Este espaço não propõe defesa nem ataque a nenhum clube ou pessoa. Este espaço se destina à postagem de observações, idéias, fatos históricos, estatísticas e pesquisas sobre o mundo do futebol. As opiniões aqui postadas não têm o intuito de estabelecer verdades absolutas e devem ser vistas apenas como uma posição pessoal sujeita a revisão. Pois reconsiderar uma opinião não é sinal de fraqueza, mas sim da necessidade constante de acompanhar o dinamismo e mutabilidade da vida e das coisas.
domingo, maio 24, 2020
O prejuízo causado pela pandemia ao Manchester United no primeiro trimestre de 2020...
35 milhões de
dólares foi o prejuízo acumulado pelo Manchester United no primeiro trimestre
de 2020, já com o efeito da pandemia nas finanças...
Fonte:
Máquina do Esporte
sábado, maio 23, 2020
O CSKA Sófia e suas muitas facetas...
Não conheço,
mas já vi! #12
As várias
facetas do CSKA Sófia.
Dyego Lima/Universidade
do Esporte
“When I first
saw you, with your smile so tender, my heart was captured, my soul
surrendered”.
O pequeno
trecho acima pertence à música “It’s Now or Never”, da lenda Elvis Presley.
A canção é
entoada pela torcida do CSKA Sófia enquanto seus jogadores entram em campo.
Mais do que
por motivação, ela ilustra bem qual o sentimento dos aficionados pelo clube.
Fundado em 05
de maio de 1948, a equipe carrega o nome de Sófia, capital da Bulgária.
Tal como os
outros CSKA’s, é um clube ligado ao Exército.
Originalmente,
a sigla significa Centralen Sporten Klub na Armiyata.
Em português,
Clube de Esportes Central do Exército.
Com 31
títulos nacionais, além de 20 Copas, é o maior time do país.
Desde 1967, o
Bulgarian Army Stadium é lar do CSKA, construído no local de seu antecessor, o
Athletic Park.
Sua
capacidade é para cerca de 23 mil torcedores.
É lá que a
equipe sedia o The Eternal Derby of Bulgaria, clássico contra o seu arquirrival
Levski Sófia.
As várias
fusões
Em outubro de
1923, Athletic e Slava Sófia se uniram, formando o Athletic Slava 1923,
conhecido como AS-23, que tinha como patrono o Ministério da Guerra Búlgaro.
Apenas em
1931 o novo clube venceu o seu primeiro campeonato nacional.
Além dele, a
Tsar’s Cup, antecessora da atual Copa da Bulgária, que seria ganha novamente em
1941.
No dia 09 de
novembro de 1944, mais uniões.
Com o apoio
de Mihail Mihaylov, contador do Ministério da Guerra, foi assinado um contrato
de unificação, que juntaria Shipka Sófia, Athletic Slava e Spartak Poduene,
para formar o Chavdar Sófia.
O general
Vladimir Stoychev, do antigo AS-23, que na época estava lutando na Segunda
Guerra Mundial, foi nomeado, por telegrama, presidente da nova instituição.
O advogado
Ivan Bashev, futuro ministro das Relações Exteriores da Bulgária, foi apontado
como dirigente de futebol.
Em fevereiro
de 1948, novamente com a ajuda de Mihaylov, o Chavdar Sófia tornou-se um clube
departamental, ligado à Casa Central das Tropas, e assumiu o nome de CDV
(Centralnia Dom na Voiskata).
Para impedir
que a equipe tivesse de iniciar nas divisões inferiores, os administradores
buscaram algum time para nova fusão.
Em maio, um
acordo foi firmado com o Septemvri Sófia, e eles passaram a jogar sob o nome de
Septemvri pri CDV.
O contrato
foi assinado no dia 5, que é considerada oficialmente a data de fundação do
atual CSKA.
A nova equipe
jogou sua primeira partida oficial em 19 de maio.
Empate por 1
a 1 contra o Slavia Sófia.
E, de forma surpreendente,
acabaria alcançando a final do Campeonato Búlgaro em sua primeira temporada,
uma vez que o Septemvri Sófia, antes da fusão, já havia garantido vaga nos
play-offs. A decisão foi contra o arquirrival Levski.
Após derrota
por 2 a 1 na primeira partida, a inédita conquista do Septemvri pri CDV foi
garantida com um 3 a 1, fora de casa, no dia 9 de setembro, graças a um gol de
Nako Chakmakov no fim do jogo.
A primeira
escalação campeã consistia em: Stefan Gerenski; Borislav Futekov, Manol
Manolov, Dimitar Cvetkov e Nikola Aleksiev; Nako Chakmakov, Dimitar Milanov,
Stoyne Minev e Stefan Bozhkov; Nikola Bozhilov e Kiril Bogdanov.
A era de
brilhantismo
Em 1950, a
palavra Narodna (“povos”, em português) foi adicionada ao nome do clube,
alterando a sigla para CDNV.
Além da
dobradinha Liga-Copa já em 51, a equipe venceria o nacional novamente no ano
seguinte. Em 53, o time foi renomeado pelas autoridades mais uma vez.
Agora, para
Otbor na Sofiyskiya Garnizon. Traduzindo, “Equipe da Guarnição de Sófia”.
Por conta de
transferências ilegais, o clube acabou perdendo o título búlgaro daquele ano.
Na temporada
seguinte, adivinhe?
Novo nome.
Desta vez,
CDNA, que significa “Casa Central do Exército Popular”.
E a nova
nomenclatura não poderia ter dado mais sorte.
O período
entre 1954 e 1962 ficou marcado como o mais bem-sucedido da história dos Reds.
Foram nove
campeonatos nacionais consecutivos, um deles de maneira invicta.
Uma sequência
sem precedentes no futebol búlgaro.
O período
“gangorra”
Após o último
dos nove troféus, o CDNA uniu-se ao DSO Cherveno Zname, formando o CSKA
Cherveno Zname.
A Casa
Central das Tropas Populares encerrou seu vínculo com o clube, que foi assumido
pelo Ministério da Defesa do Povo.
Depois de um
terceiro lugar na temporada 1962–63, a seguinte marcou o pior desempenho do
clube até aquele momento: 11° colocação, só três pontos acima da zona de
rebaixamento.
Como
resultado, o lendário técnico Krum Milev foi demitido após 16 anos no cargo.
O CSKA não
conquistaria nada até 1965, quando venceria a Copa nacional.
Na temporada
seguinte, a equipe registraria seu melhor desempenho em uma competição
continental.
O time
eliminou Sliema Wanderers, de Malta, Olympiakos, Górnik Zabrze, da Polônia, e
Linfield, da Irlanda do Norte, para chegar às semifinais da Copa dos Campeões,
onde a Internazionale a esperava.
Após dois
empates por 1 a 1, os italianos venceram o terceiro jogo por 1 a 0 e avançaram.
A Liga
nacional seria conquistada com um ponto de vantagem para o rival Levski.
Em 1969, após
nova fusão no ano anterior, o Campeonato Búlgaro foi vencido novamente.
Contratado
naquela temporada, Petar Zhekov anotou impressionantes 36 gols e garantiu a
artilharia pelo terceiro ano seguido.
Com 253
tentos, ele é, até hoje, o máximo goleador da história do campeonato nacional.
Um time
incansável
Na década de
70, as conquistas não cessaram.
Na Liga, seis
títulos, com direito a novo tricampeonato consecutivo nas primeiras três
temporadas.
Na Copa, mais
quatro troféus, sendo três em sequência entre 72 e 74.
Além disso,
os resultados a nível continental voltaram a chamar atenção.
Na Copa dos
Campeões de 1973–74, o clube eliminou ninguém menos que o Ajax, atual
tricampeão do torneio.
Acabaria
sendo desclassificado nas quartas pelo Bayern de Munique, que venceria a
competição.
Já em
1980–81, novos resultados memoráveis para o CSKA.
Além de novo
título da Liga, que seria mantido até 83–84, mais surpresas na Copa dos
Campeões.
O clube
eliminou o atual campeão Nottingham Forest na primeira fase.
Seria parado
nas quartas pelo Liverpool, futuro vencedor.
Na temporada
seguinte, os Reds chegaram à sua segunda semifinal do torneio europeu.
Real
Sociedad, atual campeão espanhol, Glentoran, da Irlanda do Norte, e o Liverpool
ficaram pelo caminho.
No último
passo antes da grande decisão, novo encontro com o Bayern de Munique.
O CSKA venceu
a ida por 4 a 3, mas na volta, com dois de Breitner e dois de Rummenigge, os
alemães fizeram 4 a 0 e avançaram.
Em 18 de
junho de 1985, um episódio marcante aconteceu.
Durante a
final da Copa da Bulgária, CSKA e Levski Sófia travaram uma verdadeira batalha
em campo, com direito a ataque a um dos árbitros.
Os Reds
acabaram conquistando a taça após um 2 a 1, mas o pior ainda estava por vir.
Após decreto
do Comitê Central do Partido Comunista Búlgaro, ambas as equipes foram
dissolvidas e refundadas sob nova direção.
O CSKA passou
a se chamar Sredets, enquanto o Levski recebeu o nome de Vitosha.
Além disso,
alguns jogadores foram proibidos de participar de duelos oficiais por períodos
variados, incluindo Hristo Stoichkov e Kostadin Yanchev.
A decisão foi
revertida um ano depois.
Novas
direções
Em 1987, o
clube foi renomeado para CFKA Sredets (Clube Central de Futebol do Exército).
Os três anos
seguintes foram de esplendor, mesmo com o Septemvri Sófia encerrando a parceria
e tornando-se uma equipe independente novamente.
Sob o comando
de Dimitar Penev, o campeonato nacional daquela temporada foi conquistado.
Os Reds
também chegaram à semifinal da Cup Winner’s Cup de 1989.
Depois de
eliminar Internacional Bratislava, da República Tcheca, Panathinaikos, e Roda
JC, da Holanda, acabaram encontrando o Barcelona.
Os comandados
de Johan Cruyff venceram os dois jogos e avançaram.
Foram nesses
confrontos que o gênio holandês notou o talento de Stoichkov e decidiu levá-lo
ao clube catalão.
No início da
década de 90, com a queda do comunismo, o futebol búlgaro passou por algumas
mudanças.
O clube
conseguiu voltar com o nome de CSKA e conquistou o título da Liga em 1989/90 e
91/92.
O ex-jogador
Valentin Mihov se tornou presidente da instituição e trouxe alguns dos
principais nomes do país para a equipe, tais como Yordan Letchkov, Ivaylo
Andanov e Stoycho Stoilov.
Pouco tempo
depois, Mihov saiu para assumir a presidência da União Búlgara de Futebol.
Petar
Kalpakchiev substituiu-o no comando do clube.
O CSKA teve
uma temporada complicada em 1994–95, com várias trocas de treinadores.
Isvetan
Yonchev chegou a ficar apenas um dia na equipe.
Tudo isso
resultou em um quinto lugar na Liga, 33 pontos atrás do rival e campeão Levski
Sófia.
Ao fim da
temporada, Plamen Markov foi escolhido para treinar o time e remontar o elenco.
Vários
jogadores da Seleção Juvenil do país chegaram.
No entanto,
após uma primeira metade de campeonato decepcionante, Markov foi substituído
por Georgi Vasilev.
O novo comandante
lideraria o time à dobradinha Liga-Copa em 1996/97.
No verão de
1998, Dimitar Penev retornou para sua segunda passagem como técnico dos Reds.
Ele
conquistou a Copa da Bulgária, mas decepcionou na Liga, ficando apenas em
quinto, 23 pontos atrás do campeão Litex.
Nessa
temporada, os jovens Martin Petrov, Stilian Petrov, Dimitar Berbatov e Vladimir
Manchev começaram a desempenhar papel importante na equipe titular.
A história
recente
Depois de
alguns anos em baixa, no verão de 2002, o CSKA anunciou o ex-jogador Stoycho
Mladenov como novo treinador.
Com ele, a
equipe estabeleceu um recorde de 13 vitórias consecutivas na Liga, sendo
campeão nacional pela primeira vez desde 1997.
Na temporada
seguinte, Mladenov seria demitido após ser eliminado da Champions League pelo
Galatasaray, e da Copa Uefa pelo Torpedo Moscou.
Após mais um
período sem tanta empolgação, para 2007/08 o clube foi às compras.
Porém, elas
não surtiram efeito imediato. O CSKA foi eliminado na primeira rodada da Copa
Uefa pelo Toulouse graças a um gol de Gignac aos 96 minutos da partida de
volta.
Na Copa da
Bulgária, queda nas oitavas diante do Lokomotiv Plovdiv.
E essa partida
teve polêmica.
Stoyko
Sakaliev, Aleksandar Branerov e Ivan Ivanov estavam emprestados pelo CSKA ao
adversário.
Por cláusula
contratual, não poderiam ter entrado em campo, mas jogaram mesmo assim.
O Lokomotiv
não foi punido.
No entanto,
ao final da temporada, os Reds conquistaram o título da Liga de forma invicta,
com 24 vitórias e seis empates.
Em junho de
2008, nova polêmica.
Dias após a
conquista do 31° título nacional, a Uefa notificou a União Búlgara de Futebol
de que o CSKA não receberia licença para participar da próxima Champions League
por dívidas não pagas.
A vaga na
competição europeia caiu no colo do Levski Sófia.
Os Reds viram
como real a chance de ter de se tornar um clube amador.
A culpa foi
toda para cima de Aleksandar Tomov, que renunciou à presidência do clube pouco
depois e acabou preso, acusado de desviar impostos do CSKA e da Kremikovtzi AD,
uma empresa metalúrgica do país.
Os problemas
extracampo e a crise financeira levaram o clube ao caos, com muitos dos
principais jogadores indo embora.
Dimitar Penov
retornou com a missão de salvar o clube.
Após cumprir
todos os licenciamentos, o clube foi liberado pela União Búlgara de Futebol
para participar das competições.
O elenco foi
formado com vários atletas das categorias de base.
Para surpresa
geral, o CSKA conquistou a Supercopa da Bulgária, batendo o Litex por 1 a 0.
Pouco a
pouco, o clube ia respirando.
Se dentro de
campo os resultados ainda não eram os melhores, fora dele, a equipe ia
ajustando suas finanças.
Em 2011,
novas alegrias. Milen Radukanov chegou para treinar o time.
Sob seu
comando, dois títulos.
Primeiro, a
Copa da Bulgária, batendo o Slavia Sófia por 1 a 0 na final.
Em seguida, a
Supercopa, vencendo o Litex por 3 a 1.
Em 2013, por
novas complicações financeiras, vários jogadores foram embora.
Na mídia,
circulava especulações de falência do CSKA.
A equipe foi
retirada da Europa League, provocando protestos da torcida.
O clube foi
posto à venda, sendo comprado em 10 de julho pelo Red Champions Group, uma
união de empresários e lendas do clube.
O líder do grupo
era Aleksandar Tomov, amplamente responsabilizado pela crise em 2008.
Stoycho
Mladenov retornou ao cargo de técnico.
Em 21 de
março de 2014, como parte do plano de reduzir dívidas e tornar as finanças mais
transparentes, o CSKA se tornou o primeiro clube da Europa Oriental a tornar
pública as suas negociações, listando-se na Bolsa de Valores da Bulgária.
Em 02 de
abril de 2015, Tomov transferiu o controle do clube para Milko Georgiev e
Borislav Lazarov.
A ideia era
encontrar um novo proprietário, alguém que pudesse pagar as numerosas dívidas
da instituição.
Em 24 de
abril, foi definido que a corporação Finance Marketing Company Ltda. seria a
nova dona do time.
O CSKA
terminou a Liga em 5°, mas por conta dos valores não financiados, a União Búlgara
de Futebol acabou rebaixando o time para a terceira divisão.
Em 24 de
junho, o empresário Grisha Ganchev tornou-se proprietário da equipe.
Plamen
Markov, lenda do clube, e Hristo Yanev foram apontados como diretor de futebol
e técnico, respectivamente.
Em 25 de maio
de 2016, como clube amador, o CSKA Sófia bateu o Montana por 1 a 0 e conquistou
a sua 20° Copa da Bulgária.
Tornou-se o
primeiro time da terceira divisão a vencer a competição.
Na última
temporada, o saldo da equipe foi positivo.
Já de volta à
elite búlgara, o CSKA foi vice da Liga, cinco pontos atrás do Ludogorets.
Na Copa,
eliminação para o Botev Plovdiv na semifinal.
O Bayern de Munique não vai exercer o direito de compra e Coutinho deve retornar ao Barcelona...
Imagem: Autor Desconhecido
Karl Heinz
Rummenigge confirmou nesta sexta-feira em entrevista ao "Der Spiegel"
o que todo mundo já sabia: o clube alemão não ficará com Coutinho, ou pelo
menos não no momento...
"A opção
já expirou e não a exercemos, agora teremos que concluir o planejamento da
equipe para a próxima temporada e veremos se o jogador ainda pode ter um papel
a desempenhar conosco ou não".
O jogador
brasileiro emprestado pelo Barcelona ao Bayern de Munique, não teve atuações
convincentes...
Coutinho, que
agora está lesionado, disputou 32 jogos na Alemanha nesta temporada, marcando 9
gols e contribuído com 8 assistências.
A Liga Italiana e o governo vão começar a negociar a volta do futebol...
A Liga
Italiana e o governo vão se reunir no próximo dia 28 de maio para discutir de
que forma poderão ser retomados os jogos da Serie A...
O documento
de 36 páginas será o ponto de partida para a conversa entre os responsáveis
pelo futebol e autoridades governamentais.
Entretanto,
um ponto tem chamado a atenção...
O que diz
respeito à interação entre jogadores e árbitros durante os jogos: "Os
jogadores estão proibidos de protestar com os árbitros ou delegados ao jogo e
têm de manter sempre, em qualquer circunstância, uma distância de pelo menos um
metro e meio".
Outra
proposta é a permissão de no máximo 300 pessoas nos estádios onde os jogos
serão realizados...
Os atletas
das equipes que jogarem "em casa" devem se dirigir ao estádio em seu
próprio veículo.
Os ônibus que
transportarem as equipes visitantes deverão ser desinfetados antes das viagens
de ida e volta...
Também foi
sugerido no documento a proibição de uso de gelo para jogadores que se lesionem
durante um encontro e da contratação de empresas externas para o fornecimento
de comida pelos clubes.
A liga quer
ainda proibir a presença de mascotes nos estádios, assim como, das crianças que
entram com os jogadores em campo...
A proposta
prevê ainda a abolição da habitual fotografia de grupo antes do início da
partida.
Por fim,
todas as pessoas serão obrigadas a preencher um questionário ao entrar nos
estádios sobre possíveis sintomas de covid-19 que sintam ou tenham sentido nos
dias ou semanas anteriores.
sexta-feira, maio 22, 2020
O Dr. Roberto Vital, médico do ABC FC é o mais novo membro da Academia Brasileira de Medicina de Reabilitação...
Imagem: Bruno Póvoa
O Dr. Roberto
Vital, médico do ABC FC é o mais novo membro da Academia Brasileira de Medicina
de Reabilitação...
O médico recebeu
nesta quarta-feira (20) o comunicado de sua eleição para ocupar a cadeira 52,
que tem como patrono o Dr. Henrique Dodsworth, médico, advogado e político
(1895/1975).
A Academia
Brasileira de Medicina de Reabilitação, fundada em 26 de janeiro de 1972, na
sede do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, em sessão presidida pelo Dr.
Renato C. Bonfim, é constituída por 70 cadeiras, assim compostas...
Medicina: 40
cadeiras; Cirurgia: 20 cadeiras e Ciências aplicadas à Medicina: 10 cadeiras.
Postulado da
Academia
A prática da
reabilitação baseia-se na crença filosófica de que a responsabilidade do médico
ou de qualquer especialista não termina quando a doença é vencida ou completada
a fase cirúrgica; só termina quando o indivíduo volta a viver e a trabalhar com
o que lhe restou de suas capacidades (Howard Rusk).
O engajamento político e social do Rayo Vallecano...
Não conheço,
mas já vi! #11
O engajamento
político e social do Rayo Vallecano.
Por Dyego
Lima/Universidade do Esporte
Área
economicamente modesta do sudeste de Madrid, Vallecas é repleta de conjuntos
habitacionais, sendo ponto de chegada de imigrantes humildes.
Isso o torna
o distrito com maior índice de desemprego da cidade.
Fundado em 29
de maio de 1924, o Rayo Vallecano não nega suas origens, muito pelo contrário.
Trata-a com
orgulho e, se não, por meio de títulos, através de ações, tenta dar voz e
ajudar seu povo.
Poucos clubes
no mundo são tão ativos política e socialmente quanto o Rayo.
Coincidência
ou não, foi exatamente em Vallecas que surgiram os primeiros movimentos
sindicais e sociais na capital espanhola, inclusive com torcedores do time
estando entre os líderes da greve geral no país em 2012.
O clube
trata-se como uma equipe de bairro, de torcida limitada e com viés esquerdista.
Isso fez com
que a instituição desenvolvesse uma amizade com os alemães do St. Pauli.
Além de um
time de futebol, o Vallecano também é uma fundação social, que apoia
iniciativas relacionadas ao esporte como meio de educação física e moral.
Imagem que
costuma ser atrelada ao Atlético, os rayistas consideram-se o verdadeiro clube
operário de Madrid.
Lemas como
"Ame o Rayo, odeie o racismo", e "Pequeno no esporte, grande nos
valores", são marcas da equipe.
Dentre
atitudes de cunho social, um episódio em novembro de 2014 foi o mais marcante.
Carmen
Martínez Ayudo, de 85 anos, acabou despejada da casa em que viveu durante meio
século, em Vallecas, por dívidas não pagas por seu filho.
Tomando
conhecimento da situação, a diretoria do Rayo comprometeu-se a pagar o aluguel
de um apartamento para a senhora pelo resto de sua vida.
A torcida do
clube também se movimentou e conseguiu arrecadar algum dinheiro para ela.
Apenas dois
meses depois, Carmen acabou retribuindo da forma que pôde.
Wilfred
Agbonavbare, ex-goleiro do Rayo, que defendeu a equipe por seis temporadas na
década de 90, descobriu um câncer em janeiro de 2015.
A senhora
decidiu doar ao ex-jogador parte do dinheiro que havia recebido do clube pouco
tempo antes.
Além deste
caso, em 2017, a torcida rayista, por meio de enérgicos protestos, fez a diretoria
do clube cancelar a transferência do ucraniano Roman Zozulya, que possuía
vínculo ativo com grupos neonazistas em seu país.
O Rayo também
já utilizou seu uniforme como uma forma de "levantar bandeiras" para
causas nobres.
A sua característica
faixa transversal vermelha já foi substituída por uma rosa, em alusão à
conscientização ao câncer de mama.
Em 2015, uma
camisa com um arco-íris foi lançada, em prol da luta contra a homofobia.
Segundo
comunicado oficial da equipe, cada cor também simbolizava uma luta: AIDS
(vermelho), depressão (amarelo), abuso infantil (azul), violência doméstica
(roxo), apoio a deficientes físicos (laranja) e meio ambiente (verde).
O clube doou
parte da verba arrecadada com as vendas dela para instituições de caridade
ligadas às causas.
Desde 1976,
sua casa é o Estadio de Vallecas, com capacidade para cerca de 15 mil
torcedores.
Em 2004, o
palco chegou a receber o nome de Teresa Rivero.
Em 1994, ele
se tornou a primeira mulher a presidir um clube da Primeira Divisão da Espanha.
Os primeiros
passos
O clube
nasceu com o nome de Agrupación Deportiva El Rayo.
De 1931 até
36, a equipe participou do campeonato da Federação Trabalhadora de Futebol,
filiando-se à Federação Castellana ao fim da Guerra Civil em 1939, algo que já
era planejado antes do conflito estourar.
Mais tarde
neste mesmo ano, Miguel Rodríguez Alzola assume como presidente da instituição.
Foi sob sua
tutela, em 13 de novembro de 1947, que o time foi renomeado para Agrupación
Deportiva Rayo Vallecano.
Na temporada
1948–49, o clube consegue o acesso à Terceira Divisão.
Na época
seguinte, um caso curioso.
A equipe
firmou um "acordo de ajuda mútua" com o Atlético de Madrid.
Em troca de
ceder alguns jogadores, o Atleti pediu para que o Rayo deixasse de jogar
inteiramente de branco, tal qual o Real Madrid, e incluísse algo vermelho em
seu uniforme, além de adicionar a faixa transversal.
Imaginou-se
que, com o acordo, o Vallecano se tornasse uma espécie de "filial" do
Atlético, mas ele durou apenas um ano.
No entanto,
as mudanças nas camisas permaneceram.
Até por conta
disso, o Rayo desenvolveu uma amizade com o River Plate, que havia se tornado
sua nova inspiração.
A equipe
argentina, de passagem pela Espanha para jogar um amistoso contra o Real no
Santiago Bernabéu, deu dois uniformes completos para os rayistas.
O Vallecano
utilizou-os em dois jogos oficiais, e depois passou-os às categorias de base.
E, apesar das
camisas, o futebol do clube ficou longe de se assemelhar ao do River.
Anos
de luta
Só em 1956, o
Rayo conseguiu o seu primeiro acesso à Segunda Divisão.
Uma vitória
por 5 a 3 contra o Gimnàstic de Tarragona garantiu a vaga.
Manolo
Peñalva, histórico jogador do clube, anotou três gols na partida.
Depois de
alguns anos no 2° nível, a equipe é rebaixada na temporada 1960/61.
Um novo
acesso só seria conquistado em 1964/65.
No dia 06 de
maio de 1976, a atual casa do time, o então Nuevo Estadio de Vallecas, foi
inaugurado. Em duelo contra o Valladolid, os rayiados foram derrotados por 1 a
0.
Além de novo
palco, a equipe encerraria a temporada sendo treinada pela lenda Alfredo Di
Stéfano.
E a chegada
do novo lar iluminou os passos do Rayo.
Na época
1976–77, depois de conseguir, na última rodada diante do Getafe, o ponto que
necessitava, os rayiados conseguiram sua primeira ida à elite da Espanha.
E sem perder
nenhum jogo como mandante.
Aventuras
entre os poderosos
A estreia na
Primeira Divisão foi considerada magnífica, com um 10° lugar dentre 18 clubes.
Com Héctor Núñez
como técnico, o Rayo foi apelidado pela imprensa de Matagigantes.
Isso porque o
time foi capaz de, em Vallecas, vencer os grandes da Liga: Real, Barcelona,
Bilbao, Valencia, Atlético e Sevilla.
A única
derrota foi para o Elche.
O clube ficou
três temporadas na elite, até cair em 1979/80.
Alguns
jogadores passaram e tornaram-se lendas: Alejandro Alcázar, Miguel Uceda,
Manolo Clares e Fernando Morena.
O último
acabou se tornando importante no extracampo também.
Foi graças à
sua contratação que a equipe atingiu a histórica marca de 10 mil sócios.
Na temporada
1981–82, com Manuel Peñalva como técnico, o Rayo conseguiu seu melhor resultado
na Copa do Rei.
Após eliminar
A.D. Parla, Cacereño, Real Oviedo, Atlético Madrileño, além de um Real Zaragoza
que não só era dirigido por Leo Beenhakker, mas também contava com um ataque
formado por Pichi Alonso, Amarilla e Jorge Valdano, a equipe alcançou as
semi-finais do torneio.
Acabaria
sucumbindo perante o Sporting de Gijón. Ico Aguilar, Mora, Elías Benito e
Álvarez foram os principais nomes daquela histórica campanha.
O clube só
retornaria à Primeira Divisão em 1988/89. Félix "Felines" Sierra comandou
um elenco que contava com Jesús Diego Cota, Ángel Férez, José Zapatera e Hugo
Maradona, irmão mais novo de Diego.
No entanto,
acabaria sendo rebaixado já na temporada seguinte.
Vida nova,
mas nem tanto
Em 1991, o
clube transformou-se em uma Sociedade Anônima Deportiva.
O empresário
José María Ruiz-Matos comprou a maior parte das ações e tornou-se, em tempos de
crise econômica, presidente da instituição.
O Rayo
conseguiu o acesso à Primeira Divisão, mas, em 1993, mesmo com a chegada do
lendário atacante mexicano Hugo Sánchez, acabou sendo rebaixado novamente.
Em 1994/95,
outra boa campanha na Copa do Rei.
Depois de
eliminar Numancia, Andorra CF, Racing de Santander e Palamós, o Vallecano
chegou às quartas de final. Outra vez o Sporting de Gijón acabaria com o sonho
da equipe.
Na Liga,
segunda colocação e novo acesso à elite.
Na temporada
1999/00, o Rayo liderou a Primeira Divisão durante quatro rodadas.
O técnico
Juande Ramos contava com nomes como Míchel, Julen Lopetegui e Luis Cembranos.
Os rayiados,
apesar de finalizarem o campeonato na 9° colocação, acabaram recebendo um
convite para disputar a Copa Uefa seguinte devido ao seu fair play.
Foi um dos
clubes com menos advertências em todo o continente.
O ano de 2000
também marcou a fundação da ala feminina de futebol do Vallecano, que se
tornaria uma das principais da Espanha.
As meninas
conquistariam três Ligas e uma Copa do Rei.
Na época
seguinte, o debute em competições europeias.
E já seria
uma grata surpresa.
O clube
eliminou Constelació Esportiva, de Andorra, com direito a um 10 a 0, maior
goleada daquela edição do torneio, Molde, da Noruega, Viborg, da Dinamarca,
Lokomotiv Moscou e Bordeaux, alcançando as quartas de final.
Cairia
perante o compatriota Alavés, futuro vice-campeão.
O sucesso no
torneio continental resultou em um 14° lugar na Liga Espanhola.
Nova desordem
Nas
temporadas seguintes, o Rayo se desestabiliza.
Em 2004,
inicia o primeiro dos quatro anos na Terceira Divisão.
Nesse
período, Álvaro Negredo, cria das canteras, chega aos profissionais.
O retorno ao
segundo nível espanhol só aconteceria em 2007/08, com o título da terceirona.
Em 2009/10,
mais uma boa participação na Copa. Passando por Real Sociedad, Córdoba e
Bilbao, a equipe chega às oitavas.
O Mallorca,
"bicho-papão" dos rayiados em play-offs de acesso em temporadas
passadas, apareceu para eliminar o time madrilenho.
Durante a
época 2010/11, alguns acontecimentos chegaram para "agitar" a
instituição.
A crise
financeira atinge o conglomerado de empresas da família Ruiz-Matos, inclusive o
clube.
A falência
foi vista de perto.
Devido às complicações,
é criada a Fila 0, uma ação para receber donativos, além da venda de camisetas
com a estampa: "Equipe e torcida, unidos por um sentimento".
A verba
serviria para pagar os trabalhadores, jogadores e canteranos.
A torcida
protestou.
Exemplo é a
partida contra o Granada, quando fizeram uma corrente humana ao redor do
estádio.
Uma placa com
os dizeres "87 anos de história merecem mais respeito" era levada aos
jogos.
Apesar dos
problemas e dos salários atrasados, o Rayo nunca deixou de ser um dos dois
melhores da Segunda Divisão naquela temporada, conseguindo o acesso à elite com
o vice-campeonato.
História
recente
Em 05 de maio
de 2011, o empresário Raúl Martín Presa comprou 98,6% das ações do Rayo,
tornando-se presidente e assumindo as dívidas.
Com a equipe
vivendo a pior crise de sua história, ele se comprometeu a pagar os salários
atrasados.
No dia 22
daquele mês, o acesso à Primeira Divisão após oito anos foi matematicamente
confirmado depois de uma vitória por 3 a 0 contra o Xerez CD.
Para a
temporada seguinte, Dani Pacheco, Michu, Trashorras, Diego Costa e Armenteros
chegaram.
Apesar disso,
a vida rayista na elite não foi nada fácil.
O clube
acabou se livrando do rebaixamento na última rodada, contra o Granada, graças a
um gol de Raúl Tamudo nos acréscimos, que garantiu a vitória pelo placar
mínimo.
Após o susto,
a época seguinte foi completamente oposta.
Ela marcou o
início do "sucesso" recente do Vallecano.
José Ramón
Sandoval não teve seu contrato renovado. Paco Jémez, ex-jogador rayista, e
vindo de boa passagem pelo Córdoba C.F, chegou para comandar o time.
Na Liga,
foram 53 pontos e um oitavo lugar.
Foi a melhor
temporada da equipe na Primeira Divisão, tanto em pontos como em classificação,
em sua história.
O Rayo chamou
atenção pelo seu vistoso jogo ofensivo.
Após o
destaque, para 2013/14, o clube sofreu um desmanche.
Piti, que
estava desde a Terceira Divisão e havia sido artilheiro do time na temporada
passada com 15 gols; Javi Fuego, um dos melhores "ladrões de bola" da
Liga; Léo Baptistão, que concorreu à revelação do campeonato, todos saíram.
Além deles,
durante as competições, Rubén Rochina e Iago Falque voltaram às suas
respectivas equipes depois de um período de empréstimo.
Apesar das
dificuldades, o Rayo conseguiu permanecer na elite.
Depois de uma
temporada no meio da tabela, o Vallecano foi condenado ao descenso em 2015/16.
Na Segunda
Divisão, após um início ruim, Míchel chegou para treinar o time.
Ele conseguiu
um ótimo fim de campeonato, deixando a equipe no 12° lugar, cinco pontos à
frente da zona de rebaixamento.
Finalmente,
em 2017/18, o título mais importante da história do clube.
A conquista
da Segunda Divisão foi sofrida, vindo apenas na última rodada.
E com traços
dramáticos. Tendo perdido para o Gimnàstic, o troféu só veio porque o Huesca
foi derrotado pelo Real Oviedo.
O Rayo foi a
terceira equipe de Madrid a conquistar o torneio, após o Real Castilla e o
Atlético.
O acesso fez
com que, pela primeira vez, em 2018/19, a Primeira Divisão contasse com cinco
equipes madrilenhas: Real, Atletico, Rayo, Leganés e Getafe.
Os rayistas
seriam rebaixados à Segunda Divisão no último lugar, com apenas 32 pontos em 38
jogos.
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