domingo, novembro 22, 2015

CBF e suas filiadas não são transparentes, diz estudo...

CBF e a maioria filiadas da Fifa não são transparentes, diz estudo

Por Rodrigo Mattos

Para o portal UOL

Diante dos escândalos da Fifa, a Transparência Internacional organizou um estudo sobre a transparência nas associações nacionais filiadas à federação de futebol.

O resultado mostra que a maioria das entidades não divulga quase nada das informações relevantes para o público.

A CBF é uma das que ficaram mal no ranking.

A Transparência Internacional é um organismo não-governamental que trabalha por maior acesso a dados públicos para as pessoas.

Chegou a fazer parceria com a Fifa para melhorar sua gestão, mas desistiu ao constatar que o presidente Joseph Blatter, hoje suspenso, não queria nenhuma mudança de fato.

A intenção do organismo era saber como as entidades aplicam US$ 1 milhão recebido da Fifa em programas de desenvolvimento do futebol, projeto criado por Blatter para distribuir dinheiro a eleitores.

A ideia era entender o nível de transparência de cada associação nacional.

Ao final, foi constatado que 81% das 209 entidades não tornam disponíveis seus balanços financeiros, 21% sequer têm website, e 85% não publicam relatórios de atividades anual.

No geral, apenas 14 das associações cumpriram todos os requisitos de transparência.

São quatro itens: balanços, relatório de atividades, ter código de ética e apresentar estatutos e estrutura organizacional.

Obviamente, a CBF não está entre as mais transparentes.

A entidade só cumpriu dois requisitos: publicar balanços e ter um código de ética.

A divulgação das contas é obrigatória pela lei brasileira, e o presidente da confederação, Marco Polo Del Nero, poderia ser deposto se não o fizesse.

O código de ética da CBF é recente, mas nunca foi usado para punir ninguém.

Nem José Maria Marin.

A confederação nunca divulgou o estatuto em seu site, nem um relatório anual de atividades.

Há outras 36 entidades mais transparentes do que a CBF, segundo o estudo.

“O risco de corrupção em associações em volta do mundo é grande.

O problema se torna pior pela falta de informações'', afirmou Cobus de Swardt, responsável na transparência internacional pelo estudo.

Em resposta ao organismo, a Fifa publicou um comunicado em que afirma estar “comprometida com reformas, e com a instituição das melhores práticas de prestação de contas, transparência e boa governança''.

E informou que, em encontro do comitê executivo em dezembro, serão discutidas medidas para obrigar as associações a publicar balanços, estatutos e relatórios de atividade.

A Fifa ainda faz críticas à metodologia da Transparência Internacional para o estudo, e diz já publicar várias informações em seu site.

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