Gestão Rubens, um modelo a não
ser seguido
Por Luan Xavier
Para o Novo Jornal
O ano de 2010 foi perfeito para o
ABC. Campeão estadual, da Série C, mais de 10 mil sócios na conta e uma imagem
valiosa e respeitada em todo o território nacional.
Nascia também ali um ideal de
“gestão Rubens”, efusivamente aclamada nos microfones de rádio e posts
exagerados em blogs da crônica esportiva.
Mas, parafraseando o colega Stenio
Dantas, o aprendizado sobre 2010 é que “no futebol o melhor marketing é bola na
rede”.
E ali o Alvinegro o fazia com
excelência.
Longe de ser um time extraordinário, frente aos que já teve no
início do século, por exemplo, o ABC tinha um time acima da média (dado aquele
campeonato) e bem treinado.
As contratações eram feitas de
forma cuidadosa, os salários não eram escandalosos e o clube honrava seus
compromissos em dia.
Por trás de Rubens havia uma
equipe bem articulada e que entendia, cada um em sua área, do que estava
fazendo ali.
Até que, de forma ainda não
esclarecida, o empresário Flávio Anselmo deixou o clube sob insinuações (nem
tão veladas) de traição e até desonestidade, versão que jamais foi explicada
pelo gestor maior do clube abecedista.
Detalhe é que o próprio Rubens
começou a assumir o fracasso.
Em entrevista feita pelo colega
Bruno Araújo, para este NOVO Jornal, o mandatário admitia ter fechado sete de
suas farmácias por causa do ABC.
Ou seja: a gloriosa “gestão
Rubens” admitia que fazia futebol à moda antiga, tendo um abnegado como
mantenedor de uma marca que deveria andar com suas próprias pernas.
Coincidência ou não, a saída de
Flávio Anselmo marcou o início de um período de desgraça no ABC. De lá para cá
o Alvinegro não ganhou sequer um dos campeonatos que disputou.
Do contrário, penou para escapar
de novo rebaixamento à Série C em todos esses anos.
E caminha para fazer o mesmo
agora em 2015.
Hoje o ABC é um clube
desacreditado no mercado.
Atrasa salários, deve na Justiça
do Trabalho, não tem trato com seus funcionários (a maioria, quando sai,
reclama de compromissos não honrados) e por aí vai.
Pior: vive em guerra com a
própria torcida.
Tem um presidente que assina
(Rubens) e outro que manda (Rogério Marinho).
É terreno de corpo mole, onde
quem chega é tratado como um Messias e quem sai leva a culpa por tudo de errado
que estava acontecendo.
Ai do Clube do Povo!
A “gestão Rubens”, que sequer
consegue mais manter de pé os microfones que antes a exaltava, tem marcado
negativamente o ano do centenário do ABC.
E, mais que isso, deixado
frustrada uma massa que alimentava o sonho de este ano chegar a um outro
patamar, a elite do futebol nacional.
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