Destruindo o encanto
Por Diego Breno
Um grande jogo, que envolvia duas tradicionais equipes do futebol
brasileiro, domingo à tarde... ingredientes perfeitos para levar o filho, a
esposa ou qualquer outro membro da família a um estádio.
Talvez, muitos deles devam ter sido levados pela primeira vez para ver
seu time em campo.
Porém, ver a imagem do pai, carregando o seu filho com necessidades
especiais nos braços e às lágrimas, mostra que não podemos mais viver em um
mundo encantado.
Não podemos mais viver aquele momento mágico de arquibancada.
E de quem é a culpa?
Minha?
Sua?
Do PT?
Que não há um cumprimento forte da lei e que há um despreparo do poder
público, isso, já estamos cansados de saber.
Mas, infelizmente, tudo que acontece – seja de bom ou de ruim – é um
retrato do que vivenciamos no dia-a-dia.
O sociólogo e autor do livro “Para entender: a violência no futebol”,
Maurício Murad, diz que “o futebol acaba
expressando a violência geral da sociedade. Então, aumentando a violência geral
na sociedade, ela tende a aumentar também no futebol.”.
Em outras palavras, pode-se dizer que a violência citada por Murad, ocasionada
pela impunidade e pela corrupção, são os grandes destruidores do mundo mágico
que só o futebol propicia.
O problema já não é nenhuma novidade.
Os pontos que deveriam ser solucionados também.
No entanto, parece que no país do futebol, usar spray de pimenta e deter
os arruaceiros por algumas horas é a solução mais viável.
Cogitar um plano de política pública se torna mais complicado, já que
ninguém quer ter o trabalho muito árduo. Como disse no meu último texto, aqui
no blog, parece que ninguém está muito a fim de solucionar o caso.
O que aconteceu no estádio Mané Garrincha, em Brasília, já está manchado
nos anais da história do futebol brasileiro.
Mais uma tragédia em que nossas autoridades não tomam nenhuma atitude
para melhorar a situação.
Faço minhas as palavras do jornalista Mauro Beting: “Enquanto o
Brasil seguir sendo uma pátria mal educadora, a solução é repressão aos
arruaceiros e membros da talibancada. Detenção dos poucos que molestam os
muitos. Não precisa acabar com torcida organizada. Precisa coibir o crime
organizado que está dentro dela.”
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