Este espaço não propõe defesa nem ataque a nenhum clube ou pessoa.
Este espaço se destina à postagem de observações, idéias, fatos históricos, estatísticas e pesquisas sobre o mundo do futebol. As opiniões aqui postadas não têm o intuito de estabelecer verdades absolutas e devem ser vistas apenas como uma posição pessoal sujeita a revisão.
Pois reconsiderar uma opinião não é sinal de fraqueza, mas sim da necessidade constante de acompanhar o dinamismo e mutabilidade da vida e das coisas.
Por Oscar Cowley, repórte do Universidade do
Esporte da 88,9 – FM Universitária
Jogadores
como Totti são difíceis de encontrar.
Não só
pela capacidade técnica, mas principalmente pela lealdade e fidelidade a seu
clube do coração. São peças muito valiosas que com o passar do tempo tendem a
ficar cada vez mais raras.
Afinal,
hoje em dia quem é que pode se dar ao luxo de recusar 100 milhões dos times
mais poderosos da Europa?
Ídolos que
viram lendas pela entrega e paixão demonstradas por uma única camisa.
Frutos da
base tantas vezes desvalorizada pela chegada de novos concorrentes de fora que
nada sabem das histórias e batalhas que o clube já travou.
Os mesmo
que choram como se fossem torcedores nas derrotas mais difíceis e lutam até a
última gota de sangue contra o eterno rival.
Pois, só
quem é da casa consegue entender a dor de perder o clássico da cidade.
Neste
último final de semana, a Roma se despediu do seu último imperador.
Depois de
25 temporadas, Francesco Totti vestiu pela última vez a elástica vermelha
contra o Génova na vitória por 3 a 2 que certificou a segunda colocação no
campeonato italiano.
E, como
todas as despedidas, esta não foi menos dolorosa.
“Já está. O momento chegou”
Como uma
criança obrigada a ler uma redação na frente da turma, Totti pegou a carta (com
a raiva de quem não queria ir embora do recreio) que faria 65 mil pessoas
derramarem as lágrimas no Estádio Olímpico de Roma.
“Eu queria
começar do final – do adeus – porque eu não sei se serei capaz de ler estas
linhas.”
Antes,
Daniele de Rossi, agora capitão do time da Roma, tratava de segurar o choro
(evitando olhar para os olhos de Totti) ao entregar uma bandeja metálica
contendo os agradecimentos de cada um dos jogadores do clube.
Outros,
como El Shaarawy, não conseguiram se controlar.
“Ao longo dos
anos, eu tentei me expressar através de meus pés, que tornaram tudo mais
simples para mim desde que eu era uma criança.”
Se
movimentando no centro do campo como se do vestiário se tratasse e os
torcedores fossem seus companheiros prestes a entrar em campo para uma grande
final, o capitão tentava conter a emoção.
“Em certo ponto da vida, você
cresce – é o que me disseram e o que o tempo decidiu. Maldito tempo.”
A essa
altura, as câmeras já mostravam diversos rostos contorcidos de lágrimas nas arquibancadas
assim que conquistas antigas foram lembradas.
“Voltando
a 17 de junho de 2001, tudo o que queríamos era o tempo passando um pouco mais
rápido.Não podíamos esperar para ouvir
o apito final.Eu continuo me arrepiando agora quando penso
de volta nisso.”
Para trás o craque
deixava na lembrança dos romanistas nada menos do que 785 jogos, nos quais
anotou 307 gols e deu 197 assistências.
“Eu
quero dedicar esta carta a todos vocês – a todas as crianças que me apoiaram.Às crianças de ontem, que cresceram e se tornaram pais, e às
crianças de hoje, que talvez gritem ‘Tottigol’.”
E à frente, um mar
de incertezas...
“Desta vez, eu
não posso ver como o futuro se parece além dos buracos da rede.”
Porém, havia uma
única certeza absoluta nessa história...
“Ter nascido
romano e romanista é um privilégio.”
E assim, num último esforço o capitão juntou
as forças necessárias para fazer uma última declaração àqueles que sempre o
apoiaram nos bons e maus momentos.
“Agora, eu descerei
as escadas e entrarei nos vestiários que me acolheram quando criança e que
agora deixo como um homem.Sou orgulhoso e feliz por ter dado a
vocês 28 anos de amor.Eu
amo vocês.”
O SKA Khabarovsk foi a terceira
equipe a se classificar para a Primeira Divisão da Rússia...
A primeira foi o Dynamo Moscou,
que caiu ano passado e a segunda foi o Tosno, equipe da região de São
Petersburgo.
Mas, e daí?
Daí que Khabarovsk está
localizada a leste da Rússia...
Para ser mais exato, na costa do
Pacífico, à 30 quilômetros da fronteira com a China.
Só para se ter uma ideia, o Zenit
de São Petersburgo quando for visitar a cidade em um dos turnos, precisará voar
10 horas e 10 minutos para percorrer os 8.855 km que separam as duas cidades...
Se você for um torcedor fanático
do Zenit ou do SKA e quiser assistir sua equipe na casa do adversário, mas tiver
medo de voar, prepare-se para enfrentar 112 horas de carro ou 6 dias e 8 horas
se for de ônibus.
Adversário mais “próximo”, o Ural
Ecaterimburgo fica a 6,5 mil quilômetros – 2 mil km a mais que Pelotas-Fortaleza,
a maior distância das duas principais divisões do Brasil...
Porém, o SKA, na Segunda Divisão
enfrentou distância maior ao jogar contra o Baltika Kaliningrado – foram 9 mil
km.
Copa do Nordeste copia Champions, conquista torcedores e turbina cofres dos marginalizados pela CBF
Por Guilherme Padin de São Paulo para o El País
Foram 40.738 pagantes na Fonte Nova, um dos 12 estádios da última Copa do Mundo, protagonizando uma festa digna de grandes competições internacionais.
A decisão da Copa do Nordeste, na última quarta-feira, teve os dois maiores e mais vencedores clubes da região, Bahia e Sport, em mais um embate histórico.
Aqueles que estiveram presentes na final foram coroados com um presente do atacante Edigar Junior, autor do sublime gol da vitória por 1 a 0 e do título do Tricolor Baiano, após um empate por 1 x 1 no jogo de ida.
O ambiente, o enredo e o desfecho da noite em Salvador foram mais uma prova do recente crescimento do torneio regional de maior êxito no Brasil.
O chamado Nordestão, intermitente por questões jurídicas e políticas, começou em 1994, e chegou, neste ano, à sua 14ª edição, com o Bahia sagrando-se campeão pela terceira vez.
Desta vez, num torneio mais consolidado e estruturado, superando os estaduais da região nos estádios, audiência e faturamento para os clubes.
"É a bandeira de autoafirmação para um povo que geralmente é ignorado, inclusive no futebol", disse Bruno Formiga, comentarista dos canais Esporte Interativo, que detêm os direitos de transmissão da competição desde seu retorno, em 2013.
A emissora transmite todas as partidas do campeonato para todo o país, e as divide com a Globo, que, na tevê aberta, mostra um jogo por rodada no Nordeste.
Com uma média de 5.973 pagantes por jogo em 2017, superou, neste quesito, a todos os estaduais, com exceção ao Campeonato Paulista, que teve 9.768 por partida.
O Paulistão, porém, conta com cinco clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, sendo três deles Palmeiras, São Paulo e Corinthians, donos dos melhores públicos do país.
“ (Os públicos da Copa do Nordeste) são bem maiores que os estaduais da região. Isso é ótimo para os clubes”, diz Diego Cerri, gerente de futebol do Bahia.
Em um torneio que conta com quatro estádios do Mundial de 2014 - Castelão, em Fortaleza, Arena das Dunas, em Natal, Arena Pernambuco, em Recife, e Fonte Nova -, ter uma competição que movimente bons públicos nos estádios é de suma importância para que estes não se tornem elefantes brancos.
"Ela (a Copa do Nordeste) é um sopro financeiro para os clubes e para a região. O Nordeste, tratado como Mundo Árabe, que veem como 'é tudo a mesma coisa', ganha exposição e visibilidade", analisa Formiga.
Como as principais razões para a consolidação do torneio, estão, segundo o jornalista cearense, "a soma de um produto bem-acabado e organizado a uma realidade de outros pessimamente acabados, como são os estaduais."
Cerri e Alexandre Faria, executivo de futebol do Sport, veem a Lampions League, como é chamada a competição, em uma mistura de Champions League e cangaço, como "a mais importante do Nordeste no primeiro semestre", perdendo apenas para o Brasileirão, se considerada toda a temporada.
Dirigentes de clubes de um escalão abaixo dos pertencentes ao G12, Alexandre e Diego acreditam que as cotas da Série A deveriam ser divididas de forma mais igualitária.
“É um desafio muito grande. Nós (clubes de menor poderio financeiro) temos que usar a criatividade para tentar igualar aos times do eixo ‘Rio-São Paulo-Minas-Rio Grande do Sul. É necessário mais equilíbrio’”, considera Faria.
Cerre analisa que “quanto mais parelhas financeiramente, melhor para a competição. Fica mais atrativo. Aqui (na Copa do Nordeste) isso é feito de forma mais igualitária. ”
Frequentes ações de marketing e consolidação de marca da Copa do Nordeste são parte do sucesso nos últimos quatro anos, período do retorno da competição.
Inspirado na Champions, o campeonato tem eventos de sorteio para as fases de grupos; música própria - ela foi rearranjada pelo maestro Eduardo Souto Neto, compositor do Tema da Vitória, conhecido nacionalmente nos triunfos de Ayrton Senna -; bola específica, a Asa Branca, nome escolhido pelo público em uma enquete pela internet; o ‘Tour da Taça’, quando o troféu da Copa - a "orelhuda", como é chamada por se parecer com sua xará europeia, possui nove anéis, em alusão ao número de estados da região - passa pelas grandes cidades participantes; e, por fim, mas não menos importante, Zeca Brito, um animado e divertido mascote que marca presença em todos os principais jogos e cerimônias do torneio.
Esses trabalhos são organizados e realizados, na maioria das vezes, pelo Esporte Interativo, emissora pertencente ao grupo norte-americano Turner, que decidiu apostar no torneio regional em 2013, quando voltava ao calendário brasileiro e ainda não possuía a mesma dimensão dos dias atuais.
A bonita festa na Fonte Nova, minutos antes do início da decisão.
Para Faria, executivo do clube recifense, "a importância dada pelos grandes times nordestinos ao torneio faz com que ele se consolide cada vez mais; e, assim, é bom para os menores, que usam a copa como vitrine para venderem seus talentos e se estabilizarem.
Essa visibilidade ajuda a minimizar as diferenças entre as equipes participantes do torneio."
Diego Cerri completa: “Há também um valor simbólico e emblemático, pois é um orgulho para todos os nordestinos. E, além disso, tem essa disputa sadia sobre quem será o vencedor da região a cada ano. Mexe muito com os torcedores. ”
Desde sua criação, a Copa do Nordeste foi considerada como o mais importante torneio regional para o povo nordestino, e também era bem recebida pelos clubes, já que também era - e ainda é - rentável para os envolvidos.
Na edição de 2017, rendeu, como premiação, mais de R$ 18 milhões.
Na próxima, o valor deve alcançar R$ 23 milhões.
Em proporção, cada jogo do torneio vale dinheiro para os clubes que partidas da Série B do Campeonato Brasileiro.
Ademais, o formato de decisões no mata-mata e o embate entre grandes clubes locais, como Bahia, Vitória, Sport, Santa Cruz e Ceará, são dois dos principais ingredientes da receita de uma competição que tem estimulado as torcidas locais.
O retorno da Copa do Nordeste
Por questões políticas e de calendário, a Copa do Nordeste foi extinta pela CBF em 2003.
Em 2010, a Liga do Nordeste, então presidida por Eduardo Rocha e composta pelos principais clubes da região, decidiu pôr fim à pausa de seis anos e reviver a competição.
Atual presidente da Liga, Alexi Portela explicou ao EL PAÍS o porquê de sua nova interrupção, que criou um hiato entre 2010 e 2013, quando voltou a ser disputada:
“O Eduardo [Rocha] me chamou para ajudá-lo a montar essa competição. Precisávamos fazer tudo direito, e, para alinhar a organização da Copa com o calendário, as federações e a CBF, tivemos de parar por dois anos. Esse tempo foi bom, o suficiente. Conseguimos fazer um torneio atrativo e rentável para clubes e torcida.... Para todo o Nordeste. ”
Assim, em 2013, a Copa do Nordeste voltou, desta vez com o apoio do Esporte Interativo.
Portela conta que a parcela de importância da emissora foi “muito grande, pois ninguém mais além deles (Esporte Interativo) acreditou na competição. Não conseguimos de mais ninguém o apoio que nos deram. Bancaram uma competição que estava desacreditada. Não tínhamos expertise, então se responsabilizaram, além das transmissões, pelas ações de marketing e consolidação da marca que se tornou a Copa do Nordeste. ”
Estaduais perdem força?
Somado ao enxuto calendário brasileiro, o crescimento da Copa do Nordeste pode afetar os estaduais da região.
Para Formiga, “é normal que presidentes das federações se incomodem pela perda de força dos estaduais, mas, sendo produtos mal organizados e mal-acabados, isso já era uma tendência. ”
Faria, executivo do Sport, acredita que “o caminho ideal para isso seria enxugar os estaduais e deixá-los mais curtos e atrativos”.
Portela, presidente da Liga do Nordeste, também afirma que “os estaduais deveriam ser menores”, mas não acredita que a existência do torneio regional os afete, “pois, uma boa atuação nos estaduais pode dar vaga na Copa do Nordeste, o que quer dizer que os clubes ganham um atrativo a mais. ”
Aqui vai mais um quadro independente do programa “Universidade do Esporte” da 88,9 – FM Universitária da Universidade Federal do Rio Grande do Norte...
O “Toca Pra Mim”.
A ideia é bem simples...
Como curtimos esporte e amamos o futebol, resolvemos acatar a sugestão da jornalista e comentarista do programa, Ana Clara Dantas.
Aninha queria criar um quadro onde as torcidas fossem homenageadas...
E a melhor forma de fazer isso era cantando os hinos dos clubes.
Foi assim que nasceu o “Toca Pra Mim”...
Hoje homenageamos o América do Rio de Janeiro.
A partir da agora...
Toda semana nos vamos tocar para você.
Toca Pra Mim
Produção e cenário: Ana Clara Dantas
Imagens: Camilla Martins
Edição: Suerllen Marinho
Colaboração: Edmo Nathan (é ele quem faz a divulgação junto às assessorias dos clubes homenageados)
"Hoje, chegou o tempo de
bater no meu ombro e dizer: 'Devemos crescer, amanhã será grande, tirar o
calção e as chuteiras, porque a partir de hoje sou um homem que não poderei
mais sentir o cheiro da grama tão de perto, o sol no rosto enquanto corro
contra a defesa adversária, a adrenalina que costuma te dar satisfação."
"Nasci romano e ser
romanista é um privilégio. Ser capitão desta equipe foi uma honra. Desta vez,
desço as escadas, entro no vestiário que me acolheu quando era menino e que
deixo agora, que sou um homem. Sou orgulhoso e feliz por ter dado 28 anos de amor.
”
Francesco Totti, 40 anos, capitão
e camisa 10 da AS Roma.
Toda vitória é importante, em
casa, principalmente...
Ontem, no estádio Maria Lamas
Farache, o ABC conquistou uma ótima vitória.
Alguns dirão, mas foi apenas 1 a
0 e o Vila Nova chegou a criar oportunidades de igualar o marcador...
Por isso mesmo o resultado foi
ótimo.
Apesar da cautela, o Vila Nova não foi uma equipe
apática ou acovardada...
Jogou e forçou o ABC a jogar
ainda mais.
Os três pontos afastam os
corneteiros, acalmam a imprensa, deixam o elenco mais leve, põem um sorriso no
rosto dos dirigentes e tornam a semana mais tranquila...
No fim de semana que vem, aí sim,
em Recife, diante do Santa Cruz, o ABC irá ou não ampliar seu estado de graça.
O Corneteiro é um quadro independente do programa “Universidade do Esporte” da 88,9 – FM Universitária da Universidade Federal do Rio Grande do Norte...
Divirta-se...
Essa noite eu sonhei que vocês
eram só crianças brincando de jogar bola na rua.
Não havia traves, no máximo dois
chinelos alinhados, e muito menos gramado, os times levantavam poeira e os
moleques enchiam os olhos de terra.
O futebol, por outro lado, não
era de encher os olhos.
Pouco importava esse tal de
esquema tático: o negócio era fechar lá trás e mandar bola para o artilheiro.
Quando os corpos já estavam
cobertos de suor e terra e o cansaço fazia a perna vacilar, começavam as
brigas.
As inexplicáveis e intermináveis
brigas, ou um monte de moleque se atracando.
Aos poucos vocês iam para casa
buscar o carinho de suas famílias.
Até porque, no outro dia, a rua
estaria pronta para recebê-los de novo.
Assim vocês cresceram.
E essa parte não é mais sonho.
Vocês, de fato, cresceram.
Uns mais do que os outros, é bem
verdade.
Agora vocês têm responsabilidades
bem maiores.
A faculdade, o emprego e até
filhos.
Mas, o futebol ainda vive em cada
um de vocês.
E mesmo que vocês usem camisas e
chuteiras bonitas ou pisem gramados verdinhos, ainda há um pouco daquele
moleque em cada um.
A alegria, a simplicidade e o
entusiasmo de chutar uma bola de meia ainda existem aí?
Então, vamos time!
Vamos jogar com a pureza de
moleque e a seriedade dos homens que vocês se tornaram.
O futebol é simples.
É a nossa alegria.
Ele nos motiva e nos mantém
unidos.
Nos torna amigos.
Porque quando o tempo passar e
tudo o que nos restar for história, o mundo saberá que existe um povo chamado
Pianinho.
O Pianinho é uma equipe de
futebol (campo e salão) que disputa com seu maior rival, a Barca, a hegemonia
dos jogos do CCHLA – Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes (CCHLA) da UFRN – e os corações dos rapazes e moças do
Decom – Departamento de Comunicação...
* Ana Clara Dantas, é jornalista,
comentarista do TVU Esporte da TV Universitária e do Universidade do Esporte da
88.9 - FM Universitária.
Apaixonada pelo Corinthians e
louca pelo Pianinho, “nas horas vagas” é produtora do podcast “O Corneteiro”,
além de produzir e “fabricar” os cenários do “Toca Pra Mim”, ambos, quadro
independentes do programa “Universidade do Esporte”.
Não há mais voos regulares para a capital do País de Gales, que, sem
leitos de hotéis para todos, terá que montar um enorme camping para abrigar os
torcedores
Por Pablo Vande Rusten e Pablo Pérez
Voar no fim de semana de 2 a 4 de
junho de Madri para Nova York custa 411 euros (1.400 reais); para Bangkok, 609
(2.070 reais).
Outros destinos de longa
distância, como Tóquio e Pequim, saem por 575 (1.955 reais).
Mas pegar um avião nesse período
da Espanha para Cardiff, sede da final da Champions League entre Real Madrid e
Juventus, custava 810 euros (2.755 reais) há uma semana.
Custava, porque já não
há mais voos diretos.
A essa altura, a única opção para
chegar sem escalas à capital do País de Gales é ir de voo fretado.
Mas esse é só o primeiro
inconveniente que os torcedores enfrentam por causa da decisão da UEFA de
escolher Cardiff como palco da final da Champions.
A magnitude do encontro levou a
Federação Galesa de Futebol a realizar um estudo minucioso sobre o número de
alojamentos reservados em Berlim e Milão, cidades que sediaram as duas últimas
finais da Champions.
Com base no relatório da própria
federação, as autoridades perceberam que a oferta hoteleira de Cardiff era
insuficiente para hospedar a quantidade de torcedores.
O informe concluiu que, para
poder cobrir toda a demanda, a cidade precisaria de outros 50.000 quartos de
hotel.
Ante essa situação, a empresa
Camping Ninja, que organiza acampamentos temporários ao redor de eventos
esportivos, viu a oportunidade de aumentar a oferta de alojamentos na cidade.
Com experiências em eventos tão
grandes quanto os Jogos Olímpicos de Londres 2012 e os Jogos da Commonwealth de
Glasgow 2014, a firma decidiu montar o Camp Cardiff entre 31 de maio e 5 de
junho.
Hoje, esse camping lidera as
recomendações feitas pela UEFA através do aplicativo oficial lançado para
ajudar os torcedores a preparar sua viagem.
“É um camping situado em Pontcanna Fields, no interior do perímetro
urbano. Está a 20 minutos a pé do estádio e do centro da cidade”, descreve
a UEFA no app.
“Terá barracas com cama, travesseiro, roupa de cama e tudo o que for
preciso para uma estada confortável e tranquila. ”
13.600 reais por um ônibus
Passar a noite numa barraca
básica do acampamento custa a partir de 90 euros (306 reais) por pessoa.
Para quem quiser mais
comodidades, os preços do pernoite superam os de hotéis cinco estrelas de
Madri, como o Ritz e o Eurostars.
As opções mais luxuosas de Camp
Cardiff, que promete oferecer uma zona com banheiros de alta qualidade, clube
social, café da manhã e tomadas grátis, vão de 400 a 500 euros (1.360 a 1.700
reais).
Os torcedores dos dois times
finalistas compartilharão o espaço, já que a empresa decidiu não separá-los.
“O estudo sugere que é muito mais seguro para os torcedores estar
juntos. Trabalharemos com a Polícia de Cardiff e com as duas equipes para
evitar problemas”, diz um porta-voz da Camping Ninja.
As cidades de Bristol e Swansea, a cerca de 70
quilômetros (uma hora de trem) de Cardiff são as alternativas mais comuns.
Ali a UEFA alojará os
jornalistas, aos quais não foram oferecidos quartos na capital.
Mas o evento também disparou os
preços dos traslados.
“Eles pedem 4.000 euros (13.600 reais) para o aluguel de um ônibus
completo, quando o preço médio na Europa gira em torno dos 500 euros (1.700 reais)
”, lamenta o presidente de La Gran Família.
Cardiff no País de Gales se
prepara para a final da Champions League...
A novidade é que pela primeira
vez Teto retrátil do Millenium Stadium, será usado para evitar ataques
terroristas na decisão entre Real Madrid e Juventus, em 3 de junho.
A decisão foi anunciada pela
Federação de Futebol do País de Gales...
Segundo os galeses, a UEFA quer evitar
que drones explosivos possam invadir o estádio...
Até mesmo o corriqueiro
reconhecimento do gramado, um dia antes, também será com o teto do gramado
fechado.
A cidade de Cardiff, segundo o
jornal Marca da Espanha, vai receber 170 mil torcedores sem ingresso...
Diante disso, a polícia local
fará um cordão de segurança em dois quilômetros ao redor do estádio e as torcidas
dos clubes serão concentradas em lugares distintos.
Câmeras de reconhecimento facial
serão distribuídas pelo estádio, barreiras irão parar e identificar pessoas e
1.500 seguranças estarão no interior do Millenium Stadium...
Lamentavelmente uma grande festa
será realizada num clima de alta tensão.
A professora e técnica da Secretaria
de Esporte e Lazer Danielle Mafra assumirá o posto que era ocupado pelo
advogado e presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol, no comando
da secretaria...
O que espero é que a nova
secretária seja tão monitorada pela imprensa como foi José Vanildo.
Porém, que fique claro...
Meu desejo não é por desconfiar
da capacidade da nova titular da pasta, mas sim para confirmar o zelo e desejo
que a imprensa esportiva norte-rio-grandense tem pelo destino da Secretaria
Municipal de Esporte e Laser.
Logo mais às quatro e meia da tarde o ABC enfrenta o Vila
Nova de Goiânia pela terceira rodada do campeonato brasileiro da Série B...
Sem vencer a 3 partidas (Globo,
Paraná e Internacional) e com apenas 2 pontos conquistados o alvinegro precisa
garantir os 3 potinhos que o levarão para as proximidades da zona de acesso.
Além da boa expectativa da
torcida do ABC em relação ao time em virtude do ótimo resultado obtido em Porto
Alegre, a volta de Wallyson ao estádio Maria Lamas Farache também está gerando
grande frisson...
Principalmente em parte de
imprensa, nicho onde o jogador sempre teve muitos fãs.
Drible no FBI, cartão VIP e propina: a relação de Teixeira e
ex-Barcelona
Por Rodrigo Mattos
A investigação do Ministério
Público da Espanha revela um gigantesco esquema de desvio de dinheiro de jogos
da seleção pelo ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e o ex-presidente do
Barcelona Sandro Rosell.
Pelos documentos, o brasileiro
ficou com 8,4 milhões de euros (R$ 31 milhões) em propinas pelos amistosos de
2006 a 2012.
A relação entre os dois envolvia
ainda um cartão de crédito VIP para Teixeira e esquemas para driblar o FBI e
viajar para o exterior, depois que o cartola brasileiro foi indiciado.
Nos documentos da Justiça
Espanhola, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, é citado por receber
subornos relacionados ao contrato da Copa do Brasil.
São pagamentos feitos
supostamente pela Klefer.
Esse caso já é conhecido e alvo
de processo nos EUA onde Del Nero foi indiciado.
A citação ocorre no processo
espanhol porque há colaboração entre os dois países.
O caso central da investigação na
Espanha é por lavagem de dinheiro feita por Rosell, com participação de Teixeira.
O documento do MP da Espanha
classifica como ''organização criminosa'' o grupo formado pelos dois cartolas,
além de um advogado e outras duas pessoas.
Tudo estava relacionado aos
contratos da CBF com a ISE (International Sports Events) com sede em paraíso
fiscal, cujo grupo empresarial tem origem na Arábia Saudita.
O primeiro compromisso foi
assinado em 2006 pela cessão de todos os amistosos da seleção, que foi renovado
duas vezes e vale agora até 2022.
Em paralelo, empresas ligadas a
Teixeira e Rosell assinaram acordos com a ISE para pagamentos por fora que os
beneficiavam.
Assim, Teixeira teria recebido R$
28 milhões, e outros R$ 21,7 milhões teriam sido dados para Rosell.
O dinheiro para o dirigente
catalão era pago para a empresa Uptrend, em Nova Jersey, como já mostrara o
site espanhol ''El Confidencial''.
Daí o dinheiro passava por
empresas panamenhas chamadas Regata e Itasca até chegar a Andorra ou a Florida,
sempre controlado pelo advogado Joan Belosí.
''Inclusive pudemos conhecer que, Teixeira e sua mulher então chegaram
a ter inclusive cartões Visa Platinum sobre contras alimentadas pela Uptrend'',
contou a investigação espanhola.
O documento ainda afirma que todo
o dinheiro foi desviado em prejuízo da Confederação Brasileira de Futebol
(CBF).
Ao justificar a prisão de Rosell,
a Justiça ainda afirma que houve um grampo sobre conversa dele com Teixeira em
que se demonstra que conseguiam burlar extradições ao FBI em determinados
países.
''Igualmente, atrás de conversas telefônicas (conversação às 22h
16/4/2017) pode se constatar a facilidade de Rosell para obter favores em
países fora da União Europeia e EUA, que permitirá a entrada deles de pessoas
que ele tivesse interesse, como é o caso de Teixeira, o que garantia que não
possa ser detidos e entregues no caso de pedido de extradição'', contou o
documento da Justiça da Espanha.
O blog tentou contato com o
advogado de Ricardo Teixeira sobre o caso, mas ainda não obteve resposta.
Del Nero
O atual presidente da CBF é
citado em parte do processo por conta de pagamentos indiretos feitos pela
Klefer, de propriedade de Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo, para a
Itasca, empresa do esquema de Rosell.
No documento, é afirmado que os
pagamentos seriam relacionados a comissões pelos contratos da Copa do Brasil,
assinado com a Klefer em 2011, que teriam como destinatários Teixeira, Del Nero
e José Maria Marin (ex-presidente da CBF).
Em setembro de 2011, a Itasca
recebeu US$ 1 milhão da empresa Exterpise, que, por sua vez, recebeu o dinheiro
da Klefer, em abril daquele ano.
Esse caso já é investigado nos
EUA e levou ao indiciamento de Del Nero por lavagem de dinheiro. Há uma
colaboração entre as duas Justiças.
''Kleber havia firmado um contrato no ano de 2011 com a CBF, pelo que
estes pagamentos estariam relacionados ao pagamento de presumíveis comissões
ilegais para a obtenção de direitos de difusão e marketing da Copa do Brasil
2013, para que estes direitos fossem a outras sociedades. Essas comissões iriam
para Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero'', afirma o documento
da Justiça Espanhola.
Em 2011, Del Nero e Marin ainda
não estavam na CBF.
A assessoria da CBF afirmou em
resposta:
''O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, repudia com veemência as
acusações apresentadas na reportagem. As ilações, que fariam parte de
investigação da justiça espanhola à qual a CBF não teve acesso, são falsas e
não têm qualquer fundamento. Nem mesmo o texto, atribuído à Procuradoria
Espanhola, acusa o presidente da CBF de qualquer prática irregular.''
A estratégia da defesa do
ex-presidente da CBF, José Maria Marin era que seu cliente fosse julgado de
forma separada dos demais envolvidos em escândalo de corrupção...
Os advogados alegaram que o
dirigente brasileiro não tinha qualquer relação com as denúncias contra os
demais, mas o pedido foi negado.
Marin será julgado juntamente com
todos os outros a partir de novembro deste ano...
Os procuradores americanos rejeitaram esta
tese, apontando que a corrupção do brasileiro e do restante dos dirigentes era
“um estilo de vida” generalizado.
Foram indiciados pela Justiça dos
Estados Unidos 42 dirigentes no que está sendo considerado o maior escândalo do
futebol mundial...
Dos 42, 20 já se declararam
culpados, cinco insistem que são inocentes, enquanto os demais ainda não foram
detidos ou estão negociando acordos de delação.
Aos 85 anos, Marin é acusado
participar de esquema de corrupção na FIFA e de receber propinas nas
negociações da Copa América e suborno em contratos da Copa do Brasil, torneio
organizado pela CBF...
Além de Marin, o ex-presidente da
Conmebol, Juan Ángel Napout, o peruano Manuel Burga e os cartolas da América
Central Héctor Trujillo e Costas Takkas também tentaram usar da mesma
estratégia de Marin, mas nenhum deles obteve sucesso.
O julgamento começa em 6 de
novembro...
Estima-se que 350.000 documentos
de evidências serão apresentados durante o julgamento, que pode durar meses.