Lista: cinco razões para crer que
Iniesta seria dispensado na base brasileira
Por Pedro Venâncio
Andrés Iniesta é hoje um craque
de nível mundial.
Autor do gol do título espanhol
da Copa do Mundo de 2010 e de incontáveis serviços prestados ao Barcelona, já
não é mais contestado mundialmente.
Falar isso hoje, no entanto, é
chover no molhado, e nem sempre foi assim.
O mérito do êxito de Iniesta é
dele, e ninguém tira.
Mas é também do Barcelona, que
bancou e apostou em um jogador que poucos apostariam.
Na base brasileira, ou nos clubes
profissionais daqui, é possível encontrar, nas estatísticas, argumentos para
crer que Iniesta não teria nem o respaldo e nem a paciência para se tornar o
que se tornou. Confira alguns deles.
1 - O porte físico.
Iniesta tem apenas 1,70m.
Não é um velocista, como é Messi.
Não é forte fisicamente.
Também não é um exímio
finalizador que faz muitos gols de fora da área (embora faça uns golaços
importantes em alguns momentos).
2 - A demora na maturação.
Iniesta virou titular do
Barcelona com 24 anos.
Alguém aí conhece algum clube
brasileiro que espera um jogador da base virar titular até os 24 anos?
Pouquíssimos.
Antes disso, ele é vendido,
emprestado ou dispensado.
3 - O jeito introvertido.
Iniesta teve dificuldades de
adaptação em Barcelona.
Baixinho e com problemas pessoais
que interferem no rendimento em campo, seria fatalmente um nome cogitado em
listas de dispensa.
4 - O antimarketing.
Iniesta é o avesso de Neymar.
Não usa brinquinho, não pinta
cabelo (até porque já são raros os sobreviventes), não fica em evidência fora
do campo.
Se não resolvesse dentro dele,
jamais seria visto.
Se não resolvesse em campo, não
seria um produto a ser vendido cedo, e os clubes brasileiros adoram um
dinheirinho vindo de venda de jogadores.
5 - O contexto da época.
Em 2003, quando Iniesta subiu, o
Brasil era campeão de tudo, do sub-17 ao profissional.
Com jogadores fortes em todas as
categorias (Rivaldo e Ronaldo, no profissional, Daniel Carvalho e Dudu Cearense
nos juniores, Abuda e Roncatto nos juvenis), poderia não haver espaço para
alguém como Iniesta.
Não era o tipo de jogador que a
maioria dos clubes brasileiros queria produzir, e talvez não continue sendo.
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