Futebol de toqueiros e do
"dono do mundo"
Por Gabriel Negreiros
Há mais de um ano não acompanho
nada do futebol potiguar. Resolvi largar tudo que tinha referência ao futebol
simplesmente por não conseguir ver seriedade no processo.
Tinha perdido a paciência de
aguentar torcedor mala. De aguentar falácias de dirigentes. Do discurso
repetido dos jogadores e, principalmente, da herança maldita deixada por uma
parte (parte pequena) dos comunicadores (não vou chamar de jornalistas) acostumados
a passar o pires e serem bancados por dirigentes para viverem de massagem de
ego.
Depois de todo esse período que
larguei o futebol hoje foi o único dia em que acordei e tive vontade novamente
de estar ligado ao esporte. Como eu queria estar presente ontem no jogo em que
a imprensa foi impedida pelo “dono” do Alecrim de ter acesso ao local de
trabalho. O inglês, Anthony Armstrong, queria “conversar pessoalmente” com cada
equipe. Ele se chateou com as críticas recebidas.
Anthony, acostumado a andar cercado
de seguranças, queria o que? Coagir os críticos? Intimidar a imprensa com sua
“equipe”? Eu ainda era apresentador do Jogo Aberto RN, na Band, quando
esperávamos o presidente do Alecrim. De repente, surge no estúdio a “equipe” de
Armstrong. Me senti naquele filme - MIB, Homens de Preto - Os seguranças
entraram primeiro para verificar a segurança. Com comunicadores presos nas
orelhas, paletós e, possivelmente, armados. No estúdio entraram dois e outros
ficaram do lado de fora. Naquele momento a minha vontade era de simplesmente
nem receber mais o cartola.
Hoje o Sindicato dos Jornalistas
e a Associação dos Cronistas Esportivos devem emitir uma nota de repúdio. O que
não vai resolver nada. A Federação Norte-Riograndense de Futebol possivelmente
também irá se manifestar. Mas o grande problema é que poucos jornalistas
levarão o caso a frente. Alguns podem até citar o acontecido, mas já vi que
muitos se calaram. É a força do patrocínio!
Infelizmente a herança maldita
dos toqueiros do passado reflete na nova geração, que tem uma série de
profissionais competentes. Os dirigentes, desacostumados com a falta de
bajulação, em uma série de oportunidades já entraram em choque com alguns
profissionais atuais. Eles esquecem que nem tudo é possível comprar.
Eu espero que o caso de ontem não
fique apenas em algumas linhas no Facebook e a revolta nos grupos de Whatsapp.
Infelizmente vivemos em uma categoria desmobilizada, sem força e que não
entende o seu poder de repercussão. Vivemos em uma cadeia de individualismo.
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