da entrada é forrado com granito e lápis-lazúli importados do Brasil. Era meio-dia quando Teixeira saiu de uma reunião e checou a programação do dia com seu secretário particular.



Alexandre Silveira o acompanha há dezoito anos. Carrega sua mala, celular e computador, tem sempre duas gravatas do patrão à mão, completa as suas frases, faz ligações, organiza a sua agenda, e tudo o mais que lhe for pedido, com a eficiência de alguém treinado no cerimonial do Palácio de Buckingham – e sem jamais ouvir um "por favor" ou um "obrigado". Ex-telefonista da CBF, ele é jovem, baixo, só anda de terno e passa mais tempo com o chefe do que com a mulher e a filha de 7 anos. José Serra uma vez o confundiu com o ministro Orlando Silva, dos Esportes, e o cumprimentou efusivamente.



Breno Silveira e Andrucha Waddington, da Conspiração Filmes, registraram os bastidores da Copa na Alemanha, em 2006. No DVD com a primeira montagem das imagens, pode-se ver Ronaldo Fenômeno sem camisa, com 91 quilos de músculos, enquanto a imprensa o chamava de gordo (hoje ele pesa cerca de 110 quilos). Também chamam a atenção as cenas no vestiário que mostram o ambiente pesado, de derrota inevitável, ainda no intervalo da final contra a França.



No carro, a caminho do almoço, Teixeira falou que quer fazer um filme em 2014 cujo tema seja "a Copa que perdeu e a Copa que ganhou" (pressupondo que na próxima a Seleção vencerá). Queria ter feito isso no Mundial passado, mas Dunga proibiu que os cineastas se aproximassem dos jogadores, o que o irritou sobremaneira. No banco de trás, Rodrigo Paiva observou que deveriam pedir o copião do que fora gravado, e Teixeira o atalhou: "Pedir porra nenhuma, o filme é nosso, as imagens são minhas."



Com a temperatura de 18 graus, o presidente quis ficar no terraço do restaurante italiano Bindella. Naquela manhã, uma nota de cinco linhas na Folha de S.Paulo noticiava que o processo conhecido como "voo da muamba", no qual ele era réu, havia sido arquivado, dezessete anos depois de iniciado. "São uns filhos da puta, nem colocaram que não tinha a coisa do meu bar", disse.



O avião que trouxe a Seleção de volta ao Brasil, depois de ganhar a Copa do Mundo nos Estados Unidos, em 1994, tinha na bagagem 17 toneladas de compras de jogadores, cartolas e convidados. Teixeira foi acusado de pressionar um funcionário para liberar a carga sem vistoria. "Falaram que eu tinha trazido material contrabandeado, o caralho", lembrou. "Agora, sabe por que isso tudo aconteceu? Porque não deixei que a imprensa entrasse no avião e porque o secretário da Receita, o Osíris Lopes Filho, ia ser demitido."



O garçom, que falava português, interrompeu a conversa para anotar os pedidos. Ele quisburrata com presunto cru, uma massa bem cozida ("Detesto al dente, sinto gosto de farinha", disse) e vinho tinto. Teixeira não gosta de peixe, dispensa frango e não come nada verde.



Explicou que Osíris seria exonerado por Itamar Franco, por ter "falado umas merdas sobre a Petrobras". De fato, em julho daquele ano, numa palestra, o secretário da Receita disse que a estatal devia o equivalente a 1 bilhão de dólares em impostos.



"Aí, foi tudo armado", prosseguiu. "Descemos no aeroporto, o povo da Receita falou para deixarmos as bagagens, que eles iam guardar e dali a três dias devíamos voltar para pegar. A CBF pagaria todo o imposto, como pagou depois, mas o seu Osíris armou para mostrar serviço, posou de arauto da moralidade, a imprensa comprou a história e nós nos fodemos."



Havia toda sorte de eletroeletrônicos e eletrodomésticos a bordo. Falou-se que o jogador Branco havia trazido uma cozinha inteira e que Teixeira incluíra na bagagem chopeiras para seu bar no Jockey Club, no Rio. "Essas chopeiras vieram da Nova Zelândia", disse ele. "Então, presta atenção: o gênio aqui conseguiu entrar com esse material contrabandeado ilegalmente nos Estados Unidos, depois sair dos Estados Unidos ilegalmente, e entrar no Brasil também ilegalmente, até ser descoberto?" 


Dias depois, em Brasília, encontramos por acaso Henrique Hargreaves, chefe da Casa Civil do governo Itamar Franco, que confirmou a versão de Teixeira. 


Há mais de quarenta anos, Jean-Marie Faustin Goedefroid de Havelange se hospeda no Hotel Savoy. Não gosta da badalação do Baur au Lac. Num fim de tarde, ele chegou ao saguão para a entrevista com pontualidade suíça. Aos 95 anos, mantém o porte reto e senhorial. Sempre de terno, chama a todos de mais de quinze anos de "senhor" ou "senhora". Para expor seus argumentos, usa o método socrático: faz perguntas cujas respostas já sabe, mas deixa que o interlocutor chegue a elas por conta própria.



Havelange é talvez o maior responsável pela transformação da Fifa numa potência. Ao assumir a sua direção, contou ter encontrado 20 dólares no caixa. Foi um dos primeiros a perceber, nos anos 70, que o futebol tinha a vocação de se transformar, com as transmissões ao vivo, via satélite, num espetáculo mundializado, atraindo patrocinadores multinacionais. Com a vantagem de, ao contrário das Olimpíadas, o futebol não ser contaminado pela política da Guerra Fria, já que os Estados Unidos não se interessavam pelo esporte.



Mas seria preciso que a Federação, de origem europeia e bem de vida, incorporasse países pobres. Alterou então o critério de eleição para presidente, dando o mesmo peso dos europeus aos votos da África, do Caribe e da Ásia. Destinou-lhes também verbas para organizarem estruturas nacionais. Assim, consolidou o seu poder. Hoje, a Fifa fatura 4,6 bilhões de dólares só com o Mundial.



No Savoy, Havelange disse que, se teve algum sucesso, foi porque nasceu no Brasil, onde "aprendemos a lidar desde o berço" com diferenças de raça e religião. Lembrou-se do primeiro congresso da Fifa que organizou, em 1974: "A senhora acha que um inglês dá beijo num preto? Um alemão dá? Pois todo africano que entrava no congresso, eu e minha mulher, Anna Maria, beijávamos todos."



A escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo passa pela relação de Havelange com os cartolas africanos. Em troca do apoio que teve durante os anos à frente da Fifa, Havelange havia conseguido, já em 2006, a maioria dos votos para que a África do Sul fosse a sede da Copa. Em contrapartida, os africanos apoiariam a candidatura brasileira na eleição seguinte.



Na última hora, no entanto, numa atitude suspeitíssima, o representante da Nova Zelândia votou em branco, e a Alemanha levou o Mundial de 2006. A Fifa mudou logo as regras de rodízio de continentes, de modo que a sede seguinte fosse na África e, na sequência, na América do Sul. Como a África do Sul e o Brasil eram os países mais ricos dos seus continentes, não tinham como perder. E não perderam.



As denúncias de corrupção não lhe fizeram mossa. Para Havelange, tratava-se de maquinações para desestabilizar candidatos, de disputa política por um cargo cobiçadíssimo. "Quem não quer sentar nessa cadeira com os recursos e o poder que a Fifa tem hoje?", perguntou.



Ele descreveu Ricardo Teixeira assim: inteligência acima da média, observador, calado "como um bom mineiro", tem sempre uma pessoa dele infiltrada nos lugares que importam ("O que faz com que esteja sempre bem informado") e capacidade de aguentar desaforos e planejar o troco para mais tarde. "O Ricardo é o quê? Mineiro, não é? O Aécio é amigo dele, não é? Onde você acha que vai ser a abertura da Copa do Mundo?" "Em Belo Horizonte", concluí. "Isso é o Ricardo, nós é que somos bobos", ele comentou.



Quando o casamento de sua filha acabou, Havelange rompeu com Teixeira. Ninguém da família podia pronunciar o nome dele na sua frente. "Um dia minha mulher, Anna Maria, me disse: 'Não te esqueças que ele é o pai dos teus netos'", contou. "E aí apaguei tudo. Voltei a me relacionar como se ele ainda estivesse casado com a minha filha. Porque neto é neto. Bisneto é bisneto."



Por isso, tentará o que lhe estiver ao alcance para fazer o ex-genro chegar à presidência da Fifa, em 2015: "O Ricardo queria se apresentar agora, mas eu disse a ele: 'Faz uma Copa do Mundo de qualidade, trata todo mundo de maravilha, vão votar em você por agradecimento.'" 


Perguntei se Teixeira precisava dele para se eleger. "Claro que não, burro é uma coisa que ele não é", respondeu Havelange. "Se a senhora um dia tivesse que definir a malandragem, no bom sentido, claro, ela se chamaria Ricardo Teixeira."



Ele acha, contudo, que o seu herdeiro deveria ter mais paciência para cultivar as pessoas, como ele próprio fez. E poderia se preocupar um pouco mais em não melindrar certos ânimos. Contou que, certa vez, Joseph Blatter foi de jatinho à Etiópia. E ele fez uma ponderação ao seu sucessor na Fifa: "Não se anda em país pobre de jatinho. Pega um avião comum, salta pela frente, todo mundo respeita. É essa sensibilidade que se tem que ter."



Depois de quase duas horas sentado, Havelange sentiu uma fisgada no pé. Apesar de ainda nadar 1 200 metros diariamente, teve uma fissura no osso do tornozelo. Gentilmente, encerrou a entrevista. Sua observação final foi a seguinte: "O Ricardo é sozinho. Deveria ter alguém para confiar, para se détendre."


Jornalistas esportivos me disseram que a CBF privilegia repórteres e veículos de comunicação que preservam Teixeira.


E procura restringir o acesso daqueles que o criticam. Em Zurique, o presidente conversou por duas vezes com advogados sobre a possibilidade de negar credenciais para jogos da Seleção Brasileira. Foi orientado a conceder pelo menos uma aos desafetos, de maneira a não se caracterizar a discriminação.


Uma equipe da BBC mandara mais de dez pedidos de entrevista a Teixeira, para uma reportagem que fariam no Brasil sobre a Copa de 2014. "Eu vou infernizar a vida deles", explicou. "Enquanto eu estiver na CBF, na Fifa, onde for, eles não entram." Apesar de a reportagem da BBC e de o depoimento do inglês David Triesman terem ocupado a primeira página de dezenas de jornais, Teixeira não buscou reparação na Justiça. Um advogado francês lhe disse que um processo contra a BBC lhe custaria, no mínimo, 500 mil dólares. "Fora isso, tem que ir lá, dar depoimento, aquela coisa toda, muito trabalho", comentou.



No Brasil, suas investidas judiciais têm um alvo preferencial, o comentarista Juca Kfouri, a quem já processou mais de cinquenta vezes. "Dele, eu não deixo passar nada", afirmou. "Outro dia, recebi um dinheiro dele. Mas eu doo para a caridade. Na próxima que ganhar, vou publicar no site da CBF um agradecimento."



A desavença entre ambos, contou, tinha uma origem pessoal. Antes de se divorciar da filha de Havelange, correu o rumor de que uma amante de Teixeira havia morrido em um desastre de carro, em Miami. Kfouri noticiou a história, provocando um terremoto em sua vida familiar que culminou com o fim do casamento.



Kfouri disse que o cartola usa a história como pretexto para atacá-lo, e que a origem real do conflito foi o fato de ele ter noticiado as "relações promíscuas" de Teixeira com a Nike. "A estratégia dele é me processar por qualquer coisa, na tentativa de convencer meus empregadores que eles gastam muito com advogados para me defender, e me mandem embora", disse Kfouri. "Ele não pode achar que pode agir como quiser à frente do futebol, sem que ninguém fale nada. Na camiseta da Seleção não está escrito Teixeira."



No terraço do Bindella, a mesa aguardava a sobremesa enquanto Rodrigo Paiva atendia mais chamadas de repórteres brasileiros. Queriam saber o que o presidente pensava da tentativa do deputado Anthony Garotinho, da bancada evangélica, de aprovar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a CBF e a organização da Copa do Mundo. "Ele está trabalhando para a Record", disse Teixeira.



As relações de Teixeira com a Record ficaram atritadas no ano passado, quando a rede mantida pela Igreja Universal do Reino de Deus tentou tirar da Globo o direito de transmissão do Campeonato Brasileiro. Falava-se que a Record ofereceria 1 bilhão de reais aos vinte maiores times, congregados no chamado Clube dos 13. 


E a Globo, com o apoio da CBF, passou a negociar individualmente com os clubes. Logo de início, acertou-se com o Flamengo e o Corinthians, cujos dirigentes são bastante próximos de Teixeira. No fim, a maioria renovou com a Globo e a Record, novamente, ficou sem futebol.



"A partir daí, o Garotinho começou com essa coisa de montar CPI", disse Teixeira. Em março, o ex-governador do Rio conseguiu reunir as assinaturas para formar uma Comissão sobre a Copa. Pego de surpresa, o presidente da Confederação voou para Brasília, peregrinou pelos gabinetes e conseguiu demover muitos parlamentares. "Todo mundo que era do PT e havia assinado voltou atrás quando viram que aquilo era um absurdo", disse.



No futuro, Teixeira considera montar uma estrutura jornalística própria, que produzirá conteúdo de interesse da CBF. Seja para responder aos ataques dos críticos, seja para comercializar o acesso privilegiado que a entidade tem sobre os jogadores. 


Antes de pagar a conta no restaurante, Teixeira falou pelo telefone com Evandro Guimarães, lobista da Globo em Brasília. Trocou ideias sobre inseminação de bovinos, uma de suas mais novas atividades. Sua fazenda, no interior do Rio, produz 10 mil litros de leite por dia e os laticínios do presidente são consumidos em diversos restaurantes cariocas. Ele também vende doce de leite, ricota, queijo de minas, parmesão e requeijão (o melhor produto, no seu entender). O negócio é rentável? "Não sou de jogar dinheiro fora", respondeu.



Perguntado sobre quem são seus melhores amigos, ele disse: "O Rico, o Beto, a Joana e a minha mulher." São os seus três filhos mais velhos, que, assim como seu irmão e seu cunhado, também estão no ramo dos negócios do futebol. Para ilustrar sua visão da amizade, inventou uma pequena fábula: "Se você está na merda, vão falar: 'Coitado do Ricardo, vamos dar uma mão para ele.' Mas aí, todo mundo volta para casa, não ajuda e finge que esqueceu o assunto", disse. "Agora, pense na situação inversa: 'Porra, o Ricardo está bem pra caralho, que sucesso.' Pode ter certeza que vai ser aquele que você acha que é seu melhor amigo quem vai dizer primeiro: 'Também, roubando, quem não fica bem?'"



Ele disse que não se incomoda com as acusações de corrupção: "Não ligo. Aliás, caguei. Caguei montão." Como Tom Jobim, ele acha que os brasileiros lidam mal com o sucesso alheio. "O neguinho do Harlem olha para o carrão do branco e fala: 'Quero um igual'", raciocinou. "O negro não quer que o branco se foda e perca o carro. Mas no Brasil não é assim. É essa coisa de quinta categoria."



Ao sair do Bindella, quis novamente andar até o hotel. "Preciso dar essa caminhadinha para fazer a digestão", justificou. Em frente à loja dos casacos de pele, mais uma vez se mostrou intrigado: "Olha o casaco, ainda está lá. Será que o preço é esse mesmo?"



No salão de chá do Baur au Lac, o argentino Julio Grondona estava esparramado numa poltrona, com o rosto afogueado. "Ah, fui ver os vitrais do Chagall, comi um risoto maravilhoso, bebi uma garrafa de Chianti e brindei à eleição da Fifa", disse, caindo na gargalhada.



Teixeira pareceu surpreso ao saber que um dos principais pontos turísticos de Zurique, os vitrais de Marc Chagall, ficava a menos de 500 metros do hotel. Ainda que frequente a cidade há mais de trinta anos, seus trajetos são inalteráveis: hotel, Fifa, os mesmos restaurantes, onde é atendido pelos mesmos garçons – a quem pede os mesmos pratos. As paisagens deixaram de deslumbrá-lo.



Às cinco e meia da tarde, Teixeira disse que precisava dar uns telefonemas, avisou que jantaríamos às oito e subiu para o quarto. Eduardo Deluca, o secretário-geral da Confederação Sul-Americana de Futebol, falou então sobre o companheiro: "Você conhece alguém que tenha esse cargo, essa projeção e sobre o qual não inventem as mesmas histórias? Ele é um candidato fortíssimo para 2015, por isso o atacam. Estamos fechados com ele." Deluca é uma figura pantagruélica, de fala monocórdia, cujos olhos parecem boiar no vazio.



O presidente, a mulher, as duas filhas, Rodrigo Paiva e o secretário Alexandre Silveira foram jantar no Dézaley, que serve uma das fondues mais elogiadas da cidade. Instalaram-se numa mesa de fundos, o garçom lhes deu boas-vindas em português e anotou os pedidos.



"Olha aqui, tenho uma notícia fresquinha", anunciou o cartola à mulher enquanto lhe passava um maço de folhas de papel. "A Federação inglesa mandou um relatório agora à tarde para a Fifa dizendo que não tenho nada com aquilo de pedir suborno para o inglês, lê aí."



Quando chegou a fondue, Teixeira dizia que o documento seria mostrado à imprensa dali a três dias, durante uma entrevista coletiva. "Mas que absurdo. Vão deixar você apanhar até lá?", perguntou Ana. "Tanto faz para mim", respondeu ele. Sua filha mais velha, Joana Havelange, de 34 anos, só escutava a conversa. Ela é loira, alta e gosta de roupas pretas. Foi nomeada pelo pai diretora-executiva do Comitê Organizador da Copa.



Nos almoços e jantares com Ricardo Teixeira (que nunca me permitiu pagar nem um café em sua companhia), todos são instados a dar palpites sobre a burocracia do futebol, sobretudo da Copa, e a comentar fofocas políticas. São raros os momentos de intimidade, como quando a caçula Antônia abraçou o pai e disse que ele era lindo, tinha um cabelo maravilhoso e que não deveria cortá-lo. Derretendo-se, ele deixou a cabeça descansar no ombro da menina.



Quando a conta chegou, Teixeira sacou a carteira Gucci, que só tem cartões de crédito e nenhuma nota de dinheiro. Ajeitou os óculos na ponta do nariz e perguntou, atarantado: "O que é trinkgeld?" Quando soube que se tratava da gorjeta, contou que uma vez teve um cartão recusado porque se confundiu com os números da senha, ainda que o limite fosse de 600 mil reais.



Perto da meia-noite, o grupo andou até a ponte do rio Limmat e parou na frente do relógio da catedral de Fraumünster. Estavam munidos de pedaços de pão velho, trazidos do restaurante, que foram jogados ao vento, caíram e boiaram na água cristalina do rio. "Dou pão aos patos aqui desde 1974", disse Teixeira, suspirando. Na Bahnhofstrasse, ele chamou a atenção da filha: "Toninha, olha esse casaco: mil euros! Eu vou comprar!"


Em 1997, Ricardo Teixeira se separou de Lúcia Havelange e engatou um namoro com a grã-fina Narcisa Tamborindeguy. Logo depois, conheceu Ana Carolina, que estudava administração na Pontifícia Universidade Católica. Ela esperava amigas no bar da El Turf, a boate dele. As amigas não chegaram e o cartola, sem se identificar, disse a um funcionário que pegasse o telefone da jovem de 19 anos. Dias depois, ligou. "Ele não ficou enrolando, disse que não era garoto, que não tinha tempo nem paciência para ficar de paquera e foi logo direto ao assunto", contou Ana Carolina.



Passaram semanas até que ela consentisse em marcar um encontro. Foram jantar e, na hora de deixá-la em casa, beijaram-se. Ela gostou, mas Teixeira deu-lhe um gelo. "Depois daquilo, ele me ignorou totalmente, e aí eu fiquei com a pulga atrás da orelha: quem era ele para fazer aquilo comigo?", disse.



Ana Carolina comentou que mexera recentemente numa caixa de fotos antigas. Ficou surpresa com as mudanças físicas do marido, ocorridas em tão pouco tempo: "O pescoço, a pele, tudo; o cabelo era grisalho e agora é todo branco."



Passaram-se outras tantas semanas até que começassem a namorar. Aí veio Paris. Com um sorriso eloquente, ela lembrou a primeira viagem que fizeram juntos. Jantaram no Jules Verne, o restaurante da Torre Eiffel, e depois, caminhando para o hotel, ocorreu, segundo ela, uma das cenas mais românticas do casamento. "Tinha uma cigana vendendo rosas. 


Ele perguntou quanto era, ela disse que eram 10 francos, acho, ele pegou uma nota de 500, deu a ela e pegou uma rosa", contou, encarando o marido, que ficou todo o tempo de cabeça baixa, examinando algo invisível nas mãos. "Aí, ele pegou a rosa, deu para a cigana, pegou o balde inteiro de flores e me deu." Teixeira continuava vexado. Quando perguntei o que lhe havia chamado a atenção em Ana Carolina, ele não respondeu (para desconsolo da mulher). 


A quatro dias da eleição da nova diretoria da Fifa, uma equipe da Globo foi mandada de Londres para Zurique para fazer uma reportagem sobre os preparativos da Copa. Executivos da Federação, inclusive Teixeira, falaram longamente sobre as obras de infraestrutura no Brasil, a construção dos estádios e as cidades-sede dos jogos. Apesar de todas as denúncias sobre corrupção e suborno, nenhuma pergunta foi feita sobre o assunto pela Globo.



Durante a CPI da Nike, em 2001, a rede levou ao ar uma reportagem no Globo Repórtersustentando que a renda de Ricardo Teixeira era incompatível com o seu patrimônio e padrão de vida. A CBF anunciou pouco depois, do nada, uma mudança no horário de transmissão de uma partida Brasil x Argentina, clássico sul-americano que costuma bater recordes de audiência. Em vez de ser exibido no horário de praxe, depois da novela das oito, o jogo foi marcado para as 19h45.



"Pegava duas novelas e o Jornal Nacional. Você sabe o que é isso?", cochichou-me Teixeira, no Baur au Lac, quando o caso foi relembrado. Como a Globo transmitiu a partida, amargou o prejuízo de deixar de mostrar diversos anúncios no horário nobre, o mais caro da programação. A partir daí, não houve mais reportagens desagradáveis sobre o presidente da CBF na Globo.



Teixeira quis almoçar de novo no Zeughauskeller. No caminho, o celular de Rodrigo Paiva tocou e, do Rio, alguém lhe contou que o prefeito Eduardo Paes havia divulgado que a sede do centro de imprensa da Copa seria na cidade. O anúncio, no entanto, deveria ter sido feito pelo Comitê Organizador, ou seja, por Ricardo Teixeira. O que se falou no carro é impublicável.



Chovia com intensidade e o celular de Paiva não parava. Em outro telefonema, alguém avisou que uma reportagem "bombástica" sobre Teixeira seria exibida, no domingo, na Rede Record. Ele reagiu amaldiçoando a emissora, jornalistas, sites noticiosos e a imprensa toda. Disse que não se preocupava porque o programa da rede da Igreja Universal "dava traço". Achava até bom: "Quanto mais tomo pau da Record, fico com mais crédito na Globo." Ao longo dos dias, porém, teve a sensação de que era injusto tomar bordoadas sozinho por causa de uma briga deletéria entre a Globo e a Record.



Quando o carro entrou na rua do restaurante, disse ao secretário para não se esquecer de "comprar as meias do vice-governador Pezão". No Zeughauskeller, pediu cerveja e o estrogonofe de vitela. Depois, telefonou para o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, para reclamar de Garotinho.



Enquanto comia, disse que estava comprometido "desde sempre" com a reeleição de Joseph Blatter, que disputava com o milionário catariano Mohammed Bin Hammam. A filha Antônia, que saboreava batatas fritas, virou em direção ao pai com uma expressão de não ter entendido direito. "Ué, mas você não quer o Bin Hammam?", ela perguntou. Teixeira fez um movimento brusco com o braço direito por debaixo da mesa. Quis ser discreto, mas a menina protestou, alto: "Ai, pai! Não me belisca!"



Houve um silêncio desajeitado. Teixeira voltou a comer, sua mulher a ler o cardápio e Antônia escreveu uma mensagem no smartphone. A menina passou o telefone para a mãe, que digitou alguma coisa antes de lhe devolver o aparelho. De olho na tela, Antônia riu e disse alto: "Desculpa." 


Teixeira mandou o secretário ligar para Sandro Rosell, presidente do Barcelona, ex-diretor da Nike e seu padrinho de casamento. "Meu querido, boa sorte, tudo de bom, estamos torcendo demais", disse-lhe. No dia seguinte, o Barcelona enfrentaria o Manchester, na final da Copa dos Campeões, em Londres, e Rosell havia convidado os Teixeira a assistir a partida na tribuna. O presidente não aceitou para evitar o assédio da imprensa inglesa.


Eles são amigos desde os anos 90, quando Rosell morou no Rio. Foi nessa época que a empresa se tornou fornecedora oficial do material esportivo das seleções do Brasil e uma grande patrocinadora da CBF. A relação entre a Confederação e a Nike foi investigada na Câmara e no Senado, e ficou meses a fio no noticiário.


"Aquilo só aconteceu para abafar a CPI do Eduardo Jorge: ela estava pronta, mas aí inventaram essa do futebol que, obviamente, ofuscou a outra", disse Teixeira. Ele se referia ao secretário-geral da Presidência, no governo Fernando Henrique Cardoso. À época, Jorge foi envolvido no escândalo de superfaturamento de obras do Tribunal Regional do Trabalho, junto com o juiz Nicolau dos Santos Neto e o senador Luiz Estevão. (Nada ficou provado contra Eduardo Jorge, que processou e ganhou indenização de vários órgãos de imprensa que o acusaram).


"Até o Ronaldo teve que depor na CPI da Nike", prosseguiu ele. "E, no depoimento, um deputado ficou perguntando quem era o encarregado de marcar o Zidane. Isso é coisa para CPI?" Ao final da investigação, Teixeira foi indiciado por treze crimes, entre eles apropriação indébita, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Todos os processos vieram a ser arquivados, a pedido do Ministério Público Federal. "Reviraram tudo e não acharam nada. Foi tudo arquivado. E aí? O Ministério Público é incompetente, então?", disse.


A empresa Match alugara uma sala no hotel para que caciques da Fifa assistissem ao jogo do Manchester contra o Barcelona. Teixeira ajeitou-se numa cadeira na primeira fileira, em frente à televisão. Havia salgadinhos e bebida, mas ele tomou suco. Um cartola uruguaio lhe perguntou detalhes dos times brasileiros e ele respondeu de maneira lacônica: "Santos es muy fuerte. El problema es que sólo tiene dos jugadores","Problema de Palmeiras es que gastó mucho y no ganó nada."


Ao contrário dos outros, que vibravam, comentavam, gritavam e xingavam, Teixeira parecia ver um filme repetido da sessão da tarde. Fez comentários breves sobre os passes errados do Barça, e apertava os lábios quando o time perdia uma boa jogada. No meio do jogo, pegou seu iPad. Quando Messi marcou um gol, mal levantou os olhos por cima dos óculos para conferir o tira-teima.


Ao final, comentou que detestava ver jogo rodeado de "muita gente". Ele já me havia dito que sabia separar o público do privado no que dizia respeito ao gosto pelo esporte. "Eu não sou dirigente torcedor, eu sou administrador", dissera. "Não quero saber quem o técnico vai escalar, não fico de ti-ti-ti com jogador, não chamo jogador para a minha casa."


No dia seguinte, devido às denúncias, o tradicional baile de gala que antecede a eleição do presidente da Fifa foi cancelado. O secretário-geral Jérôme Valcke mostrara à imprensa o documento que absolvia Teixeira da acusação de suborno. Ainda assim, o cartola estava com a cara péssima. "Olha como a imprensa brasileira é escrota!", disse, na varanda do hotel. Pegou o iPad e mostrou três reportagens de sites brasileiros sobre o assunto. Apenas a da BBC esclarecia o caso com detalhes. As demais colocavam o documento sob suspeita, já que era produto de uma investigação de um órgão ligado à Fifa.


"A imprensa brasileira é muito vagabunda", disse. Contou que, certa vez, um site noticiara que ele havia passado o Réveillon em uma estação de esqui. Usara como fonte um porteiro de hotel. "Se eu não estivesse com a minha mulher, esses putos teriam acabado com o meu casamento", falou. 


Às 7h45, João Havelange estava sentado sozinho no saguão do Savoy, esperando seu motorista, que só chegaria às nove para levá-lo à eleição da Fifa. A caminho, falou que comemorava seu aniversário, havia décadas, indo a um circo em Zurique. "O circo é o único lugar do mundo hoje onde ainda há solidariedade", disse. Quando chegou, em frente ao prédio, dez manifestantes exibiam cartazes pedindo "jogo limpo". Havia mais de 500 jornalistas cadastrados, a maior parte ingleses.



Antes de começar a votação da Fifa, Jérôme Valcke avisou aos 203 delegados presentes que deveriam testar a maquininha de voto. Ele faria duas perguntas pró-forma, e os representantes dos países filiados deveriam apertar verde para sim, amarelo para abstenção e vermelho para não. As instruções foram traduzidas em sete idiomas. "Esse Congresso está ocorrendo na Hungria?", foi a primeira questão. Para o espanto geral, 45 delegados responderam que sim. "Foi a Espanha que ganhou a última Copa do Mundo?" No painel, viu-se que sete responderam negativamente.



Aprovaram-se pontos de um novo estatuto, a entrada de novos membros e, motivados pelas acusações de corrupção, mudanças no sistema de escolha dos países para sediar as copas do mundo. Dali em diante, todos os delegados, e não mais só os membros do Comitê Executivo, poderiam votar. O aumento do número de votantes dificultará, em tese, a corrupção, já que haverá muito mais gente para se subornar.



Ricardo Teixeira passou todo o tempo com o fone de tradução no ouvido. Antes de o resultado da eleição ser proclamado, sumiu. Tinha que pegar um voo para o Brasil ainda naquela tarde. Sem adversários, Blatter foi reeleito por mais quatro anos. O primeiro ministro inglês, David Cameron, classificou o resultado de "farsa". 


Era meio-dia quando Ricardo Teixeira atravessou o saguão do Hotel Caesar Park, em Guarulhos, onde a Seleção Brasileira estava concentrada para o amistoso contra a Romênia. O jogo marcaria a despedida de Ronaldo Fenômeno. 


Em uma sala do hotel, ocorreu a cerimônia de entrega de um relógio comemorativo ao jogador, com quem Teixeira estava estremecido. "Você foi o melhor jogador da Seleção Brasileira na minha gestão", disse-lhe o cartola. Na frase, havia uma vendeta particular: o deputado federal Romário, que quisera levar Teixeira a depor na Câmara, havia dito que era ele, e não Ronaldo, o melhor atleta da história recente do Brasil.


A eleição da Fifa ocorrera há uma semana e ninguém mais falava dela. Quando encontrei Teixeira, quis saber se a situação era como dizia o anel de seu amigo Grondona: Todo pasa. Ele riu, botou a mão no meu ombro e disse: "O feio é perder, minha querida. Quando ganha, acabou."


Na saída do evento, o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, contou que o ex-presidente Lula lhe havia dito que não poderia assistir ao jogo de Ronaldo porque tinha de ir a Brasília "resolver essa coisa do Palocci, que está dando a maior merda". Quando alguém comentou que Palocci não se sustentava mais no cargo, Teixeira respondeu: "Por que ele tem que sair? Não tem que sair nada, Palocci não vai sair."



À tarde, a Seleção fez um treino rápido no Estádio do Pacaembu. Ao final, Luiz Gleiser, diretor da Globo, ensaiou Ronaldo: ensinou como ele e seus dois filhos deveriam andar ao entrar no campo, a que horas deveriam correr, quantos minutos depois deveriam se retirar, onde ele deveria falar. Assim, na noite da partida, depois de quinze minutos em campo, duas tentativas de gols perdidas, o Fenômeno se despediu.



Na hora do intervalo, fez um discurso preparado e agradeceu aos torcedores por "terem me aceitado como eu sou". As câmeras e as lentes dos fotógrafos registraram a última imagem do ídolo em campo: suado, gordo e, curiosamente, usando um dilatador de nariz. Em casa, os espectadores da Globo tiveram uma informação complementar: entre a despedida de Galvão Bueno e a chamada do Jornal da Globo, o único comercial exibido foi o do Respire Melhor, o dilatador de nariz que Ronaldo usara sem nenhum motivo. 


Na semana seguinte, Ricardo Teixeira entrou numa sala VIP do Aeroporto Santos Dumont, no Rio, onde embarcaria no jato da CBF para Brasília. Soube que a deputada Ideli Salvatti havia acabado de ser anunciada ministra de Relações Institucionais. "A presidenta sabe exatamente por que quis a Ideli lá", disse ele, em resposta a um comentário estranhando a nomeação.



Na hora da decolagem, olhou pela janela, respirou fundo e fez cinco vezes seguidas o sinal da cruz. Só relaxou quando o avião alcançou a altura de cruzeiro. Alexandre Silveira se sentou à sua frente e começaram a despachar. Eram três pastas com dezenas de cartas, solicitações, convites. A cada uma, o presidente dava uma orientação: "Arquivo", "Recebo", "Manda para o Salim", "Diz que me coloco à disposição". A respeito de um convite para um baile pelo aniversário da rainha Elizabeth, no Copacabana Palace, disse: "Ninguém vai a nada de inglês."



Em Brasília, ele pretendia assistir à cerimônia de posse de três ministros do Superior Tribunal de Justiça. Também esperava se encontrar com Ciro Gomes e Aécio Neves. A um ele chama de "Cirinho", mas quer que o outro seja presidente da República. O vínculo entre o cartola e o senador mineiro é recente. Quando era presidente da Câmara, foi Aécio Neves quem indicou Sílvio Torres para o cargo de relator da CPI da Nike. Torres preparou uma denúncia nutrida e bem concatenada contra Teixeira.



Até a CPI da Nike, a CBF fazia doações em dinheiro para candidatos. Assim, manteve no Congresso, durante anos, a chamada "bancada da bola". Agora, com investimentos previstos de 24 bilhões de reais em obras para a Copa, os políticos o bajulam e pressionam para que ele marque jogos nos seus currais eleitorais. 


Teixeira se aproximou de Lula em 2004, quando a Seleção Brasileira foi jogar no Haiti, numa ação de propaganda para valorizar as tropas nacionais enviadas a Porto Príncipe. Lula passou a recebê-lo, geralmente às sextas-feiras, no final do expediente, para tomar um uísque e conversar sobre futebol e política. Com Dilma Rousseff, a situação mudou: jamais esteve com a presidenta. Quando quer saber sobre os bastidores do Palácio do Planalto, costuma acionar interlocutores em comum, com trânsito privilegiado em Brasília.


Ao entrar no restaurante Gero, num shopping center de Brasília, Teixeira foi cumprimentado pela maioria das mesas: "Oi, presidente!", "Boa-tarde, presidente!"; "Por aqui, presidente", disse-lhe o garçom. "Não tenho a mínima ideia de quem seja aquele baixinho. Tenho que fazer óculos para longe", falou. Nem Ciro Gomes, nem Aécio Neves apareceram. Não estavam na cidade.



Ele pediu nhoque com ragu ("O meu nhoque é muito cozido, tá? Ragu é tipo bolonhesa, é isso?") e uma garrafa de vinho tinto. Um assessor comentou que o sucesso da Copa do Mundo no Brasil seria a prova de sua competência e calaria os inimigos. Teixeira mencionou que já havia conseguido amealhar 300 milhões de dólares, três anos antes do Mundial, enquanto a África do Sul não havia faturado nem 40 milhões de dólares em todo o período dos jogos.



E continuou: "Taí, vai ver que a minha vaidade é essa: ver que as maiores empresas do mundo, a maior de carne, a maior de seguros, a maior cervejaria, o maior banco do país, a maior editora, todo mundo investiu milhões no ladrão, no bandido aqui, numa CBF de merda, num time que só perde, né?" Referia-se aos grandes patrocinadores da Copa no Brasil: Seara, Liberty, Ambev, Itaú e Abril. Entre risadas, contou que, ao voltar de Zurique, mandou cancelar o resumo dos jornais, parou de ver televisão e fuçar a internet. "Não leio mais porra nenhuma, a vida ficou leve pra cacete, tá muito bom", afirmou. 


A cerimônia de posse dos ministros do Superior Tribunal de Justiça foi rápida. Mas havia uma fila de cumprimentos interminável. Ao deixar o plenário, Teixeira foi abordado por uma repórter. "Não dou entrevista", disse, ríspido. Foi informado de que se tratava de uma jornalista da TV Justiça, que só queria saber o que ele achara da cerimônia.


Depois de uma hora em pé na fila, ele começou a sentir dores na perna operada. Uma desembargadora a seu lado puxava assunto sobre as obras para a Copa de 2014. "No que depender de nós, está tudo dentro do prazo", disse. "Estou muito tranquilo, vai dar tudo certo. O Rio está um canteiro de obras; Belo Horizonte, Salvador e Recife, idem. Com dinheiro, se faz tudo", afirmou.


Quis saber sobre a polêmica dos estádios paulistas. "A imprensa é a maior culpada de tudo isso", ele disse. "Por ser toda paulista, passou três anos tentando enfiar goela abaixo o Morumbi. Com isso, atrasaram todos os projetos."


Há outra versão. A de que, na esteira da briga envolvendo o Clube dos 13, a Globo e a Record, Teixeira teria descartado o Morumbi, que pertence ao São Paulo, para atingir o presidente do clube, Juvenal Juvêncio – um de seus detratores –, durante a disputa. Os críticos do presidente argumentaram que, em vez de se gastar o triplo na construção do estádio do Corinthians, o Itaquerão – como ele defende –, bastaria apenas uma reforma para viabilizar o Morumbi.


Teixeira argumentou que o melhor estádio da Copa na Alemanha ficava "no meio de uma estrada e outra estrada". Segundo ele, "Itaquera tem muito mais estrutura do que o Morumbi. Tem trem e metrô na porta".


Como de hábito, responsabilizou a imprensa pela celeuma: "Olha a merda que foi a Copa na França: a Seleção jogou num estádio de 27 mil lugares, ficamos concentrados no meio do nada. E algum jornalista reclamou? Não, né? Afinal, estavam indo para Paris." Quando se falou em aeroportos, ele deixou claro que o problema não lhe diz respeito. "Isso é o governo. E se o governo acha que a Copa não é prioridade, não posso fazer nada. Esse é o SEU país", disse.


A fila andou, mas havia pelo menos mais vinte minutos em pé. Falou-se sobre o goleiro Bruno, acusado de mandar matar a mãe do filho dele. Teixeira acha que há pelo menos cinco jogadores de renome que foram salvos pelo futebol. Se não tivessem se tornado profissionais, teriam sido mortos antes dos 15 anos por terem índole de criminosos. Depois de quase duas horas de espera, os cumprimentos duraram menos de cinco minutos. Mas ele ficou satisfeito: "Foi muito bom, encontrei pelo menos vinte ministros."



Na Base Aérea de Brasília, recebeu um telefonema alertando que a Record anunciava mais uma "reportagem avassaladora" sobre sua vida, naquela noite. Teixeira afastou-se para falar com seu advogado, e perguntava o que exatamente exibiriam no programa. Repórteres haviam feito imagens da sua fazenda, atribuído a ele uma casa em Búzios que não era sua, e mostrado sua casa na Flórida.



Ele mandou o advogado preparar a notificação para um processo. O jatinho taxiava e ele atendeu a mais uma chamada pelo celular. Quando desligou, ficou sentado longe do espaldar da poltrona segurando o telefone na mão. "Alguém está falando do Palocci hoje? Não, né? Se eu renunciasse hoje, eu viraria santo", disse, em tom de desabafo.


Enquanto o avião decolava, tirou os sapatos, esticou as pernas sobre um banquinho de couro creme e fez o sinal da cruz. As luzes da cidade tinham ficado para trás quando rompeu o silêncio: "Em 2014, posso fazer a maldade que for. A maldade mais elástica, mais impensável, mais maquiavélica. Não dar credencial, proibir acesso, mudar horário de jogo. E sabe o que vai acontecer? Nada. Sabe por quê? Porque eu saio em 2015. E aí, acabou."


sexta-feira, julho 08, 2011

As meninas da índia...

 
Imagem: FD21

Ricardo Teixeira sem medo de ser infeliz...



A entrevista de Ricardo Teixeira, Presidente da CBF, a repórter Daniela Pinheiro da Revista Piauí, é um primor de cinismo...

Ricardo Teixeira não poupa palavras e palavrões...

Fala com a certeza de quem saber ser imune e absoluto, pois é ciente que nessas terras, jamais verá se aproximar de sua suntuosa CBF, um Oliver Cromwell e seus Ironsides.

Eis alguns trechos da entrevista de Ricardo Teixeira.


“Não ligo. Aliás, caguei. Caguei montão” (sobre as denúncias da imprensa).


“Já falaram tudo de mim: que eu trouxe contrabando em avião da Seleção, a CPI da Nike e a do Futebol, que tem sacanagem na Copa de 2014. É tudo coisa da mesma patota, UOL, Folha, Lance, ESPN, que fica repetindo as mesmas merdas“.


“Esse UOL só dá traço. Quem lê o Lance? Oitenta mil pessoas? Traço. Quem vê essa ESPN? Traço.” (traço: linguagem utilizada pelos institutos de pesquisa para definir, veículos de comunicação com baixa audiência).


“Que porra as pessoas têm a ver com as contas da CBF? Que porra elas têm a ver com a contabilidade do Bradesco ou do HSBC? Isso tudo é entidade pri-va-da. Não tem dinheiro público, não tem isenção fiscal. Por que merda todo mundo enche o saco?”


“O neguinho do Harlem olha para o carrão do branco e fala ‘Quero um igual’. O negro não quer que o branco se foda e perca o carro. Mas no Brasil não é assim. É essa coisa de quinta categoria” (tentando passar a impressão que no Brasil as pessoas são invejosas).


“Em 2014, posso fazer a maldade que for. A maldade mais elástica, mais impensável, mais maquiavélica. Não dar credencial, proibir acesso, mudar horário de jogo. E sabe o que vai acontecer? Nada. Sabe por quê? Por que eu saio em 2015. E aí, acabou”.


“Só vou ficar preocupado, meu amor, quando sair no Jornal Nacional”.


“Quanto mais tomo pau da Record, fico com mais crédito com a Globo”.


México 3x2 Alemanha...


Uruguai despacha o Brasil, México elimina a Alemanha e fazem a final da Copa do Mundo su-17...


Ontem pela semifinal da Copa do Mundo de Futebol sub-17, brasileiros e uruguaios, mexicanos e alemães, se enfrentaram pelas semifinais do torneio.

No estádio de Guadalajara, o Uruguai diante de 29.315 espectadores, eliminou o Brasil com uma indiscutível goleada...

Alvarez, San Martin e Mendez, marcaram os gols da celeste.

Pesquisando a estatística do jogo, encontrei números bastante curiosos...

O Uruguai chutou 10 bolas para o gol e o Brasil, 27...

Entretanto, Uruguai e Brasil só acertaram a direção do gol 5 vezes cada um e aí, a pontaria uruguaia mostrou ser infinitamente melhor...

Dos 5 chutes em direção ao gol, o Uruguai acertou 3.

O tempo de posse de bola mostrou algum equilíbrio.

Brasil 55% e o Uruguai 45%.


Em Torreón, 26.086 espectadores assistiram o México eliminar a Alemanha num jogo emocionante...

O México abriu o placar aos 3 minutos com Julio Gomez, mas aos 10 minutos, Yesil empatou para os alemães...

Empurrado pela torcida o México teve sempre a maior posse da bola, mas sofreu com os contra ataques do adversário.

Na segunda etapa, a Alemanha virou o jogo com um gol de Can aos 15 minutos...

Porém, o México não se entregou e partiu em busca de um resultado melhor e, aos 26 minutos, Jorge Espericueta, marcou um belo gol olímpico e quando o árbitro já se preparava para encerrar o jogo, Julio Gomez de bicicleta marcou o gol da vitória e da classificação dos donos da casa para a final.

No próximo dia 10, México e Uruguai jogam pelo título e Brasil e a Alemanha disputam o terceiro lugar.

Outro fato curioso foi descobrir que seleção brasileira teve como base, 13 equipes e que dessas 13, 2 são equipes médias: Atlético Paranaense e Vitória de Salvador.

As outras 6 são: Internacional, Cruzeiro, Fluminense, Corinthians, Grêmio, Santos, Vasco da Gama, São Paulo, Flamengo, Palmeiras e Atlético Mineiro.

As equipes que mais cederam jogadores foram o Internacional, 4 jogadores e o Grêmio, 3.



quinta-feira, julho 07, 2011

Bora Bahêêêa - Produtora Colmeia - Projeto Todas as Torcidas, da Petrobras.


Não é o que parece...

Imagem: Imago


Basílio vai fazer muita falta...


Para o ABC, pior que perder Basílio, é saber que dificilmente irá encontrar outro com o mesmo perfil e mesma qualidade.









A bola tratou de fugir do tumulto...

Imagem: Picture Alliance


Boleiros e empresários...


Jogador em meio período.

Por FIFA.com


A carreira de um jogador de futebol de ponta costuma ser curta, mas intensa. Treinos, jogos, viagens e competições ocupam por completo a agenda e fazem com que muitos nem pensem em se dedicar a nada mais até se aposentarem. No entanto, também há aqueles que não estão dispostos a esperar e decidem conciliar o esporte com outras atividades, seja no mundo dos negócios, seja realizando sonhos de juventude (geralmente muito distantes da bola).


Um dos casos mais marcantes é de Fabian Boll, meia do St. Pauli, da Alemanha. Para ele, provavelmente, nunca passou pela cabeça que ser jogador era incompatível com a tradição familiar. Por isso, ele divide o seu tempo entre os jogos e o trabalho na 17ª delegacia de polícia da cidade de Hamburgo — o mesmo número que exibe na sua camisa como atleta do clube. Boll é policial, assim como a sua mulher e como haviam sido o seu pai e o seu avô. Trabalha meio período e, nos fins de semana, folga para disputar os compromissos da equipe, que esta temporada esteve na primeira divisão, mas acabou sendo rebaixada.


E não é só ele. O futebol feminino também conta com outra agente de segurança com dupla jornada. É Sandra Smisek, bicampeã mundial pela seleção alemã e atacante do Frankfurt. Apesar de ter deixado o selecionado nacional em 2008 para poder dedicar mais tempo ao trabalho na polícia, hoje a jogadora ainda defende o clube.


No entanto, nem sempre a diversidade de empregos segue razões sentimentais e, sim, motivos mais triviais. Foi o que levou Roar Strand, ídolo do Rosenborg, da Noruega, a compatibilizar os seus primeiros anos como jogador do clube da cidade de Trondheim com o ofício de limpador de chaminés. A razão foi que o técnico Nils Arne Eggen queria evitar que o sucesso subisse à cabeça do atleta. Considerando os 16 títulos nacionais que o meia conquistou, a estratégia deu resultado.


Empresários de sucesso


Alguns jogadores chegam a mostrar a mesma habilidade tanto dentro de campo quanto no mundo dos negócios. É o caso do ex-zagueiro chileno Javier Margas, que disputou a Copa do Mundo da FIFA França 1998 pela seleção do seu país e foi campeão da Libertadores de 1991 pelo Colo Colo. Desde o começo da carreira de atleta, ele se dividiu entre o esporte e a direção de uma fábrica de concreto. Treinava pelas manhãs e ia à empresa durante a tarde. Porém, não satisfeito, Margas também se iniciou no ramo de motéis, no qual tem uma sociedade com o pai. Atualmente é um empresário de sucesso e não sente falta do futebol.


Às vezes, as constantes idas e vindas, características da profissão de jogador, não facilitam o bom andamento dos negócios. É o que aconteceu ao lateral Cafu, que acabou fechando a sua empresa de guinchos em São Paulo pelas dificuldades em dirigi-la desde a Europa, onde jogava.


Quando um jogador decide investir parte do patrimônio em um negócio, o ramo dos restaurantes costuma ser uma opção comum. Porém, mesmo nesse caso podemos encontrar exemplos curiosos, como o de Steven Gerrard. O ídolo do Liverpool não teve dúvidas em oferecer ajuda financeira para recuperar aquele que sempre havia sido o seu restaurante preferido. Um típico pub inglês? Nada mais distante: se tratava de uma brasserie ao melhor estilo francês em Southport, a poucos quilômetros da cidade onde ele fez fama no futebol.


Outro exemplo é o egípcio Mohamed Zidan, campeão africano com a sua seleção em 2008 e atacante do Borussia Dortmund, atual dono do título alemão. O atacante também tem um moderno restaurante no Cairo, onde você pode tomar um café enquanto se diverte com os amigos em um jogo de Playstation.


Velhos sonhos realizados

Mas, sem dúvida, o prêmio ao negócio mais curioso fica com o italiano Gennaro Gattuso. No ano passado, o jogador do Milan chegou perto de realizar outro sonho de infância, além do de ser estrela do futebol: tornar-se pescador. De família humilde e ligada à pesca, o campeão mundial de 2006 nem precisou deixar a cidade, a 140 quilômetros do mar, e abriu lá mesmo uma luxuosa peixaria chamada "Gattuso & Bianchi".


Outra estrela do futebol que quis voltar às origens é o meia do Barcelona Andrés Iniesta. O autor do gol do título da Espanha na África do Sul 2010 vem há vários anos cultivando os próprios vinhedos, situados em uma região de tradição vinícola muito próxima à sua cidade natal, o vilarejo de Fuentealbilla. No começo deste ano, ele começou a comercializar as primeiras garrafas de vinho branco, com uma série especial que leva o nome da filha, Valeria.


O sucesso no futebol permitiu que o peruano Claudio Pizarro e o francês Robert Pirès se dedicassem a outra grande paixão: a criação de cavalos. Algo parecido fez o argentino Sergio Agüero, que investiu no mundo da velocidade fundando a equipe "Agüero Competición". Com ela, quer dar a oportunidade para que pilotos sem condições financeiras se iniciem no automobilismo.


Mas não podemos terminar esta recapitulação das "outras" profissões e paixões dos grandes nomes do futebol sem olharmos os casos de três jogadores do Campeonato Inglês com dotes artísticos. Eles são Theo Walcott e Andrei Arshavin, do Arsenal, e Rio Ferdinand, do Manchester United.


Walcott se revelou um bom escritor de histórias juvenis. Já publicou quatro romances sobre as aventuras de TJ (álter ego do jogador, que tinha o mesmo apelido quando criança) e a sua turma de amigos, todos integrantes da equipe de futebol da escola Parkview. Mas se a vocação literária de Walcott é interessante, a criatividade do russo Arshavin não deixa por menos. O meia é dono de uma linha de roupa feminina de sucesso no seu país natal e já chegou a desenhar algumas peças.


Ferdinand, por sua vez, é um verdadeiro guru do estilo na Grã-Bretanha, onde dirige e edita a revista virtual #5 Magazine (referência ao número da sua camisa no Manchester), que trata de moda e tendências. Além disso, toca os projetos da sua gravadora de discos, a "White Chalk Music".


Policiais, estilistas, donos de vinícolas... Fica evidente que até mesmo os grandes craques do futebol têm sonhos a realizar e inquietudes que vão muito além do mundo da bola.



quarta-feira, julho 06, 2011

Claro e cristalino, mas não para a árbitra...




Na Copa do Mundo de Futebol Feminino da Alemanha, aconteceu este lance bizarro...

A zagueira da seleção da Guiné Equatorial fez uma bela lambança e a árbitra, com “ciúme”, fez outra ainda maior.

Em lugar do "Oscar", o cartão amarelo...







No jogo entre a Colômbia e o Chile, válido pela Copa do Mundo Sub-20, o jogador Brian Carrasco do Chile, tentou ganhar o Oscar, mas acabou ganhando um cartão amarelo.

Pelo medo na rosto da goleira Dede da Nigéria, a alemã deve ser muito feia...

Imagem: Getty Images


Itamar Franco, um homem digno...


Desde que soube de seu falecimento, vinha pensando em alguma coisa para publicar sobre a morte do ex-presidente Itamar Franco...

Queria deixar registrada minha admiração pelo velho político das Minas Gerais.

Itamar Franco exerceu seu mandato com simplicidade e espírito democrático...

Não buscou como seus sucessores, as luzes dos holofotes e nem tão pouco reivindicou feitos épicos...

Entrou e saiu com a discrição típica dos mineiros e, talvez por isso, tenha quase caído no esquecimento...

Brasileiros e brasileiras adoram os pop stars.

Porém, gostem ou não, foi Itamar Franco que legou ao país o PLANO REAL e deixou para Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, as condições necessárias para alavancar o país.

Hoje, lendo o blog do jornalista José Cruz, me deparei com um texto de Lars Grael, que considerei suficiente o bastante para homenagear Itamar Franco.

A única coisa que lamento é que a morte de Itamar Franco tenha aberto vaga no Senado Federal para o senhor Zezé Perrela, presidente do Cruzeiro EC...

A dignidade de Itamar Franco não merecia tal revés...

Mas, talvez o Senado seja atualmente, um lugar para homens como Perrela.


Itamar Franco

Mais que um presidente, um brasileiro digno.


Por Lars Grael


Com profundo pesar pela passagem do Presidente, Governador e Senador Itamar Franco faço uma análise pela minha ótica simplória.



Político ético e habilidoso, Itamar deixa marca indelével na redemocratização do Brasil.



Sua trajetória nem sempre foi compreendida por todos. 


Meu amigo (companheiro da minha mãe Ingrid), o jornalista Evandro Paranaguá era admirador e fervoroso defensor do último Presidente das Minas Gerais.



Itamar assumiu a Presidência numa das mais graves crises institucionais da República. 


Recuperou a dignidade do governo e do serviço público, e pôs fim ainda, ao fantasma da inflação, ao implantar com seu Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, o Plano Real que gerou a estabilidade e prosperidade econômica ao nosso país.



Em 2001, já como Governador de MG, Itamar tinha uma frágil relação com o Governo Federal. 


Neste momento, o então Ministério do Esporte e Turismo do ministro mineiro Carlos Melles, lançou no Palácio da Liberdade o Programa Esporte na Escola. 


Eu era o Secretário Nacional de Esportes e mentor do programa, mas apenas um coadjuvante numa cerimônia com o ex Presidente, senadores e deputados.


Cheguei tarde a Belo Horizonte oriundo de um voo atrasado de Brasília. 


Para minha surpresa, o cerimonial avisou que o Governador Itamar não começaria a cerimônia sem minha presença. 


Levantou-se para me abraçar e disse num abraço afetivo: “... não começaria a cerimônia sem sua presença. 


Por minha admiração por você e pela minha amizade pelo Coronel Dickson" (meu pai).



Itamar quase caía no esquecimento quando Aécio Neves emprestou seu prestígio político em MG para trazer como dobrada de candidatura, o Presidente Itamar Franco de volta ao Senado Federal.



Já em sua doença desde maio, hipotequei minha solidariedade ao digno Senador do PPS. 


Dona Ruth Hargreaves respondeu-me quanto à felicidade dele ao ler minhas palavras e disse que ele precisaria do meu depoimento e exemplo na sua recuperação.



Hoje após o seu aniversário de 81 anos e 17 anos do Plano Real, Itamar Franco faleceu deixando um exemplo de dignidade, espírito patriótico e coerência democrática.



O Presidente mais bem sucedido, quando o Brasil mais precisou.



Mirem no seu exemplo.


O tempo não se sujeita aos desejos e paixões...



Souza teve um início promissor, uma carreira brilhante e deveria ter sua carreira encerrada com a pompa e a circunstância merecida.

Souza merecia um grande jogo de despedida.

Um jogo do tipo que faz rolar lágrimas no rosto do atleta que se despede, que comove os espectadores e que faz do ingresso comprado, relíquia eterna...

Não houve o jogo que Souza merecia...

Ao contrário, insistiram em manter Souza correndo atrás da bola...

Indefinidamente se possível, desumanamente se necessário...

Afinal, como se esqueceram de “confeccionar”, “fabricar”, “construir” ou formar novos Souzas, então, tentaram criar um super Souza, um Souza além do tempo.

Mas o tempo não se curva a interesses pessoais, desejos e sonhos...

O tempo cumpre zelosamente sua missão, e na hora chegada, retira de cena quem já cumpriu seu papel.

Quem sabe agora, possam descobrir em Souza, um cérebro repleto de experiências e capaz de ajudar ao América a sair do labirinto profundo em que o meteram.





Aquecimento...

Imagem: Getty Images


Santa Cruz 2x1 América...



Pelo andar da carruagem o que antes era esperança, se torna aos poucos, angustia e apreensão.

Ontem, em Santa Cruz do Inharé, o América voltou a perder para o Santa Cruz e pelas palavras do seu novo treinador, Flávio Araújo, o “buraco” além de ser mais embaixo, é sombrio...

“Não vale só força de vontade e fiquei preocupado com o que vi. Não é só posicionamento, qualidade técnica é importante para desenvolver coletivamente. Vamos trabalhar muito para dar uma maneira de jogar ao América”.

Traduzindo: o que Flávio viu nesse jogo, foi apenas a transpiração de um grupo cuja qualidade técnica é questionável.

Os gols foram marcados por Cristiano Tiririca e Maurício Pantera para o Santa Cruz e Mazinho para o América.


O doce e delicado futebol feminino...

Imagem: Getty Images


O mundo real, zomba diáriamente do mundo ideal...


Cai mais um dos castelos construídos nas nuvens por nossos otimistas oficiais e oficiosos...

Nesta terça-feira durante o II Fórum Legislativo das cidades sedes da Copa do Mundo de 2014, Ricardo Gomyde, assessor especial do Ministério dos Esportes, e representante do ministro Orlando Silva no encontro, declarou que as obras do aeroporto de São Gonçalo não ficarão prontas a tempo.

Segundo Gomyde, a Infraero prevê que as obras só estarão concluídas em agosto de 2014...

Portanto, o aeroporto será inaugurado um mês após o fim do mundial.

Antes, caiu o projeto megalomaníaco que seria construído junto com estádio Arena das Dunas.


terça-feira, julho 05, 2011

Taïg Khris, radical...





No último dia 2 (sábado) o patinador franco-argelino, Taïg Khris, bateu o recorde mundial de salto em comprimento com patins em linha...

Khris de 35 anos saltou uma distância de 29 metros e superou a marca de 24 metros do norte-americano, Danny Way.

A proeza foi realizada em Paris e Taïg Khris, saltou de uma rampa colocada na escadaria do Sacré-Coueur e aterrissou em Butte Montmartre, diante de milhares de espectadores.



Esperou embaixo, levou no rosto...

Imagem: Getty Images