Imagem: David Ramos/Getty Images
Superou Super Bowl: por que a final da Champions é o maior jogo do ano
Rodrigo Mattos
Por uma tradição europeia, a
final da Liga dos Campeões é disputada em um jogo único.
O crescimento da competição em
interesse global elevou a evento esportivo mais valioso do ano, superando até o
Super Bowl (a final do futebol norte-americano).
Sua audiência é maior e mais
global, e os valores envolvidos na decisão entre Real Madrid e Juventus, em
Cardiff, se aproxima de R$ 300 milhões.
Não foi um caminho fácil. Quando
a Liga dos Campeões foi formada, em 1992, seus direitos comerciais inteiros
valiam € 8 milhões.
Nesta temporada, consideradas as
três competições de clubes europeias, a Uefa vai arrecadar € 2,4 bilhões.
Há vários elementos envolvidos
nesta evolução da Champions, como organização, uma cara fixa e promoção da
competição, atração de jogadores de alto nível à Europa.
E o jogo único ajudou a atrair
todas as atenções do mundo para o campeonato.
No ano passado, a final da Liga
foi assistida por 160 milhões de pessoas, acima dos 145 milhões do Super Bowl.
Os números são da Uefa, mas
outros indicadores pelo mundo confirmam que o jogo de futebol superou o esporte
dos EUA (ainda que exista variações nos índices).
Também há uma maior abrangência
da Liga dos Campeões que vai para 200 países, enquanto a decisão do futebol
americano fica em 180.
E a maior parte da audiência do
evento norte-americano é concentrado no próprio país.
Em palestra na CBF em maio, a
chefe de operações comerciais da Uefa, Catalina Navarro, ressaltou essa
característica:
''Foi o evento mais assistido, passando o Super Bowl. É um evento de
nível global, não somente de interesse europeu.''
Por conta disso, os valores
financeiros envolvidos na final têm crescido.
Só em premiações para os dois
times pela participação na final são € 26,5 milhões, isto é, R$ 60,3 milhões.
O campeão fica com € 15,5
milhões, e o restante é do vice.
Fontes do mercado avaliam que os
direitos de televisão apenas desse jogo valem US$ 15 milhões, o que representa
quase R$ 50 milhões.
Há ainda valores indiretos
envolvidos como os patrocínios que são para toda a competição, e comerciais
pelo mundo inteiro para as redes de televisão, impossíveis de mensurar.
Como ocorre com o Super Bowl, há
atualmente uma concorrência para sediar a final da Liga dos Campeões.
A cidade de Cardiff estima uma
arrecadação de 40 milhões de libras (R$ 170 milhões) por ser a sede do jogo.
Esse tipo de mediação, claro, é
impreciso.
Mas a previsão é de 170 mil
turistas, mais do que o dobro da capacidade do estádio de Cardiff.
Certo é que a cidade de Gales se
tornará o centro do mundo por duas horas, uma capacidade que antes só a Copa do
Mundo e a Olimpíada tinham de produzir.
A Liga dos Campeões atrai menos atenção
global do que esses dois eventos.
Mas seu crescimento exponencial
parece não parece ter limites.
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