Gustavo Kuerten é o cara!

Imagem: Blog do Aílton Medeiros

Guga encerrou sua carreira. E o que isso tem a ver com um blog que trata de futebol?

A exceção da rede, das quadras de grama e da bolinha, absolutamente nada. Mas Guga está ao menos para mim, em um patamar acima da imensa maioria dos atletas.

Não entendo de tênis, portanto não posso afirmar se Guga era ou não um gênio das quadras. Assim como, não posso afirmar se os métodos de treinamento nele aplicados foram excessivos ou não.

Mas duas coisas, posso falar de Gustavo Kuerten.

A primeira, é que venceu e venceu com brilhantismo, até ser vencido pelas inúmeras contusões.

Venceu e conquistou o mundo com seu jeito menino e seu sorriso sempre aberto e feliz.

Esse Guga é imbatível.

A segunda é sobre o Gustavo Kuerten que nunca deixo de ser o Guga...

O Guga que mesmo vencedor, nunca permitiu que suas vitórias fossem maiores que o Guga menino de Florianópolis.

Guga nunca foi antipático, nunca pousou de rico, nunca alugou boates e as encheu de idiotas a requebrar ao som de musicas de gosto duvidoso, agarrados a mulheres de comportamento duvidoso e segurando latinhas de cerveja.

Guga jamais foi flagrado em qualquer situação constrangedora e jamais exibiu loiras ou morenas de enormes traseiros como troféu.

Guga se tornou estrela do tênis mundial ao lado de estrelas de primeira grandeza, mas Guga veio de um meio são e sã foi sua trajetória.

Havia e há uma família a ser respeitada e preservada.

Havia amor sincero e verdadeiro nos seus beijos e abraços que após cada partida ele trocava com seus parentes e amigos.

E havia sinceridade na sua satisfação após cada vitória.

Porém, algo sempre me impressionou no garoto de Florianópolis...

Ele nunca deu nenhuma declaração xenófoba ou deixou transparecer orgulho desmedido.

Guga sorria, dizia algo engraçado e continuava a ser o garoto de praia cheio de felicidade por estar ali, mas sem a pretensão de se considerar acima do bem e do mal.

Certa vez, alguém me contou ou li em algum lugar, sobre o Guga torcedor do Avaí FC e fiquei encantado com a história.

Guga chegava ao estádio sem pompa, assistia na arquibancada e agia como qualquer “moleque” amante do futebol.

Gritava, xingava, sorria, ficava tenso, vibrava e se aborrecia como qualquer outro...

Vestido com a camisa azul do Avaí, não era o tenista Gustavo Kuerten que lá estava.

Quem estava lá era o Guga, esse mesmo Guga que tanta falta vai fazer nas quadras do mundo afora, como falta fará aos que precisam de exemplos dignificantes.

Por isso sei o quão sinceras são as lágrimas da foto acima...

Valeu Guga, obrigado por tudo.