domingo, outubro 06, 2013

Relato de Esdras Barros, torcedor diretamente envolvido no incidente de ontem no Maria Lamas Farache...




Antes de publicar a postagem abaixo, tomei todas as providências necessárias...

Solicitei ao autor sua autorização.

Não vou emitir nenhuma opinião...

Deixo que cada um tire suas próprias conclusões.

Conversa iniciada hoje

Fernando Amaral
13:43
Fernando Amaral.
Você me autoriza a publicar sua postagem em meu blog?
Cordialmente, Fernando Amaral.

Hoje

Esdras Barros
18:14
Esdras Barros.
Caro Fernando, desde que seja o texto abaixo, concordo. 
Fiz uma alteração por conta de um erro de digitação e coloquei um comentário meu como PS2.

Eis:

Cara de pau dos dirigentes do ABC Futebol Clube. 

Culpa da PM? 

Só da PM? 

O organizador do jogo tem que ser proativo. 

O que houve hoje foi ganância desenfreada, apenas isso!!! 

Não podiam aumentar o preço do ingresso então decidiram passar dos limites. 

Fui um dos que, após entrar no estádio, saiu sem assistir ao jogo. 

Falei com o promotor Augusto Azevedo. 

Mostrei meu filho de 9 anos.

Ele, educadamente, disse que não sabia o que estava ocorrendo, mas que estava checando.

Pedi que pelo menos me devolvessem o valor do ingresso. 

Ninguém apareceu mais. 

Quis sair, ir embora. 

Indicaram um funcionário chamado de Gordo. 

Este ficou perguntando o motivo de sair. 

Precisava dizer? 

A confusão rolando no campo, e gente entrando. 

Depois de muito, muito tempo, decidiram fechar a entrada, e gente com ingresso na mão teve que voltar.

Ah!

E para sair?? 

As saídas de emergência em frente aos bares estavam FECHADAS COM CADEADO e a chave NÃO ESTAVA COM AS PESSOAS QUE ERAM RESPONSÁVEIS POR FISCALIZAR A ENTRADA.

Alguém perguntou e o Gordo respondeu que "estavam com o cunhado de Jocélio" e não sabia onde esse cidadão estava.

Ora, caramba! 

Povo burro! 

Ainda não entenderam que as tragédias começam assim???

Então, Presidente Rubens, pare de mentir. 

A vitória no jogo de hoje - jogo pelo qual paguei e não assisti, assim como várias pessoas - não pode ser usada para esquecer o Dia da Vergonha Alvinegra. 

O dia em que o ABC mostrou toda a sua incompetência em organizar filas, vender ingressos, prover segurança, etc, para o seu maior patrimônio: A SUA TORCIDA.

Caro Presidente, o senhor trata desta maneira os clientes que entram nas suas empresas? 

Por mim, não compro um Doril nas suas farmácias.

Assinado,

Esdras Barros.

PS1: 

Quis levar meu filho para que ele tivesse uma boa lembrança do ABC, já que iremos morar fora do estado em breve. 

Desisti. 

Não farei o mínimo esforço para que meu torça pelo ABC. 

Torcer deve ser algo que venha acompanhando de boas lembranças. 

Isso não existirá mais. 

PS2: 

Só para esclarecer: por conta de toda confusão, meu filho de 9 anos ficou em choque, chorando e quis ir embora. 

Foi quando falei com Augusto Azevedo, que até me ofereceu a sua cadeira, mesmo sem saber se ela estava disponível para ele naquele momento. 

Antes disso, na entrada, fomos empurrados, tive que colocá-lo nos ombros, entramos na área das cadeiras (apesar de ter ingresso de arquibancada, por orientação da PM, que foi cordata nas várias vezes em que conversei com eles). 

Sou abcedista por opção, meu pai é americano, mas não sou besta. 

Então, idiotas de plantão, parem com essa história de que devemos ser bairristas e torcer pelos times da terra apenas. 

Os dirigentes destes times querem apenas o seu dinheiro.

Segundo a FNF, houve sim superlotação...

Imagem: Site da FNF - Federação-norte-rio-grandense de Futebol


O ABC informou ontem que estavam presentes ao estádio Maria Lamas Farache, 15.636 espectadores entre pagantes e não pagantes...

Já o site da FNF, entidade que comanda o futebol no Estado e legítima representante do nosso futebol junto a CBF, informa que o estádio Maria Lamas Farache, comporta, 15.082 espectadores.

sábado, outubro 05, 2013

Depois do churrasco, o santo caiu no buraco...

Charge: Mário Alberto

ABC 3x2 Palmeiras... 27 rodadas depois, o ABC sai da zona de rebaixamento.



 Parte 1

Antes da partida, em entrevista à rádio Globo, o presidente do ABC afirmou que o aquecimento no gramado do Maria Lamas Farache estava terminantemente proibido...

Justificou que a medida era uma retaliação ao tratamento que o ABC recebia fora do Rio Grande do Norte...

“A Série B é uma guerra e nós não vamos ser os bobos da corte”, disse Rubens Guilherme.

No entanto, diante do Palmeiras, que não é o Boa Esporte, a guerra foi suspensa e os paulistas puderam aquecer sob sol de Natal.

A mudança da ordem peremptória me remeteu a um velho ditado popular que diz: as formigas sabem bem as folhas que podem ou não cortar.

Parte 2

Era para ser uma tarde festiva...

Na verdade, não deixou de ser, mas infelizmente, antes do jogo, um incidente um tanto surrealista quase estraga tudo.

O estádio Maria Lamas Farache, já recebia em seu interior um ótimo público...

No entanto, repentinamente, no portão que fica à direita das cabines uma multidão entrou sem nenhum controle...

Pessoas que já estavam dentro, se recusaram a sair do caminho de quem entrava e em pouco tempo, havia gente espremida no alambrado, gente comprimida no meio do bolo formado e o caos se instalou.

Alguns, escalaram as telas de proteção e saltaram para o campo...

Outros desmaiaram e cerca de 10 pessoas foram atendidas pelos bombeiros com pequenos ferimentos.

Esse tipo de incidente costuma incitar as pessoas a tecer todo tipo de comentário...

Uns lúcidos, outros nem tanto e alguns estapafúrdios.

Porém, o que alguns torcedores disseram demonstra claramente o clima de insegurança que tomou conta de todos aqueles que se viram envolvidos no tumulto...

“Sou torcedora do ABC e estou indignada com a falta de estrutura para receber um jogo como o do Palmeiras. Um time assim não pode pensar em Série A”.

Torcedora nos microfones da rádio Globo.

“Não havia lugar nas cadeiras coisa nenhuma, sei disso pois estava lá. Fui com o meu filho de 9 anos. Tivemos que sair antes do jogo começar. Vi as pessoas pulando o alambrado com a ajuda da PM. Até para sair foi um suplício: AS SAÍDAS DE EMERGÊNCIA ESTAVAM FACHADAS COM CADEADO E O RESPONSÁVEL NÃO ESTAVA COM AS CHAVES. FICAMOS RECLAMANDO E ESPERANDO ALGUÉM APARECER COM A CHAVE PARA PODERMOS SAIR”.

Comentário de Esdras Barros na matéria do UOL Esporte sobre o incidente.

Em ralação a número de policiais presentes ao evento, fui pesquisar...

Segundo levantei, as polícias militares, regulam seus efetivos nos estádios com base nos seguintes critérios:

Para jogos com previsão de até 10 mil torcedores, considerados de pequeno porte, o número de policiais deslocados é de 150 homens...

Esses homens serão os responsáveis pela segurança dentro e no entorno dos estádios.

Nas partidas de médio porte, com público previsto entre 10 e 30 mil pessoas, o efetivo passa a ser de 250 homens que irão atuar dentro e fora do estádio...

Nas partidas consideradas grandes, isto é: público acima de 30 mil pessoas, o efetivo deslocado chega a 450 homens.

Portanto, se o ABC no ofício que enviou a Polícia Militar informou um público previsto, maior que 12 ou 14 mil pessoas e a polícia, deslocou para o Maria Lamas Farache um número inferior a 250 homens, errou...

Entretanto a que se considerar que o Estado do Rio Grande do Norte vive uma greve da Polícia Civil que já ultrapassa os cinquenta dias e que a PM tem deslocados parte de seus efetivos para suprir as lacunas deixadas pelos policiais civis.

O público anunciado ao final do jogo foi de 15.636 espectadores e, a capacidade do estádio Maria Lamas Farache, segundo o Cadastro Nacional dos Estádio de Futebol da CBF, comporta 16.000 pessoas.

Parte 3

Também consultei o Estatuto do Torcedor sobre o a questão segurança...

Eis o que diz:

CAPÍTULO IV

DA SEGURANÇA DO TORCEDOR PARTÍCIPE DO EVENTO ESPORTIVO

Art. 13. O torcedor tem direito a segurança nos locais onde são realizados os eventos esportivos antes, durante e após a realização das partidas. Parágrafo único. Será assegurado acessibilidade ao torcedor portador de deficiência ou com mobilidade reduzida.

Art. 14. Sem prejuízo do disposto nos arts. 12 a 14 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, a responsabilidade pela segurança do torcedor em evento esportivo é da entidade de prática desportiva detentora do mando de jogo e de seus dirigentes, que deverão:

I – solicitar ao Poder Público competente a presença de agentes públicos de segurança, devidamente identificados, responsáveis pela segurança dos torcedores dentro e fora dos estádios e demais locais de realização de eventos esportivos; (...)"

Reparem que grifei a palavra solicitar.

Solicitar segundo o dicionário, significa pedir e um pedido, pode ou não ser atendido.

Portanto, não existe nenhuma obrigação do Poder Público em ceder seus servidores para atuar dentro dos estádios, mesmo que no Brasil seja regra a concordância.

Porém, fora dos estádios,a segurança é obrigação do Estado.

Parte 4

Como não tive acesso ao ofício enviado pelo ABC à PM e não participei de nenhuma reunião sobre como e qual seria o esquema de segurança e trabalho na partida em questão, não tenho como apontar se quem errou foi fulano ou sicrano...

Mas como observador da cena, fiquei com a sensação que tanto fulano como sicrano estão bem aquém dos padrões profissionais exigidos para quem deseja ser valorizado e admirado...

No fundo, fiquei extremamente triste com recibo de amadorismo que fulano e sicrano assinaram diante das câmeras que transmitiam o mico para todo o Brasil.

Parte 5

Este foi o relatório que o árbitro Marcos André Gomes da Penha do Espírito Santo enviou a CBF;

HOUVE ATRASO DE 34 (TRINTA E QUATRO) MINUTOS NO INICIO DA PARTIDA, TENDO EM VISTA QUE, POUCO ANTES DO HORÁRIO PREVISTO PARA INÍCIO DO JOGO, VÁRIAS PESSOAS DO PÚBLICO, INCLUÍNDO CRIANÇAS, COMEÇARAM A PULAR O ALAMBRADO E, CONSEQUENTEMENTE, ADENTRAR NO CAMPO DE JOGO, ALEGANDO QUE ESTAVAM SENDO ESPREMIDAS E CORRENDO RISCO DE MORTE, FACE A QUANTIDADE ELEVADA DE PÚBLICO PRESENTE. IMEDIATAMENTE, MANTIVE CONTATO COM O COMANDANTE DO POLICIAMENTO, CAPITÃO PM ALBUQUERQUE, O QUAL, INICIALMENTE, FALOU QUE PRECISAVA DE MAIS TEMPO PARA TOMAR AS MEDIDAS NECESSÁRIAS E GARANTIR A SEGURANÇA DO EVENTO. DECORRIDO O TEMPO SUPRAMENCIONADO, E APÓS ACOMODAÇÃO DAS PESSOAS EM LOCAL SEGURO, O CAPITÃO PM ALBUQUERQUE ASSEVEROU QUE A PARTIR DAQUELE INSTANTE PODERIA GARANTIR A SEGURANÇA DE TODOS OS PRESENTES. TENDO EM VISTA A GARANTIA RECEBIDA, DEU-SE INICIO À PARTIDA.

Copiado do site da CBF.

Parte 6

Trinta e quatro minutos depois do horário previsto, o jogo começou...

Começou aberto...

O ABC ciente da necessidade de vencer, motivado pelos últimos resultados e cercado por arquibancadas completamente tomadas, foi para frente...

Já o Palmeiras, diferente do jogo contra o América lá no Pacaembu, diminuiu o salto alto, mas não o tirou.

A vontade de ambas as equipes proporcionou aos presentes um jogo movimentado.

Aos 8 minutos, Gilmar, depois de grande jogada de Somália, abriu o marcador para o alvinegro.

Depois do gol, o ABC repetiu a velha receita do futebol brasileiro...

Recuou e deu espaço ao adversário.

Livre da pressão inicial o Palmeiras passou a ter maior controle do jogo, avançou seus homens e começou a martelar a defesa do ABC...

Aos 24 minutos, Alan Kardec, de cabeça, empatou.

Aos 31, Vilson, também de cabeça, desempatou.

Por alguns momentos, o ABC sentiu, mas orientado por Robertos Fernandes os jogadores saíram para o jogo e aos 37 minutos, Gilmar, penetrou na área do Palmeiras e foi derrubado...

Sem pestanejar, o juiz marcou o pênalti.

Rodrigo Silva, aos 39, bateu e empatou.

Na segunda etapa, o ABC não voltou tão bem...

Porém, a vontade superou as deficiências da meia cancha que não conseguia criar e insistia em errar passes.

O Palmeiras percebendo as dificuldades do alvinegro, avançou sua equipe e passou a pressionar...

No entanto a tarde era alvinegra...

Num lançamento na área do Palmeiras, Lino, subiu e colocou a bola no fundo das redes do Fernando Prass...

O estádio tremeu na comemoração dos torcedores.

Daí para frente, o ABC se agarrou ao resultado, lutou com uma garra imensa, respirou aliviado quando o árbitro não marcou um pênalti claro sobre Alan Kardec e suportou heroicamente a pressão palmeirense...

Antes do apito final, um momento de suspense...

Um tiro livre indireto foi marcado dentro da área alvinegra...

Silencio sepulcral...

Mas a bola chutada para fora e o apito encerrando o jogo transformou o silencio numa algazarra típica de dias felizes.