quinta-feira, agosto 11, 2011

Alemanha 3x2 Brasil...


Imagem: Picture Alliance


A primeira etapa da partida entre Alemanha e Brasil foi alemã, mas o domínio e a posse de bola não chegaram a causar sustos a Júlio César...

Mario Gomez e Podolski, mesmo ainda prestigiados pelo treinador Joachim Löw, não produziram absolutamente nada...

Mario Gomez pela total falta de qualidade e Podolski por ter se mantido longe da área.

Já o Brasil, com Ganso no banco, ficou restrito a um meio campo tosco; cujo único objetivo era marcar e tentar evitar a aproximação dos alemães.

Na segunda etapa, enquanto Mano Menezes insistiu em manter-se na expectativa de vencer através de um contra ataque, Joachim Löwe mudou seus atacantes...

Schürrle, substituiu Podolski e o veterano, mas sempre perigoso Miroslav Klose, entrou no lugar de Mario Gomez...

Mais insinuantes e perigosos ambos passaram – um pela esquerda e ou outro pela direita – não dar boa vida aos laterais brasileiros.

Entretanto, não foi apenas a mudança de nomes que tornou a Alemanha mais efetiva...

Percebendo que o Brasil tinha em Robinho seu homem mais perigoso, pois Alexandre Pato, apesar de voluntarioso, nem de longe é o atacante ideal e que Neymar, de amarelo, some...

Joachim Löwe avançou sua marcação, deu mais liberdade para Kroos, Müller e Götze, liberou Lahn e partiu para vencer o jogo.

Deu certo.

Schweinsteiger de pênalti abriu a contagem...

Götze, depois de receber um passe perfeito de Kroos, marcou um belo gol, ampliando para 2x0...

Só então, Mano Menezes resolveu colocar Ganso na partida, mas de nada adiantou...

Lento, sem ritmo de jogo e apático, o meio campista pouco acrescentou.

No entanto, Daniel Alves sofreu falta no interior da área da Alemanha e o árbitro marcou penalidade máxima...

Robinho converteu.

Logo a seguir, Schweinsteiger aproveitando um arroubo de arrogância de André Santos, tomou a bola do defensor e tocou para Schürrle ampliar para 3x1...

Bem, a partir daí, as equipes começaram a trocar jogadores e o jogo virou uma espécie de fim de treino...

Nesse momento, o Brasil descontou com um chute perfeito de Neymar.

Resumindo: a Alemanha ganhou com justiça e o Brasil de Mano Menezes, aos poucos vai perdendo o respeito dos adversários...

Ah, quem foi ver Neymar, viu Mario Götz, um jovem de 19 anos que mostrou que não necessariamente, um rapazola precisa ser um deslumbrado, cheio de esquisitices e com ares e trejeitos de aspirante a pop star.



Sem chance...


Imagem: Picture Alliance


quarta-feira, agosto 10, 2011

Romário entrevista Andrew Jennings...


Romário fez história no futebol e agora, deputado federal, busca vencer a resistência dos que não acreditavam em sua capacidade além-gramados...

Na estreia de seu blog Romário Deputado Federal (www.romario.org), entrevistou o jornalista escocês, Andrews Jennings, o repórter que fez tremer os alicerces do Comitê Olímpico Internacional e da FIFA, abrindo para o mundo os segredos e os esquemas de corrupção das duas instituições.

Abaixo, a entrevista de Jennings a Romário.


O jornalista escocês Andrew Jennings é repórter investigativo há 30 anos e comanda um programa de grande audiência na TV inglesa BBC.

Depois de investigar a máfia italiana, a corrupção na Scotland Yard (policia inglesa), há 13 anos comprou uma guerra com a poderosa Federação Internacional de Futebol (FIFA).

Passou, então, a ser o principal inimigo dos dirigentes esportivos internacionais.

Descobriu, entre outras coisas, que as eleições internas são compradas, há manipulação de resultados de jogos e negociatas para a escolha de países-sedes da Copa do Mundo.

Reuniu tudo no livro, recém-lançado no Brasil: Jogo Sujo, o Mundo Secreto da FIFA. “São negócios que fariam corar a máfia italiana”, afirmou Jennings.

Romário - Há quanto tempo você vem investigando a corrupção no esporte?

Andrew Jennings - Eu tenho sido um repórter investigativo há 40 anos e 20 anos atrás eu estava investigando a máfia de Palermo e as suas operações na Europa, Reino Unido e América do Norte. 

Um dia, durante as filmagens em Palermo, fiquei frente a frente com um mafioso muito irritado, que nos mandou parar de filmar.


Esta experiência e entendimento de como as famílias do crime organizado operam foi o treinamento perfeito para o próximo alvo - as federações esportivas internacionais. 

Eu pensei que este trabalho não iria durar muito tempo. 

Vinte anos depois ainda estou desenterrando evidências de corrupção - especialmente na FIFA! 

Não tenho dúvidas de que a FIFA é uma família do crime organizado e que Blatter (presidente da FIFA) mantém a sua influência distribuindo fartamente ingressos da Copa do Mundo.

Romário - Por que está tão interessado em Ricardo Teixeira, na CBF e no envolvimento deles na Copa do Mundo de 2014?

Andrew Jennings - Qualquer fã - ou repórter - tem de estar interessado em quem está hospedando a próxima Copa do Mundo e como os preparativos estão indo. 

Após a corrupção na África do Sul quando tantos estádios de futebol desnecessários foram construídos - e os lucros que foram para políticos e empreiteiros corruptos – o Brasil, que ainda tem de superar a pobreza, será analisado pelo resto do mundo. Globalmente, não há confiança na CBF.

Há também pouca confiança nas demonstrações frequentes do secretário-geral da FIFA, Jerome Valcke, de que o Brasil não está se preparando rápido o suficiente. 

Se isso é verdade ou não, de qualquer maneira, observadores internacionais notam a relação calorosa entre Teixeira e Valcke.

O Brasil precisa resistir à pressão da FIFA.

Estou certo de que nos últimos anos, Blatter prometeu a Teixeira que o brasileiro seria o próximo presidente da FIFA. 

Mas com os dois envolvidos em tantos escândalos, isso é menos provável.

Romário - Quem é Ricardo Teixeira, no contexto do futebol internacional?

Andrew Jennings - Poucos fãs fora do Brasil não reconheceriam Teixeira na rua. 

Aqueles que o conhecem veem um homem que se tornou rico e poderoso explorando o futebol brasileiro e a FIFA. 

As notícias internacionais expõem histórias sobre seu envolvimento em contratos duvidosos da Copa do Mundo.

Teixeira está permanentemente envergonhado pelo relatório Dias de 2001 (refere-se ao relatório elaborado pelo senador Álvaro Dias durante a CPI do Futebol), que foi relatado internacionalmente.

"Tricky Ricky” o apelido de Ricardo Teixeira, está agora se espalhando ao redor do mundo.

Romário - Como o Brasil conquistou o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014?

Andrew Jennings - Blatter, o poderoso chefão da máfia, tem que manter seus Subchefes ao redor do mundo felizes. 

Ricardo queria sua própria Copa do Mundo para saquear. 

A melhor maneira de Blatter mantê-lo fiel era deixá-lo organizar a Copa de 2014. 

Depois que a África do Sul foi roubada em 2000, quando perdeu a sede da Copa do Mundo de 2006 - subornos foram pagos em nome da Alemanha – a África ficou furiosa.

Blatter apressadamente introduziu a ideia de girar a Copa do Mundo entre os continentes. 

Em seguida, a África do Sul conseguiu sediar o evento em 2010 e 2014 foi prometida à América do Sul. Vocês (brasileiros) têm que descobrir que negócios foram feitos secretamente entre Teixeira e o resto dos países que formam o CONMEBOL.

Romário - Você se refere aos segredos em Zug? O que é essa história?

Andrew Jennings - Este é o grande escândalo da FIFA, maior do que qualquer outro que a instituição já se envolveu. Um verdadeiro espectro que tem assombrado Blatter, Teixeira e João Havelange na última década.

Nas duas décadas passadas foram pagos grandes subornos por uma empresa suíça de marketing esportivo em retorno por terem sido concedidos contratos lucrativos para a Copa do Mundo FIFA. 

Essa empresa, ISL, foi à falência no início de 2001 e os gângsteres na FIFA têm tentado desesperadamente, desde então, minar as investigações realizadas por promotores criminais.

Romário - Que tipo de suborno estamos falando?

Andrew Jennings - Sentei em um tribunal suíço em março de 2008 e ouvi um juiz revelar que a ISL havia pago cerca de US$ 100 milhões em subornos para obter os seus contratos. 

Os repórteres no tribunal ficaram surpresos com o valor. $ 100 milhões em subornos! 

Esta seria a maior história de corrupção na história da FIFA - e talvez do esporte mundial.

Romário - E as investigações continuaram?

Andrew Jennings - Esse caso tratava como os administradores da ISL tinham se comportado mal. 

As investigações da polícia continuaram em relação aos subornos e o caso foi resolvido fora do tribunal, no verão do ano passado - o anúncio foi feito durante a Copa do Mundo na África do Sul e teve pouca atenção.

A declaração formal do procurador em Zug disse: juiz de instrução Thomas Hildbrand, em agosto de 2008, começou uma investigação sobre alegações de que certos membros do Comitê Executivo da FIFA receberam propina em contratos de marketing. 

“Após cinco anos de investigações os acusados concordaram em pagar CHF 5.5million e o caso foi encerrado”.

Romário - O que isso significa, em poucas palavras?

Andrew Jennings - Os três alvos da investigação tinham que confessar que sabiam sobre os subornos e que dois deles tinham aceitado propinas. 

Pagaram uma parte do dinheiro e, assim, garantiram o sigilo de suas identidades. 

Essa é a maneira suíça judicial de resolução de alguns casos criminais.

Romário - E a história acabou?

Andrew Jennings - Certamente que não. 

Nosso dever como jornalistas da BBC foi para descobrir quem havia admitido tomar o suborno. Sentimos que o mundo tinha o direito de saber.

Romário - Então o que você fez?

Andrew Jennings - Como todo repórter faz, nós fizemos inquéritos confidenciais na Suíça e soubemos muito mais. 

Assim, em 23 de maio deste ano eu apresentei um programa Panorama BBC no qual dei o nome do Ricardo Teixeira e do João Havelange como os dois funcionários da FIFA que haviam admitido ter recebido subornos. 

Eu também denunciei a FIFA - e aqui nós só podemos estar falando de Blatter - admitindo que o dinheiro devido à FIFA, da ISL, tinha sido desviado em subornos.

Romário - Você tem sido justo com Ricardo Teixeira?

Andrew Jennings - É claro. A BBC insiste que qualquer pessoa denunciada em um programa tem tempo suficiente para responder às acusações e nos conceder uma entrevista. 

Para ambos os programas nos quais citamos Teixeira - novembro do ano passado e maio deste ano - enviamos dois e-mails cada vez, informando-o das nossas alegações e convidando-o a participar do programa para contar o seu lado da história.

Romário - Como ele reagiu?

Andrew Jennings - Ele nunca respondeu. 

Ele ignorou e não aproveitou a oportunidade para negar qualquer coisa. 

Ao contrário, ele atacou a BBC e o jornalismo britânico como "corruptos”. 

Isso não é resposta para denúncias tão sérias e graves que estão documentadas.

Romário - Quais são os documentos que você tem para provar que Teixeira e Havelange - aceitaram suborno?

Andrew Jennings - Para o nosso programa em novembro do ano passado consegui uma lista de 165 subornos pagos pela ISL a maioria dos funcionários da FIFA - os US $ 100 milhões. 

Nós mostramos a lista na TV - destacando os nomes de Teixeira e Havelange. 

Nós também temos mais evidências de que Teixeira tinha aceitado cerca de US$ 10 milhões por meio de uma empresa chamada Liechtenstein Sanud.

Romário - Por que foi tão importante?

Andrew Jennings - No relatório do senador Álvaro Dias, de 2001, sobre a corrupção na CBF, o parlamentar brasileiro identificou esta empresa estrangeira (Sanud) como sendo a fonte de dinheiro que foi para Teixeira. 

Mas ele não conseguiu descobrir e rastrear onde Sanud conseguiu o dinheiro. 

Mas nós encontramos - muitas vezes - na lista de propinas pagas pela empresa ISL. 

Assim, o dinheiro era lavado da Suíça para Liechtenstein e depois para o Brasil. 

Continua sendo uma decepção que o Ministério Público brasileiro não tenha agido sobre o as revelações do relatório apresentado pelo senador Álvaro Dias.

Romário - O que pode acontecer agora?

Andrew Jennings - Investigamos e descobrimos que na lei suíça, é possível obter o relatório secreto da polícia revelando quem recebeu o suborno. 

Agora temos de convencer um tribunal suíço que é de interesse público a divulgação desta evidência. 

Isso vai acontecer - há um precedente legal importante.

Romário - O que você está fazendo para provar que Teixeira é um dos que aceitaram suborno?

Andrew Jennings - A BBC e alguns meios de comunicação suíços - e eu acredito que um jornal brasileiro - começaram um processo judicial formal na Suíça. 

O Ministério Público em Zug diz que está preparado para divulgar as provas, mas ele está sendo contestado pelos homens acusados. 

Eles (os acusados) estão gastando grandes somas com advogados suíços para argumentar contra a publicação desta informação.

Parte do processo é que nos são dadas cópias das razões pelas quais a publicação está sendo bloqueada.

Os advogados suíços dizem que seus clientes sofreriam "cobertura negativa da imprensa." 

Sua reputação seria "danificada irreparavelmente." 

Eles podem até sofrer 'roubo ou sequestro. 

"Estas cartas, judicialmente legais, identificam a FIFA, mas os outros dois homens são chamados de B2 e Z”. 

A partir das descrições dadas temos evidências adicionais de que eles são Ricardo Teixeira e João Havelange.

Romário - Quanto tempo levará para o relatório secreto ser revelado?

Andrew Jennings - Pode demorar até 12 meses. 

O tribunal de Zug nos apoiou em 24 de maio, e agora os bandidos estão apelando para a próxima esfera. 

Eventualmente, ele vai acabar no Supremo Tribunal de Lausanne e estamos confiantes de que vamos obter os documentos e os culpados serão expostos.

Romário - Qual é a importância disso? O último suborno foi pago no início de 2001?

Andrew Jennings - As implicações são enormes. 

FIFA e os dois brasileiros serão expostos como bandidos. 

O mundo vai aprender que o homem encarregado da Copa de 2014 é corrupto. 

O dano à reputação do Brasil será imensa.

Romário - O que o Congresso do Brasil e o governo brasileiro devem fazer?

Andrew Jennings - É o momento para a presidente Dilma Rousseff tomar medidas para encerrar este escândalo. 

Meu conselho é que ela deve chamar Teixeira e dizer: 'Por favor, venha ao meu escritório - e traga todo o processo que corre na Suíça com você. 

“Eu quero ver esse relatório secreto e toda a correspondência na qual você está tentando bloquear da divulgação da mídia de alguma coisa de que você está sendo acusado de ter feito”.

Romário - E se ele se recusar?

Andrew Jennings - Então ele deve ser despejado rapidamente de qualquer parte da organização de 2014.

E deve ir com sua família e aliados. 

Uma faxina no Comitê Organizador Local. 

Há uma abundância de talento no Brasil para substituí-los e produzir um grande torneio com o orçamento disponível.

Romário - O que mais pode ser feito?

Andrew Jennings - O Congresso Nacional também deve pedir para ver estes documentos suíços. 

E o Governo, por meio do Ministério das Relações Exteriores, também deve requerer junto ao governo suíço que os documentos se tornem públicos. É do interesse nacional do Brasil saber o que está acontecendo.

Romário - Ricardo Teixeira afirma que a BBC é controlado pelo governo britânico.

Andrew Jennings - Isso é um absurdo e ele deve saber isso. 

A BBC é totalmente independente de qualquer governo. 

Você deve se lembrar de que, quando estávamos preparando o nosso programa em novembro do ano passado, o primeiro-ministro britânico David Cameron nos atacou por causa dos danos que poderíamos causar à candidatura dele na Inglaterra. 

Ele pareceu não compreender que a Inglaterra não pagar subornos, nunca poderíamos vencer.

Romário - Mas Ricardo Teixeira também diz que seus programas na BBC que o identificam como corrupto representam uma vingança porque a Inglaterra perdeu a sede da Copa do Mundo de 2018?

Andrew Jennings - Isso é um absurdo. Fizemos nosso primeiro programa expondo a ISL subornos aos altos funcionários da FIFA em Junho de 2006! 

O segundo programa, sobre as propinas pagas pela Alemanha, foi exibido em 2007 e o primeiro a identificar Ricardo Teixeira foi transmitido em novembro passado, três dias antes da votação para 2018 e 2022. 

Nosso dever como livre e independentes jornalistas britânicos foi para avisar o que iria acontecer na votação. 

E assim foi. 

E, claro, nós fizemos esses programas para demonstrar para a Inglaterra e para o resto do mundo que a única maneira de ganhar o direito de sediar o torneio é pagar subornos.

Romário - Algo mais a acrescentar?

Andrew Jennings - Adoro visitar meus amigos no Brasil e estou ansioso para um grande torneio no Brasil, em 2014, com o Ricardo Teixeira fora da organização. 

E que todos os orçamentos sejam públicos - para evitar a corrupção. 

Assim teremos uma grande festa!







Ok, se não pode ser por aí, eu vou por aqui...


Imagem: Imago

Nas entrelinhas...


“O que vem acontecendo com o nosso time é uma situação normal dentro de uma competição longa como é a série B. Aliado a isso, temos um elenco reduzido e alguns jogadores que foram contratados, não corresponderam, seja por falta de oportunidades ou uma maior sequência de jogos”.

Frase acima foi pinçada do blog do Ricardo Silva e segundo o blogueiro, dita por Flávio Anselmo, vice-presidente de futebol do ABC.

Lida rapidamente, é uma explicação...

Lida atentamente, descobre-se uma insinuação.

Se não, vejamos:

Quando se refere aos jogadores que foram contratados, Anselmo, segundo o texto publicado por Ricardo Silva, diz o seguinte: “...e alguns jogadores foram contratos, não corresponderam, seja por falta de oportunidades ou uma maior sequência de jogos”.

Entenderam as entrelinhas?

Não?

Vamos lá então:

Quem é que dá oportunidade para um jogador jogar?

Quem é que proporciona ao jogador uma maior sequência de jogos?

Agora ficou claro?


terça-feira, agosto 09, 2011

Na íntegra a final da Copa do Mundo de 1958 - Agora, você pode dizer que viu.

Pela fisionomia dos pequenos torcedores, dá para perceber quem venceu o jogo...



Imagem: Imago

Victor Hugo não jogou, mas foi a primeira baixa depois do empate com o Icasa...


O meia Victor Hugo foi dispensado do ABC...

Segundo o próprio jogador, o motivo alegado é de que ele não seria aproveitado pelo treinador Leandro Campos...

Para ser exato, Victor Hugo utilizou em seu Twitter foi a seguinte frase: “o treinador falou que eu não jogo com ele”!

Cabem então, alguns questionamentos...

Victor Hugo foi contratado de comum acordo com Leandro Campos, ou foi imposto ao treinador?

Se houve aquiescência de Leandro Campos, que motivos o levaram a não querer utilizar Victor Hugo?

Se não houve a tal aquiescência, porque então, Leandro não foi à direção do clube e simplesmente pediu que o dito ficasse pelo não dito e a contratação fosse cancelada?

Aceitar uma “imposição”, e depois, por birra, “descontar” no atleta, não me parece algo justo e, quero crer, não combina com a imagem que tenho do treinador.

Por fim, se o problema todo se restringir apenas a uma possível falta de qualidade do atleta, por que se demorou tanto para tomar a decisão de rescindir o contrato de Victor?


domingo, agosto 07, 2011

Vale tudo...


Imagem: Laci Perényi


Politicamente correto...


Não sofra com o patrulhamento dos politicamente corretos: ao se referir a um torcedor do Flamengo... diga assim: ali vai um rubro afrodescendente!









Podem "chiar" a vontade, esse gol vocês vão ter que engolir...


Imagem: Picture Alliance

Agora sim...


Ainda bem que as vitórias voltaram a alegrar os torcedores do América: a coisa andava tão feia, que eles estavam comemorando até engarrafamento.








Pô, vai ficar só olhando?


Imagem: Picture Alliance


Simplificando...


O problema do ABC não é treinador...

O problema do ABC é elenco.

A equipe alvinegra tem a conta do chá e só...


Fica calmo; aqui os clubes não dependem do SUS...


Imagem: Picture Alliance


Se os princípios nada valem, imagine todo o resto...


Nos “Princípios Editoriais” publicados pelas “Organizações Globo”, a letra “D” da Seção “I” chega a ser hilária...

“Não pode haver assuntos tabus. Tudo aquilo que for de interesse público, tudo aquilo que for notícia, deve ser publicado, analisado, discutido”...

Esse é o famoso, “o que eu digo, não corresponde ao que eu faço”...

Afinal, o que é mais uma hipocrisia no país dos hipócritas?



Me pegue se puder...


Imagem: Picture Alliance


Com leis assim, fica fácil...


Imagem: Autor Desconhecido - Todos os Direitos Reservados


Marginais viajaram livremente de Maceió até Goianinha...

Lá, policiais resolvem dar um “bascolejo” na rapaziada e encontram armas, drogas e farta munição...

Diante do fato, a polícia faz o que deve ser feito e encaminhou os “torcedores” à delegacia.

Entretanto, como vivemos no país do faz de conta, das leis frouxas e dos valores invertidos, o delegado, segundo informações da imprensa tomou as seguintes providências:

Lavrou um auto de infração, abriu um inquérito e liberou todo mundo mediante pagamento de fiança...

Enfim, os meninos de Alagoas, viraram as costas e foram embora...

Ah, sabe quando eles vão voltar a Goianinha para depor no tal inquérito policial?

Nunquinha.


sábado, agosto 06, 2011

Bastou um azul para complicar os cinco vermelhos...


Imagem: Imago


ABC 1x1 Icasa...


Jogando no Maria Lamas Farache, o ABC fez um primeiro tempo melhor que seu adversário...

Isto é, reteve mais a bola e atacou mais...

Porém, a torcida alvinegra só pode comemorar aos 26 minutos, quando Cascata, recebeu um passe de Leandrão, achou o espaço necessário e chutou de forma certeira contra o gol do Icasa para abrir o marcador.

Para quem esperava um ABC mais tranquilo, o que veio a seguir, assustou...

Marcus Vinicius que acabara de receber um cartão amarelo fez uma falta tosca e desnecessária, recebeu o segundo amarelo e foi expulso.

Na segunda etapa, o ABC voltou encolhido, assustado e acabou totalmente dominado pelo Icasa...

Sem ser incomodada, a equipe cearense buscou insistentemente o gol de empate...

Aos 42 minutos, Ramon de fora da área mandou a bola para o fundo da rede de Wellington e empatou o jogo.

No final, o placar acabou sendo injusto para o Icasa.

Agora, cabe uma pergunta: o Icasa é tão perigoso assim, a ponto de fazer o ABC se encolher tanto?


Depois de falhar, só restou ao goleiro olhar...


Imagem: Imago

América 4x0 CRB...


Inegavelmente, Flávio Araújo deu ao América o que o América precisava para enfrentar seus adversários no Grupo B da Série C do Campeonato Brasileiro.

Flávio chegou de mansinho, sem alarde, sem discurso pré-preparado e com o único objetivo: por ordem na desarrumação...

Observou o elenco a sua disposição, dispensou quem achou ser dispensável, indicou quem imaginou ter o perfil necessário para somar aos que ficaram e foi à luta.

Venceu três partidas, somou nove pontos e está a passos de classificar a equipe rubra para a fase seguinte.

No jogo de hoje frente ao CRB de Alagoas, o América impôs sua forma de jogar e com gols de Marinho, Max, Wanderley e André Neles, resolveu a questão.

Já o CRB, como os adversários anteriores, mostrou pouca qualidade técnica e assim como o Campinense, abdicou de jogar...

Os alagoanos vieram fechados, mas sem um meio campo capaz de controlar o jogo e criar qualquer jogada, ficou impossível armar contra ataques eficientes.

Depois dos 4x0, com 9 pontos e levando vantagem em todos os critérios de desempate, o América dificilmente deixará de disputar a fase seguinte.

Em Fortaleza, o Fortaleza venceu o Guarany de Sobral por 3x1, depois de estar perdendo por 1x0.

O resultado tira o Fortaleza da última colocação e coloca o tricolor, novamente na disputa.

Os gols foram marcados por Eliomar para o Guarany e Esley, Carlinhos Bala e Guto para o Fortaleza.


sexta-feira, agosto 05, 2011

Sai, sai, sai...


Imagem: Picture Alliance


José Rocha reagiu e lançou seus dados...


O anúncio feito pelo América Futebol Clube sobre a decisão de construir seu estádio em Parnamirim, onde está localizado o Centro de Treinamento Abílio Medeiros, de forma solitária pelo Presidente do Conselho Deliberativo do Clube, Desembargador, José Vasconcelos da Rocha, me pareceu muito mais uma reação aos últimos acontecimentos do que qualquer outra coisa...

Explico:

A novelinha “Aluga, não Alugo” com seu roteiro maçante, seus atores enfadonhos e com ares de Luz Clarita, Lupita, Kassandra e outras “obras inesquecíveis da TELEVISA”, impôs ao América uma humilhação pública desnecessária e isto, com certeza, irritou o Dr. José Rocha e outros dirigentes do clube.

Era preciso reagir e foi exatamente o que fez o Desembargador José Rocha ao fazer o anúncio de sua decisão pessoal de iniciar o processo, que segundo ele, finalmente dará ao clube de um lar.

Porque insisto na palavra reação?

As circunstâncias da entrevista me deram os elementos para chegar a tal conclusão.

Fosse algo pensado, planejado e totalmente estruturado, o anúncio teria sido projetado para alcançar uma dimensão e um impacto muito maior...

Haveria pompa, convidados, luzes, câmeras, microfones e tudo o que é corriqueiro em situações assim.

Um evento bem montado ganharia manchetes, projetaria nacionalmente o clube e consequentemente, servira como ferramenta para que os responsáveis pelo programa “Sócio Dragão”, alavancassem as vedas junto à torcida rubra.

Entretanto, não foi assim que aconteceu...

O Desembargador José Rocha, irritado com a humilhação que a tentativa de negociação com o ABC, visando o aluguel do estádio Maria Lamas Farache acabou impondo ao América, certo que nada pode esperar do governo estadual e municipal em relação à reforma do Juvenal Lamartine ou a construção de um novo estádio alternativo e, ciente do recuo do empresário Paulo de Paula nas negociações envolvendo a “Arena do Dragão”, cansou e chamou para si a responsabilidade...

Foi uma atitude temerária, mas nem por isso, deixou de ser corajosa.

José Rocha sabe que construir um estádio não é tarefa fácil...

José Rocha sabe que ter a área necessária por si só, nada representa...

É preciso haver dinheiro: dinheiro que segundo palavras do próprio José Rocha, o América não tem.

José Rocha sabe que apelar para o torcedor é apenas um jogo, pois ele sabe bem, quem e quantos vão arregaçar as mangas, suar a camisa e abrir os bolsos quando chegar a hora de se postar no centro da rua principal e enfrentar o duelo com esse gigantesco desafio.

Seja lá como for o anúncio foi feito e até data para uma prévia inauguração foi marcada...

Agora, só resta ao Desembargador José Vasconcelos da Rocha, abrir a janela de seu apartamento, olhar o céu estrelado e dizer para si mesmo: Alea jacta est!


Xô bola...


Imagem: Picture Alliance


Preço dos ingressos na Premier League 2011/2012...


Caso você faça parte de algum intercâmbio com alguma universidade inglesa, ou conseguiu um emprego nos domínios de sua majestade ou então, tenha dinheiro o bastante para apenas passar uns meses flanando pela loira Avalon e seja tarado por futebol, prepare-se...

Entre as muitas diferenças que irá presenciar nos assuntos ligados a bola, uma delas é que na Inglaterra o livre mercado existe e dá certo.

A BBC Sport Survey, realizou um estudo sobre os preços dos ingressos para os jogos da Premier League da temporada 2011/2012...

Bem, para os que costumam subir no cajueiro e mirar o horizonte além-muros, o assunto não será nenhuma novidade, pois no velho continente, a maioria dos clubes adotam a velha regra capitalista que diz: quanto melhor o produto, maior será seu custo e, vice-versa.

A coisa funciona assim:

Cada clube estipula um preço mínimo e um preço máximo a ser cobrado pelos ingressos em seus jogos...

Lá não existe preço único.

O ingresso é cobrado de acordo com o tamanho de quem joga, com as condições de conforto de cada estádio, com a localização de sua cadeira e é claro, levando-se em conta a posição na tabela e a importância do jogo na competição.

Europeus e americanos consideram uma heresia, banalizar e desqualificar um espetáculo em nome de uma falsa justiça.

Portanto, uma partida envolvendo “Lá vai bola FC x AC Entristelhence”, ou “AD Nóis é liso mais joga x EC Caímos e vamos subir”, será sempre acessível ao bolso do torcedor apaixonado por tranqueiras como essas...

Entretanto, se a partida reunir equipes de ponta, a coisa fica mais salgada.

Algo que me parece lógico, pois um Jaguar sempre será mais caro que um Corsa e um show do U2, jamais irá custar o mesmo que um show da banda calcinha rasgada versus cueca puída.

Pois bem, voltando ao nosso viajante imaginário, aí vão os preços mínimos e os preços máximos cobrados pelas 20 equipes que disputam a Premier League este ano.


01  Arsenal: mínimo 40,14 € - máximo 114,70 € - média 77,42 €
02  Tottenham Hotspurs: mínimo 35,56 € - máximo 91,76 € - média - 63,66 €
03  Chelsea: mínimo 26,95 € - máximo 99,79 € - média 63,37 €
04  Liverpool: mínimo 44,73 € - máximo 55,06 € - média 49,89 €
05  Manchester United: mínimo 32,12 € máximo 63,08 € - média 47,60 €
06  Fulham: máximo 22,94 € - mínimo 68,82 € - média 45,88 €
07  Norwich City: mínimo 32,12 € - máximo 51,61 € - média 41,86 €
08  Stoke City: mínimo 28,67 € - máximo 51,61 € - média 40,14 €
09  Swansea City: mínimo 40,14 € - máximo 40,14 € - média 40,14 €
10  Aston Villa: mínimo 24,09 € - máximo 53,91 € - media 39,00 €
11  Everton: mínimo 28,67 € - máximo 48,1 - € média 38,42 €
12  West Bromwich Albion: mínimo 28,67 € - máximo 48,17 € - média 38,42 €
13  Manchester City: mínimo 28,67 - € máximo 48,17 € - media 38,42 €
14  Sunderland: mínimo 28,67 € - máximo 41,29 € - média 34,98 €
15  Wolverhampton mínimo 22,94 € - máximo 45,88 - € média 34,41 €
16  Bolton Wanderers: mínimo 25,23 € - máximo 40,14 € - media 32,69 €
17  Blackburn Rovers: mínimo 11,47 € - máximo 42,44 € - media 26,95 €
18  Newcastle United: mínimo 11,47 € - máximo 42,44 € - média 26,95 €
19  Wigan Athletic: mínimo 17,20 € - máximo 34,41 € - média 25,81 €
20  Queens Park Rangers: mínimo - valor não divulgado - máximo 40,14 €

Fonte: Futebol Finance.

quarta-feira, agosto 03, 2011

Um acerta o tornozelo, outro empurra e o resto corre atrás da bola...


Imagem: Getty Images


Criatividade lusitana rende pontos e liderança na Série B...


O sucesso da Portuguesa de Desportos na Série B, não está apenas ligado ao seu elenco ou a capacidade profissional de seu treinador...

É claro que esses dois fatores tem fundamental importância, mas um terceiro fator tem sido a mola mestra para impulsioná-los...

Funciona assim:

Por cada vitória, em casa ou fora, são pagos R$ 1 mil para cada jogador.

Em caso de empate, apenas fora de casa, mais R$ 500.

Porém, os jogadores só recebem se atingirem uma média de pontuação, espécie de meta.

Se em seis jogos não fizerem pelo menos onze pontos, perdem o direito de receber a premiação.

Por que os dirigentes da Lusa chegaram a este calculo específico?

Simples.

No campeonato cada equipe disputa 38 jogos, podendo então atingir 114 pontos.

Calcula-se que para obter o acesso à divisão principal, somar 66 pontos seria suficiente.

Portanto, seis sequências de seis partidas, com 11 pontos cada, sobrando ainda dois jogos de lambuja.

Fonte: Blog do Paulinho.




terça-feira, agosto 02, 2011

Final combat...


Imagen: Getty Images


Na Terra do Faz de Conta, o todo mundo faz de conta...


O jornalista Victor Birner, em seu blog (http://blogdobirner.virgula.uol.com.br/), fez um interessante levantamento sobre o evento realizado na Marina da Glória no Rio de Janeiro para o sorteio dos grupos das eliminatórias da Copa do Mundo de 2014...

O governo Estado do Rio de Janeiro gastou cerca de 30 milhões de reais numa festa que durou duas horas...
Portanto, foram gastos 250 mil por minuto e 4.166,66 reais, por segundo.

Rico e sem nenhum problema social ou de infraestrutura, o Rio de Janeiro esbanjou dinheiro em luxo, glamour e todo o tipo de mordomias para políticos, cartolas, celebridades e puxa sacos de plantão...

E o povo?

Empregado, bem alimentado, com escolas de primeira qualidade e sua saúde e segurança absolutamente garantidas, curtiu os bares, as praias e amou poder ver a cidade maravilhosa nas páginas de jornal e telas de TV do mundo inteiro...

Na Terra do Faz de Conta, o povo é feliz, pois sabe que seu futuro está em boas mãos.

Afinal, ninguém melhor que o brasileiro, sabe escolher seus representantes na hora de votar.


Esqueceram de mim...


Imagen: Getty Images


O tempo não está interessado em devaneios...


Oficialmente, Natal foi anunciada como uma das 12 cidades-sedes do mundial de 2014, no dia 31 de maio de 2009...

Mais de dois anos se passaram e ainda se discute sobre ombros de quem deve pesar a responsabilidade pela falta de um estádio alternativo em Natal.

Para ser totalmente verdadeiro, o problema se arrasta desde o dia 4 de junho de 1972, quando o Estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado (Machadão) foi inaugurado – de lá até cá, jamais se pensou nessa possibilidade...

O Machadão visto como a redenção do futebol norte-rio-grandense e símbolo de sua pujança – mesmo que nunca tenha sido concluído –, havia chegado para ficar e com ele, segundo se imaginou todos os problemas estavam resolvidos...

Não estavam.

Ninguém imaginou dias cinzentos.

No Brasil não se imagina dias cinzentos, quando alguém ousa tocar em tal possibilidade, logo é acusado de pessimista, derrotista, fracasso-maníaco ou de sofrer da síndrome do vira-lata...

Nessas terras banhadas pelo mar e iluminadas pelo sol, desejos e decretos resolvem tudo, mas caso não seja bem assim, logo aparece um espertalhão e cria um embuste, um “jeitinho” e todos aplaudem a manobra...

Somos todos, mesmo sem saber, personagens da Terra do Faz de Conta.

E, foi fazendo de conta que tudo estava em seu lugar, que seguimos radiantes com o novíssimo Machadão.

O Juvenal Lamartine foi deixado à própria sorte e de berço da história do nosso futebol, passou a ser moradia de baratas e ratos.

Até mesmo um velho bode passou anos a caminhar sereno e tranquilo pelo gramado que um dia viu desfilar os nossos primeiros ídolos, a podá-lo como se máquina de cortar grama fosse.

Mas, quem se importava afinal?

Ninguém!

O Machadão lá estava e era o grande orgulho da cidade e de seu futebol.

Essa era a palavra de ordem, o chavão ufanista cantado em prosa e verso pelos líderes da época e reverberado exaustivamente pelos animadores de plantão sempre prontos a dar seu quinhão de colaboração para tornar a manada dócil, satisfeita e crédula que Deus, os Orixás e todos os espíritos do bem que vagueiam pela terra, são brasileiros e votam sempre na situação.

O Machadão, era lindo, era grande, era moderno e nos colocava no primeiro escalão do mundo da bola.

O tempo voou e passou...

O futebol brasileiro saiu dos feudos estaduais e se nacionalizou...

Nossas equipes, mal ou bem, entraram na disputa.

Era preciso estar pronto, ter uma alternativa, caso algum imprevisto atingisse o colosso de concreto chamado Machadão...

O Alecrim vitima de um gerenciamento personalista, amador e de curta visão, perdeu sua capacidade de investir...

O clube ainda hoje, luta para se manter vivo: construir um estádio é delírio que nenhum alecrinense pode se dar ao luxo de ter.

O América teve sua chance...

Foi lá pelos idos de 1999, quando vendeu o Estádio General Everardo...

Mas, salvo honrosas exceções, prevaleceu a arrogância e o estádio foi trocado pela construção do Centro de Treinamento Abílio Medeiros, que chegou a ser tratado na época por alguns, como Centro Internacional de Treinamento Abílio Medeiros (quem criou tal adjetivo, certamente nunca foi sequer a Bolívia).

 A ideia era segundo seus defensores, transformar o CT numa fábrica de craques e, concomitantemente, atrair para Natal clubes europeus para realizar no local, suas pré-temporadas...

O mais triste é que teve muita gente boa que acreditou que formar craques era tarefa corriqueira, barata e de fácil colheita...

Talvez essas pessoas ainda estivessem influenciadas pela carta de Pero Vaz de Caminha, que dizia: “Nessa terra, em se plantando tudo dá”.

O pior é que muitos acreditaram que bastava mandar um folder ou fazer uma visitinha a Europa e logo, haveria filas de times do velho continente a tentar sua inscrição na longa lista de espera por uma vaga para treinar sob o sol de “Parador”.

No final, nem craques, nem o Rosenborg, nem o AIK Stockholm, nem o KB Kobenhavn, nem o Ilves Tampere e nem qualquer outro clube europeu, veio se bronzear por essas plagas.

Sol por sol, essas equipes preferiram continuar a frequentar a costa croata, italiana, francesa ou as cidades africanas banhadas pelo mediterrâneo.

Natal é longe demais...

E, se alguém se der ao trabalho de pesquisar, vai descobrir que o que não falta na Europa são hotéis, estâncias e locais prontos para receber com conforto e infraestrutura qualquer equipe de futebol.

Mas e daí?

Devem ter pensado os dirigentes americanos...

Agora, não podemos investir em nossas categorias de base, pois temos que contratar times capazes e vencer competições – afinal, futebol é resultado e nossa torcida é exigente –, um dia o faremos e até lá, com um pouco de sorte, surgirá um Souza a cada dois anos.

Se os clubes europeus não se interessaram, devem ter dito: azar o deles!

Mal sabem que o que estão perdendo...

Vão deixar de passear nas dunas, ir ao circo da folia, curtir o forró com o turista, pegar um bronze em Ponta Negra e o pior: nunca vão poder contar que participaram do maior carnaval fora de época do mundo.

Foi mais ou menos assim, que o estádio rubro virou fumaça.

Veio então o ano de 2006...

O ABC apostou suas fichas na construção de seu estádio...

Surgiu o Maria Lamas Farache...

Enfim, Natal tinha seu estádio alternativo.

Mas, um pequeno detalhe foi esquecido...

O estádio recém-construído era particular e para seu proprietário, o ABC, o Maria Lamas Farache não era alternativo...

Era sua casa definitiva, seu canto, sua morada.

O América então cunhou um slogan para curar a dor de cotovelo: “O Machadão é nosso”!

Não era e nunca foi...

O Machadão sempre foi um patrimônio público e como tal, administrado pelo poder público – pessimamente administrado, diga-se de passagem – e, portanto, sujeito aos caprichos ou necessidades de seus administradores.

Mais uma vez o tempo passou e a sonolenta Natal foi sacudida com sua escolha para sediar um dos grupos do mundial de futebol a ser realizado em 2014 no país...

Projetos surgiram...

Alguns simples, outros megalomaníacos...

Uns propunham a construção de um novo estádio e outro defendia a derrubada do velho Machadão para em seu lugar ser erguido mais um símbolo da grandeza verde e amarela...

Acabou vencendo a ideia de se derrubar o velho e construir um novo...

Aplausos, protestos e todo o tipo de reação surgiram...

Porém, ninguém parou para pensar...

E aí galera, mas o que vai ser de América e Alecrim quando o Machadão cair?

Ninguém teve esse bom senso...

Muito pelo contrário...

Mais uma vez, o governo sem nenhuma politica desenvolvimentista voltada para o esporte, se fingiu de morto.

Ao invés de conciliação, alvinegros e alvirrubros, partiram para alimentar uma rivalidade primata, estupida, desprovida de qualquer racionalidade ou visão econômica...

O Alecrim, que pouco ou nada podia fazer, diante da briga dos “dobermanns” ensandecidos, esperou e confiou que alguma solução surgiria...

Errou!

Nenhuma solução surgiu...

O governo não tinha nenhuma solução a ofertar e fez o que sempre fazem os governos: acham algum politico pateta disposto fazer às vezes de negociador, marcam pomposas reuniões, ouvem, e por fim, prometem...

Prometem e não cumprem, pois sabem que nada vai acontecer a não ser um grito ali, um muxoxo acolá e no fim, todos vão cantar e dançar nesse eterno baile da ilha fiscal que é o Brasil.

Para não me alongar mais ainda, nesse texto repleto de verdades históricas facilmente comprováveis, mas com alguma pitada de romanceio; digo que nada pode ser mais triste para uma pessoa, um povo ou uma instituição, que o marasmo, a inércia e a completa falta de planejamento...

Um dia, em algum lugar do passado, foi possível mudar o futuro, mas alguém deve ter dito que havia tempo de sobra e que o futuro estava longe demais para causar preocupação.

Talvez por isso, a realidade seja hoje, o Nazarenão em Goianinha.

Talvez por isso, tenhamos construído um país bem menor do poderíamos ter.