sexta-feira, junho 01, 2012

A farsa do legado da copa chegou ao fim...



As farsas costumam demorar a serem desmascaradas...

Os farsantes são ótimos atores...

No Brasil eles proliferam...

Se seu passado é glorioso, seu futuro é promissor.

Num país onde a maioria da população nunca leu e entre aqueles que leram, a maior parte faltou às aulas de interpretação de texto ou sente tédio, sono e uma enorme vontade de largar o livro e assistir ao próximo e eletrizante episódio do BB, a farsa encontra terra fértil e dadivosa.

Por outro lado, mesmo quando o farsante e sua farsa são desmascarados, pouco ou nada sofrem...

Seus críticos, logo são calados por mil e uma noites de desculpas esfarrapadas...

Surgem defensores de todos os lados – os farsantes costumam ter muitos amigos importantes por essas bandas – e sempre haverá um culpado ou um imprevisto capaz de explicar o que nenhum ser provido de princípios, poderia explicar.

Desta vez, porém, a máscara não caiu...

Foi arrancada...

Se aqui insistiam em mantê-la, lá fora, sustentar a farsa acabou ficando difícil de suportar e então, o senhor Jérôme Valcke – aquele que já havia aconselhado um bom e certeiro chute no traseiro dos farsantes – resolveu abrir mais uma vez sua boca...

“Copa não mudará o país”, disse Valcke.

“Diante do atraso das obras, a FIFA já admite que os projetos ligados à Copa não terão um impacto que altere a cara do Brasil”, continuou.

“O que precisamos, com certeza, são dos estádios. Precisamos também que os aeroportos funcionem, que as pessoas possam se locomover de uma cidade para outra. Mas não podemos pensar que um país mudará completamente em cinco, seis anos“, concluiu.

As declarações de Valcke são o reconhecimento da FIFA que o Brasil fracassou em seus planos megalomaníacos e fizeram o governo recuar e admitir o fracasso...

As palavras do ministro das cidades, Aguinaldo Ribeiro, responsável pelos projetos de mobilidade urbana, que mesmo de forma tímida e ainda tentando manter as aparências, são sinais claros que a farsa do legado da copa, chegou ao fim.  

 “Se em outubro não tiverem sequer projeto ou se não tiverem sido contratadas, vai haver debate no governo para decidir qual será o encaminhamento nessas obras. Não havendo a contratação, acho que não haverá condição de ter execução dentro do período próprio“.

O que faltou na fala do ministro foi dizer que existem projetos com dois anos de atraso e, portanto, não se sabe até aqui de onde virá o dinheiro para realizá-los, se do governo federal, estadual ou municipal...

Coisa que, aliás, vem sendo cobrada insistentemente pelo Tribunal de Contas da União.

Mas, não há com que se preocupar...

Ninguém vai ficar envergonhado e nem será responsabilizado...

Quando a bola rolar com a cerveja jorrando aos borbotões, os iletrados vão comemorar, os mais ou menos letrados vão ignorar e os aliados vão sentir um enorme alívio, pois os críticos serão engolidos pelo tsunami patriótico que invadirá a maioria dos corações brasileiros.

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