domingo, outubro 30, 2011

O imbecil coletivo é alguém muito perigoso...



As pessoas costumam me envergonhar...

E, nos últimos dias, elas se superaram.

As reações desumanas, raivosas e completamente descabidas diante da tragédia pessoal do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, me enojam...

Toco nesse assunto completamente confortável, pois nunca fui um admirador incondicional do Lula, mesmo admitindo, que nele votei em seu primeiro mandato.

Lula nunca me empolgou com suas frases, nunca me emocionou com sua teatralidade, mas daí a cultivar sentimentos contra a pessoa de Lula, jamais.

Não faço parte do grupo que agora, aproveita um momento tão difícil na vida do ex-presidente para vomitar recalques e expor sua falta de decoro.

Boa sorte e saúde é o que desejo ao Lula.

Mas, o assunto não para aí:

Continua...

E continua não em forma de defesa do árbitro Diego Pombo Lopes, mas como repudio a imbecilidade coletiva.


O árbitro Diego Pombo Lopes, ontem no estádio Maria Lamas Farache foi estapafúrdio e merecedor de todas as criticas.

Diego Pombo Lopes, se deixou induzir pelo seu auxiliar e anulou um gol legitimo de Leandrão – não devia, estava próximo ao lance e por dever de ofício deveria saber que um jogador que está atrás da linha da bola, não está impedido...

Depois, deixou de marcar um pênalti claro sobre o jogador Cascata e na sequencia, expulsou o jogador por considerar que o mesmo havia tentado enganá-lo através de encenação...

Errou duas vezes: primeiro ao não marcar o pênalti e depois, por expulsar a vítima com claro benefício ao infrator.

Tudo isto é fato...

Mas, entretanto, um segundo fato emerge em meio à desastrosa tarde de Diego Pombo Lopes em Natal: o preconceito.

Logo que a informação sobre sua profissão de modelo fotográfico chegou, risinhos e ironias deixaram no ar insinuações baratas...

Não houve ninguém com coragem o bastante, mas como para bom entendedor, meia palavra basta, ficou claro que dúvidas sobre a masculinidade de Diego Pombo foram lançadas.

O pior foi ler posteriormente, textos de colegas que davam continuidade a propagação da ideia de que modelos e masculinidade não combinam.

Uma pena, mas também uma prova cabal de como imbecilidade coletiva é capaz de produzir rótulos a respeito de profissões.

Bem, como não sou afeito a escrever sobre o que não pesquiso, fui atrás do Diego Pombo Lopes, modelo – sobre o árbitro, ao menos na partida entre ABC e ASA, já tinha opinião.

Vi um ou dois vídeos com ele e não notei nenhum trejeito que o tornasse, digamos, diferente...

O que vi foi um menino tímido com o assédio inesperado e uma ponta de deslumbramento diante do novo mundo que agora se descortina a sua frente, mas em nenhum momento, percebi qualquer afetação...

Portanto, cobremos da Comissão de Arbitragem uma punição a Rodrigo Diego Pombo por seu desastroso “trabalho” em Natal, mas deixemos de lado o que ele faz fora das quatro linhas, pois posso afirmar sem medo de errar, que muitos dos que o criticam, assim como os apedrejadores de Maria Madalena, deviam jogar fora suas pedras...

Para terminar, lembro que a carreira de modelo é coisa para gente bonita – coisa que, aliás, incomoda muito os feios.


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