Imagem: Autor Desconhecido
ADEUS, ETERNO CAPITA!
Por Marcos Neves Jr.
Everaldo tira de carrinho.
Tostão recupera e entrega para
Piazza. Piazza para Clodoaldo.
Pelé.
Gerson.
Clodoaldo do novo, que dribla
quatro italianos!
Solta na esquerda para Rivelino.
Lançamento para Jairzinho, que
parte para cima da zaga da Itália e toca para Pelé na frente da área.
O Rei vê a passagem de Carlos
Alberto pela direita e rola suavemente.
Num belo e certeiro chute
cruzado, o capitão do time marca.
Assim foi construído aquele que,
em minha opinião, é o gol mais bonito da história do futebol.
Como só nasci 14 anos depois, não
pude ver ao vivo a rede balançar pela última vez na Copa do Mundo de 1970, no
Brasil 4x1 Itália, partida que deu o tricampeonato mundial da Seleção
Brasileira.
Ainda bem que existem os vídeos!
Por meio deles, conheci o melhor
time de futebol do qual assisti a uma partida, neste caso, foram seis, na
verdade.
Em um time repleto de craques, os
quais participaram todos do gol descrito acima, Carlos Alberto era o capitão.
Um capitão sem medo, sem choros
em momentos decisivos, sem cabelos super bem penteados, sem poses para fotos.
Um capitão que tinha mais
autoridade que um certo Rei, que domou um Lobo, que controlou um Furacão.
Um capitão que transformou o
título em nome.
Carlos Alberto virou Capita, não
o maior, mas o único.
Suas façanhas e títulos como
jogador e treinador foram muitas.
Jogou no Santos de Pelé e na
Máquina Tricolor, o melhor time que o Fluminense já teve.
No ano de sua estreia como
técnico, conduziu o Flamengo ao seu terceiro Campeonato Brasileiro, em 1983,
mais uma vez liderando craques como Zico, Júnior e Leandro.
Além disso, deu ao futebol um bom
zagueiro, o seu filho Alexandre Torres, tricampeão carioca e campeão brasileiro
pelo Vasco.
Mas talvez um dos feitos mais
incríveis de sua carreira tenha sido o título da Conmebol de 1993, quando levou
o pior elenco que já vestiu a camisa do Botafogo ao seu maior título
internacional.
Depois de liderar Pelé, Gerson,
Rivelino, Jairzinho, Zico, Júnior e tantos outros, o Capita teve de trabalhar
com William Bacana, Suélio, Clei, Perivaldo e Nelson Patola.
Não deve ter sido fácil.
Porém ele conseguiu, ele venceu,
ele foi Capita.
Aos 72 anos, quando ainda
trabalhava ativamente no esporte, o Capita resolveu se retirar de vez dos
campos.
Para a tristeza dos que gostam de
futebol, não vai ser mais possível contar com seus comentários precisos como
aquele chute na final da Copa 1970.
A data 25 de outubro deveria se
tornar Dia do Capitão de Futebol, pois hoje se foi o original, o único, Carlos
Alberto, o Capita.
Ainda bem que existem os vídeos e
a memória, onde ele será eterno.
Marcos Neves Jr, é jornalista, lotado na Agência de Comunicação da Superintendência de Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e comentarista no programa Universidade do Esporte da rádio FM Universitária (88,9) da UFRN
Um comentário:
Eu tive a sorte ver aquele gol antologico la na Ex Usina Ilha Bela tv era ruim mais foi legal.
Nota dez para seu comentario, realmente nunca mais o futebol terá um Capita como Carlos Alberto.
abs
Ionaldo Carvalho
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