CBF e a maioria filiadas da Fifa
não são transparentes, diz estudo
Por Rodrigo Mattos
Para o portal UOL
Diante dos escândalos da Fifa, a
Transparência Internacional organizou um estudo sobre a transparência nas
associações nacionais filiadas à federação de futebol.
O resultado mostra que a maioria
das entidades não divulga quase nada das informações relevantes para o público.
A CBF é uma das que ficaram mal
no ranking.
A Transparência Internacional é
um organismo não-governamental que trabalha por maior acesso a dados públicos
para as pessoas.
Chegou a fazer parceria com a
Fifa para melhorar sua gestão, mas desistiu ao constatar que o presidente
Joseph Blatter, hoje suspenso, não queria nenhuma mudança de fato.
A intenção do organismo era saber
como as entidades aplicam US$ 1 milhão recebido da Fifa em programas de
desenvolvimento do futebol, projeto criado por Blatter para distribuir dinheiro
a eleitores.
A ideia era entender o nível de
transparência de cada associação nacional.
Ao final, foi constatado que 81%
das 209 entidades não tornam disponíveis seus balanços financeiros, 21% sequer
têm website, e 85% não publicam relatórios de atividades anual.
No geral, apenas 14 das
associações cumpriram todos os requisitos de transparência.
São quatro itens: balanços,
relatório de atividades, ter código de ética e apresentar estatutos e estrutura
organizacional.
Obviamente, a CBF não está entre
as mais transparentes.
A entidade só cumpriu dois
requisitos: publicar balanços e ter um código de ética.
A divulgação das contas é
obrigatória pela lei brasileira, e o presidente da confederação, Marco Polo Del
Nero, poderia ser deposto se não o fizesse.
O código de ética da CBF é
recente, mas nunca foi usado para punir ninguém.
Nem José Maria Marin.
A confederação nunca divulgou o
estatuto em seu site, nem um relatório anual de atividades.
Há outras 36 entidades mais transparentes
do que a CBF, segundo o estudo.
“O risco de corrupção em
associações em volta do mundo é grande.
O problema se torna pior pela
falta de informações'', afirmou Cobus de Swardt, responsável na transparência
internacional pelo estudo.
Em resposta ao organismo, a Fifa
publicou um comunicado em que afirma estar “comprometida com reformas, e com a
instituição das melhores práticas de prestação de contas, transparência e boa
governança''.
E informou que, em encontro do
comitê executivo em dezembro, serão discutidas medidas para obrigar as
associações a publicar balanços, estatutos e relatórios de atividade.
A Fifa ainda faz críticas à
metodologia da Transparência Internacional para o estudo, e diz já publicar
várias informações em seu site.
Nenhum comentário:
Postar um comentário