Ademir Fonseca vai realizar
treinos secretos durante a semana.
Nenhum torcedor ou jornalista vai
poder entrar - não necessáriamente nesta ordem.
Finalizado o treino, Ademir
Fonseca vai indicar dois jogadores para conceder entrevista na sala de imprensa
do clube - imagino que sejam dois que saibam manter segredo.
Muito bem, tratemos do assunto em
partes:
- Abrir ou fechar portões durante
os treinos é um direito indiscutível do clube e do treinador - gostemos ou não.
Particularmente não gosto da
palavra treino secreto.
Dá uma conotação pernóstica, soa
um tanto James Bond para o meu gosto.
E depois, que novidades seriam
estas que ninguém pode conhecer antes do jogo?
Será algum novíssimo estratagema capaz
de mudar taticamente o time a ponto de embasbacar Roberto Fernandes e liquidar
qualquer possibilidade de contramedida durante o clássico?
Ou, será talvez, algum tipo de jogada
ensaiada gestada a sete chaves pela comissão técnica do alvinegro com o apoio
do Departamento de Futebol e que será posta em prática nesses dias de treino
secreto, após receber a chancela de José Mourinho, Pepe Guardiola, Joachim Löw e
Tite?
Seja lá o que for uma coisa é
certa:
Não será nada relacionado à
questão técnica...
É muito difícil, quase impossível
que em dois ou três treinos, se consiga ensinar o que não se aprendeu em anos
de prática diária.
- Por outro lado, ao observar a
localização do estádio Maria Lamas Farache e o campo de treinamento anexo, notaremos
que estes são cercados por prédios altos e com visão panorâmica, ampla, total
irrestrita dos campos acima citados.
Qualquer um com uma teleobjetiva é
capaz de registrar imagens perfeitas, tanto da movimentação geral, quanto de
quem entrou no lugar de quem e fez o que.
Ah, não podemos esquecer que o
presidente do América é proprietário de um reluzente helicóptero e, caso
resolva, pode “queimar” alguns caraminguás colocando seu "pássaro espião" em voo
sobre a Vila Olímpica para conseguir imagens nítidas e em primeira mão do
treino secreto.
- Em relação à entrada de
torcedores e jornalistas, só concordo com a segunda proibição...
Jornalistas são perigosos.
Muito perigosos.
São todos fofoqueiros...
Vão ao treino e minutos depois,
armados de microfones, celulares, tabletes e todo o tipo de parafernália
tecnológica, espalham aos quatro ventos tudo aquilo que viram...
Não é uma gente confiável...
Não mesmo!
Quanto ao torcedor, não vejo
problema...
No caso dos bocões que ficam aos
berros, criticando A ou B, o problema é de fácil resolução:
É só parar o treino e convidar o bocão
para entrar em campo...
Feito isso, coloque torcedor
bocão do lado direito do gramado, uns dez passos atrás da linha do meio campo e
peça para que o Ederson ou o Adriano Pardal corra pelo lado esquerdo em
diagonal na direção do gol...
Neste momento, olhe para o bocão
e diga em tom firme: muito bem sabichão lança a bola limpinha nos pés dele.
Deixa ele na cara do gol.
Se o bocão não conseguir – o que
é provável - devolva-o para a arquibancada e educadamente diga para que todos
ouçam...
Valeu, quando você aprender
aquilo que gosta de ensinar, volte.
Agora, caso ele acerte, chame
o diretor de plantão e contrate o cara, pois é exatamente isso que está
faltando no ABC – alguém que saiba lançar bolas com precisão e qualidade.
- Sim, quase esqueço...
As entrevistas após o treino
podem ser canceladas sem maiores prejuízos...
Motivo: os repórteres farão as
mesmas perguntas que fizeram no clássico anterior e os jogadores vão responder
que com certeza estão prontos, que o grupo está unido, que contam com o apoio
da torcida, que sabem da importância do resultado positivo diante o do rival e
que Deus é fiel!
Um comentário:
Quanto a questão do torcedor bocão:tem de reclamar mesmo!Independente de saber jogar ou não tem de se reclamar mesmo,pra o salário que alguns recebem aí eu não devia ter calado a boca até agora.Se esses caras querem ser chamados de jogadores de futebol devem mostrar competência de acordo com a profissão que exercem;independente do bocão ser perna de pau ou não;eles não se intitulam jogadores:pois eles que se virem para demonstrarem que merecem exerce tal ofício.
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