As farsas costumam demorar a
serem desmascaradas...
Os farsantes são ótimos atores...
No Brasil eles proliferam...
Se seu passado é glorioso, seu
futuro é promissor.
Num país onde a maioria da
população nunca leu e entre aqueles que leram, a maior parte faltou às aulas de
interpretação de texto ou sente tédio, sono e uma enorme vontade de largar o
livro e assistir ao próximo e eletrizante episódio do BB, a farsa encontra
terra fértil e dadivosa.
Por outro lado, mesmo quando o
farsante e sua farsa são desmascarados, pouco ou nada sofrem...
Seus críticos, logo são calados
por mil e uma noites de desculpas esfarrapadas...
Surgem defensores de todos os
lados – os farsantes costumam ter muitos amigos importantes por essas bandas –
e sempre haverá um culpado ou um imprevisto capaz de explicar o que nenhum ser
provido de princípios, poderia explicar.
Desta vez, porém, a máscara não
caiu...
Foi arrancada...
Se aqui insistiam em mantê-la, lá
fora, sustentar a farsa acabou ficando difícil de suportar e então, o senhor
Jérôme Valcke – aquele que já havia aconselhado um bom e certeiro chute no traseiro
dos farsantes – resolveu abrir mais uma vez sua boca...
“Copa não mudará o país”, disse
Valcke.
“Diante do atraso das obras, a
FIFA já admite que os projetos ligados à Copa não terão um impacto que altere a
cara do Brasil”, continuou.
“O que precisamos, com certeza,
são dos estádios. Precisamos também que os aeroportos funcionem, que as pessoas
possam se locomover de uma cidade para outra. Mas não podemos pensar que um
país mudará completamente em cinco, seis anos“, concluiu.
As declarações de Valcke são o
reconhecimento da FIFA que o Brasil fracassou em seus planos megalomaníacos e
fizeram o governo recuar e admitir o fracasso...
As palavras do ministro das cidades,
Aguinaldo Ribeiro, responsável pelos projetos de mobilidade urbana, que mesmo
de forma tímida e ainda tentando manter as aparências, são sinais claros que a
farsa do legado da copa, chegou ao fim.
“Se em outubro não tiverem sequer projeto ou
se não tiverem sido contratadas, vai haver debate no governo para decidir qual
será o encaminhamento nessas obras. Não havendo a contratação, acho que não
haverá condição de ter execução dentro do período próprio“.
O que faltou na fala do ministro
foi dizer que existem projetos com dois anos de atraso e, portanto, não se sabe
até aqui de onde virá o dinheiro para realizá-los, se do governo federal, estadual
ou municipal...
Coisa que, aliás, vem sendo
cobrada insistentemente pelo Tribunal de Contas da União.
Mas, não há com que se
preocupar...
Ninguém vai ficar envergonhado e
nem será responsabilizado...
Quando a bola rolar com a cerveja
jorrando aos borbotões, os iletrados vão comemorar, os mais ou menos letrados
vão ignorar e os aliados vão sentir um enorme alívio, pois os críticos serão
engolidos pelo tsunami patriótico que invadirá a maioria dos corações
brasileiros.
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