Por José Renato Santiago
É verdade que, historicamente,
foram poucos os momentos em que o futebol cearense teve grande destaque
nacional.
As duas maiores equipes do
estado, Fortaleza e Ceará, já chegaram a ser vice-campeãs da Taça Brasil e Copa
do Brasil.
Sim, exceções, que fundamentam
qualquer regra, no entanto fazia muito tempo que o futebol alencarino não vivia
um momento tão ruim tanto dentro como fora de campo.
O ano de 2011 tinha acabado com
três rebaixamentos nos campeonatos nacionais, dois que foram efetivados em
campo e outro evitado de forma torpe.
Na Série A, o Ceará caiu para a
Série B, após “conseguir” o feito de vencer apenas uma partida em casa durante
todo o returno.
Na Série B, o Icasa de Juazeiro
do Norte passou quase todo o campeonato na zona de rebaixamento, de onde não
saiu ao final da competição.
Na Série C, talvez o fato mais
vergonhoso de todos, o tradicional Fortaleza só não foi rebaixado devido a
ridícula sequência de fatos duvidosos nos minutos finais da partida frente ao
CRB. Um papelão!!!
Nada poderia ser pior para 2012,
no entanto, novamente o papelão técnico e moral continua sendo a mote do
futebol cearense.
Primeiro fato lamentável envolveu
outra tradicionalíssima equipe, o Ferroviário que foi rebaixado de forma
inédita e preventivamente resgatado por “irregularidades” envolvendo jogadores
do caçula Crateús.
As vésperas da partida final do
campeonato, o Clássico Rei, entre Fortaleza e Ceará, surgiram denúncias
envolvendo um suposto acerto em partida entre o Alvinegro e o São Caetano pela
Série B de 2009.
Mas, ainda havia mais por vir…
Ao final da partida que deu o
bicampeonato ao Ceará, os dirigentes alvinegros proibiram seus jogadores de
irem levantar o troféu de campeão, sob a alegação que a Federação Cearense de
Futebol tinha arranjado o título para o rival.
Muito embora na final, o
Fortaleza tenha tido um jogador expulso, e o Ceará tenha marcado o gol do
título através de um pênalti, corretamente marcado.
Mesmos motivos utilizados pelos
dirigentes do Leão do Pici a também não irem receber o troféu de vice-campeão
estadual.
Enquanto os clubes cearenses
tentam se acabar, os altos dirigentes e governantes de meu querido estado natal
só têm olhos para a Copa do Mundo e dos benefícios que terão com ela.
Como diria o pernambucano mais
cearense de todos, Luiz Gonzaga:
“…Mas doutô uma esmola a um homem
qui é são, Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão…”
*José Renato Santiago é doutor e
mestre em Engenharia pela Universidade de São Paulo com pós-graduação em
Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing e pode ser contatado
pelo email jrsantiago@jrsantiago.com.br.