Líder, Sport mira briga com
‘times do Sul’ com um terço da folha salarial
Por Rodrigo Matos
Líder do Brasileiro até a oitava
rodada, o Sport traça uma estratégia para disputar o campeonato no topo com uma
folha salarial de cerca de um terço das equipes dos times grandes do Sul e
Sudeste.
A aposta é em jogadores da divisão de base, uma gestão de dirigentes
contratados para cada setor e uma tentativa de equilibrar as contas.
A faixa de arrecadação do time
pernambucano é de R$ 60 milhões ao ano, menos de um quinto do Flamengo, e cerca
de um quarto do Corinthians.
Sua folha salarial fica em torno de R$ 3 milhões,
cerca de 30% da estimativa dos gastos dos grandes times de outras regiões.
“Trabalhamos para vencer o
campeonato de intermediários. O bloco que seria dos intermediários composto por
times de Santa Catarina, do Paraná, de Goiás'', contou o presidente do Sport,
João Humberto Martorelli.
Com os resultados iniciais, ele ficou mais otimista,
embora seja realista.
“Nosso trabalho é para colocar o Sport em dois ou três
anos para disputar frequentemente entre os primeiros. Foi uma felicidade grande
ver que está rendendo este ano.''
Uma das explicações do dirigente
para a boa campanha é a manutenção do técnico Eduardo Baptista em todo o
período de um ano e meio que ele está no poder.
Houve momentos de pressão
contra o técnico, inclusive no início do ano com a má campanha no Estadual e na
Copa do Nordeste.
“A pressão foi muito grande, não
foi uma decisão fácil de manter. Torcedor, imprensa cobram a saída'', contou o
cartola, que também segurou em 2014 em oito jogos sem vitórias.
“É muito mais
fácil demitir. É um tormento (ficar ouvindo pedidos para demitir). Mas
apostamos que vai dar resultado porque ele montou um time forte e coeso, com
variações táticas.''
Outro motivo para a manutenção
foi que o Sport já tinha traçado um orçamento para priorizar o Brasileiro, já
que só teria dinheiro para ter um time mais forte a partir de maio.
Aí,
contratou Hernane (Brocador), André, Maikon Leite e Marlone.
Antes, apostara em
jogadores mais baratos como Marcus Ferraz, Elber e Samuel.
Martorelli diz que o Sport gasta
menos do que arrecada, e está com os salários em dia.
Mas seu clube ainda não
tem equilíbrio financeiro.
A dívida líquida fechou o ano em R$ 55 milhões em
2014.
Está abaixo de um ano de arrecadação, o que é bom sinal, mas subiu R$ 10
milhões em relação a 2013.
A boa notícia é que o clube
conseguiu reduzir seu passivo fiscal ao regularizar o pagamento e obter as CNDs
(Certidão Negativa de Débito).
Também acertou débitos trabalhistas. A má
notícia é que aumentou o débito com empréstimos de R$ 1,2 milhão para R$ 19
milhões a juros altos.
E o clube antecipou receitas com a CBF (R$ 4,6 milhões),
Globo (R$ 7,7 milhões) e Caixa (R$ 3 milhões).
O maior aperto é neste ano em que
há considerável montante de antecipações.
Um alívio virá da venda de Joelinton,
da base, que representará entrada de R$ 5 milhões.
É essa base que o Sport
aposta, no futuro, para ter um time para bater de frente com as equipes do
Sudeste e Sul.
A boa fase atual é vista pelo clube como oportunidade para
tentar antecipar seus objetivos.
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