O mito da caverna: o melhor futebol do mundo
Por Juan Silvera
Para o site, Comunicação, Esporte e Cultura
Uma das passagens mais clássicas
da história da Filosofia me encorajou a escrever este ensaio, que
metaforicamente pretende discutir o mito do “melhor futebol do mundo” ou pelo
menos criar uma reflexão sobre a imprensa especializada e sobre a torcida que, num
ato de fé apostólico romano, continua acreditando naquela (a imprensa) e na
supremacia verde amarela; esta responde a interesses midiáticos, mascarando uma
realidade cartesiana.
O ranking da FIFA e os resultados
obtidos pela seleção nacional nas últimas três Copas do Mundo são dados
irrefutáveis.
O mito da caverna
Não é de ontem que a televisão a
cabo (o solde Platão) nos mostra o desenvolvimento do futebol mundial, nos
permite enxergar a verdadeira realidade; a UEFA Champions League, a Bundesliga
e a Premier League, entre outras, onde uma legião estrangeira multirracial (tem
até mulatos e sua ginga) de gladiadores proporcionam belos espetáculos, partidas
emocionantes e incontestáveis lucros financeiros que reforçam (num círculo
virtuoso) a qualidade do espetáculo e todo seu entorno.
Todos os prisioneiros da caverna
(Maracanã ou Mineirão ou Olímpico) somente observam às sombras dos craques, do
melhor futebol do mundo, do mais difícil campeonato nacional do planeta (e mais
deficitário também) e do futebol arte, com média de público inferior a quinze
mil prisioneiros.
Todos iluminados pela fogueira
platônica travestida de TV aberta.
A expectativa era de que o
“Mineiraço”, o prisioneiro libertado que trouxe a boa nova, fosse digno de
credibilidade e iniciasse a desconstrução desse mito de “melhor do mundo”, que
insiste em fazer prevalecer as imagens sobre os conceitos, apesar dos dados.
Nesta reveladora partida, a
supremacia da Alemanha não foi midiática e sim real (7 a 1), mostrando
superioridade em aspecto tático, técnico, de conjunto e principalmente de
equilíbrio emocional, despindo perante os olhos do mundo a realidade que
atravessa o futebol brasileiro.
O apagão generalizado foi o
culpado da derrota segundo a comissão técnica, e, como aconteceu na alegoria da
caverna, ninguém acreditou na realidade revelada pelo sol e enxergada pelo
prisioneiro liberto.
Este “apagão” vem iluminar a
eterna prepotência e arrogância canarinha; nunca o adversário ganha, sempre é
ela que perde.