Ontem ao saber da morte de Luiz
Mendes, não pude deixar sentir aquela sensação de que “meu mundo” aos poucos
vai desaparecendo...
Refiro-me as pessoas que de uma
forma ou de outra estiveram presentes em minha infância e adolescência e que
repentinamente se vão.
A cada Partida, me sinto cada vez
mais só!
Mas é bom que saibam aqueles que
agora leem este texto, que me considero um homem de sorte.
Sou carioca de nascimento, sou
vascaíno por influência de meu pai, um cearense que jamais deixou de cultuar
sua Quixadá, mas que fez do Rio seu lar.
Foi meu pai que me deu meu
primeiro rádio...
E foi ele que me fez conhecer os
irmãos Admildo e Achilles Chirol, assim como tantos outros nomes ilustres do
futebol carioca dos anos 60, 70 e 80.
Admildo era preparador físico,
depois treinador...
Achilles, cronista esportivo.
Tive sorte.
O rádio que ganhei de presente me
presenteou com as vozes de narradores como Doalcey Bueno de Camargo, Clóvis
Filho, Jorge Curi, Waldyr Amaral, Carlos Marcondes, Celso Garcia e José
Cabral.
Os repórteres de campo eram inigualáveis...
Sem muito esforço, ainda posso
ouvir as vozes de Iata Anderson e Ronaldo Castro...
Vozes que ficaram gravadas em
minha memória.
Os comentaristas “desenhavam” em
minha mente os jogos que não vi e me mostravam as razões das derrotas e das
vitórias nas partidas que vi.
Washington Rodrigues, Rui Porto,
Achilles Chirol, João Saldanha e Luiz Mendes, podiam falar horas a fio...
Não me cansava de ouvi-los.
Foi com essa gente que cresci
ouvindo futebol.
Ontem, Luiz Mendes partiu e sua
partida deixa um vazio que ao menos para mim, jamais será superado.
Tive sorte.
Pois foram esses homens e suas
vozes que me fizeram “ver” através do rádio, o desfile de jogadores como Paulo
Borges, Samarone, Parada, Murilo, Rodrigues Neto, Gerson, Jairzinho, Doval, Jaime,
Ocimar, Antunes, Luizinho Tombo, Dé, Andrada, Pedro Paulo, Afonsinho, Pompéia,
Jorge, Braulio, Edu, Silva e tantos outros.
Tive sorte sim, pois vivi o
melhor tempo do futebol brasileiro...
Vivi e vi.
Ontem Luiz Medes, um gaúcho que
assim como meu pai, jamais deixou de cultuar sua Ijuí, mas que também, fez do
Rio seu lar, se despediu da vida e entrou para história.
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