Nos contam nas escolas e em alguns
manuais de partidos políticos que a América do Sul, esse belo e imenso pedaço
de terra, banhado por dois oceanos, cortado por rios gigantes e caudalosos,
coberto em boa parte por densas florestas, cortado por uma cordilheira e
repleto de serras, montanhas, altiplanos, planícies, planaltos, cerrados,
desertos e até geleiras, conquistou sua liberdade graças aos sonhos libertários
de homens como Bernardo O’Higgins, Simón Bolívar e Don Pedro I, entre outros.
Mas quantos dos que ouviram seus
emocionados professores cantar em prosa e verso esses senhores ou leram cheios
de ardor libertários as cartilhas partidárias, procuraram conferir a veracidade
de tais informações?
Creio que muito poucos...
Raros, arrisco o palpite.
Esses senhores, heróis da liberdade,
na verdade, jamais sonharam com a liberdade de seus povos...
No máximo, quiseram livrar as
terras onde pisavam das botas do colonizador e substituí-las por suas próprias
botas.
Bernardo O’Higgins governou com
plenos poderes até que o Chile ficou desacreditado no exterior por falta de
instituições democráticas.
Então ordenou que os governadores
enviassem deputados para a formação de um congresso.
Mas não qualquer deputado, e sim os que ele já
havia escolhido prévia e secretamente.
Então O’Higgins, fazendo teatro,
renunciou frente ao congresso, que, por unanimidade, rejeitou seu pedido e
confirmou seu mandato de Diretor Supremo.
D. Pedro I dissolveu a Assembleia
Constituinte que queria diminuir seus poderes.
E de um modo nada sutil: cercou-a
com soldados e canhões.
Depois ele mesmo, com a ajuda de
sua camarilha, elaborou uma constituição.
Foi quando instituiu o Poder
Moderador, que era exercido exclusivamente por ele e se colocava acima dos
outros três poderes, tornando-o praticamente um ditador.
Simón Bolívar, o inspirador de
Hugo Chávez, o idiota que governa a Venezuela, quando governava o Peru, em 1826
decretou que os colégios eleitorais das províncias deveriam aprovar a
constituição elaborada por ele mesmo, que por coincidência o nomeava como
Presidente Vitalício do país.
Esse era o “conceito” de
liberdade desses cavalheiros e isso, talvez explique o porquê da obsessiva paixão
pelo poder e o imenso desejo que os líderes das nações destas terras, seus
sucessores, têm pelo continuísmo de si mesmos a frente seja lá do que for.
No futebol, não poderia ser diferente...
A CONMEBOL anunciou sem sequer
ficar ruborizada que em 1997, as confederações nacionais, através de um acordo,
tornaram o cargo ocupado pelo patético paraguaio, Nicolaz Leoz, vitalício...
Isto mesmo, o Senhor Nicolaz
Leoz, só deixa a poltrona de presidente da CONMEBOL, direto para a urna
funerária.
Bem, nada de estranho, basta que
algum leitor mais curioso levante o tempo que cada um dos presidentes das confederações
nacionais estão ou estiveram no poder, para ver que as lições de O’Higgins,
Pedro I e Simón Bolívar, foram muito bem aprendidas.
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