sexta-feira, outubro 28, 2011

Luiz Mendes brilhou num tempo em que o rádio esportivo brasileiro era uma constelação...



Ontem ao saber da morte de Luiz Mendes, não pude deixar sentir aquela sensação de que “meu mundo” aos poucos vai desaparecendo...

Refiro-me as pessoas que de uma forma ou de outra estiveram presentes em minha infância e adolescência e que repentinamente se vão.

A cada Partida, me sinto cada vez mais só!

Mas é bom que saibam aqueles que agora leem este texto, que me considero um homem de sorte.

Sou carioca de nascimento, sou vascaíno por influência de meu pai, um cearense que jamais deixou de cultuar sua Quixadá, mas que fez do Rio seu lar.

Foi meu pai que me deu meu primeiro rádio...

E foi ele que me fez conhecer os irmãos Admildo e Achilles Chirol, assim como tantos outros nomes ilustres do futebol carioca dos anos 60, 70 e 80.

Admildo era preparador físico, depois treinador...

Achilles, cronista esportivo.

Tive sorte.

O rádio que ganhei de presente me presenteou com as vozes de narradores como Doalcey Bueno de Camargo, Clóvis Filho, Jorge Curi, Waldyr Amaral, Carlos Marcondes, Celso Garcia e José Cabral.

Os repórteres de campo eram inigualáveis...

Sem muito esforço, ainda posso ouvir as vozes de Iata Anderson e Ronaldo Castro...

Vozes que ficaram gravadas em minha memória.

Os comentaristas “desenhavam” em minha mente os jogos que não vi e me mostravam as razões das derrotas e das vitórias nas partidas que vi.

Washington Rodrigues, Rui Porto, Achilles Chirol, João Saldanha e Luiz Mendes, podiam falar horas a fio...
Não me cansava de ouvi-los.

Foi com essa gente que cresci ouvindo futebol.

Ontem, Luiz Mendes partiu e sua partida deixa um vazio que ao menos para mim, jamais será superado.

Tive sorte.

Pois foram esses homens e suas vozes que me fizeram “ver” através do rádio, o desfile de jogadores como Paulo Borges, Samarone, Parada, Murilo, Rodrigues Neto, Gerson, Jairzinho, Doval, Jaime, Ocimar, Antunes, Luizinho Tombo, Dé, Andrada, Pedro Paulo, Afonsinho, Pompéia, Jorge, Braulio, Edu, Silva e tantos outros.

Tive sorte sim, pois vivi o melhor tempo do futebol brasileiro...

Vivi e vi.

Ontem Luiz Medes, um gaúcho que assim como meu pai, jamais deixou de cultuar sua Ijuí, mas que também, fez do Rio seu lar, se despediu da vida e entrou para história.






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