Imagem: Autor Desconhecido
ABBA, a invenção da FIFA que mistura pênaltis com tênis
Aplicada durante o Mundial Sub-20, a medida imita a distribuição de
saques do tie-break
Por Gorka Pérez para o El País
A disputa de pênaltis talvez seja
o momento da partida de futebol que combina mais situações numa só.
É o instante em que os técnicos
devem decidir quem bate e, mais importante, em que ordem.
Ao longo da história desse
esporte, foi desenvolvida uma gama de teorias a respeito.
Alguns dizem que é melhor para um
time começar a disputa, transferindo assim a pressão ao adversário – obrigado a
igualar ou melhorar a marca obtida no tiro anterior.
Outros preferem chutar depois, de
modo a exercer a pressão no primeiro batedor e contar com a vantagem de saber o
que aconteceu antes.
Também há debates sobre se é
melhor colocar o melhor cobrador de pênalti no início ou em último lugar, quais
jogadores incluir no meio da lista, e por aí vai.
Agora, porém, as normas de jogo
mudaram – e toda essa discussão pode ser inútil.
A FIFA aplicou uma nova regra
sobre a forma de dividir a ordem dos pênaltis entre as duas equipes.
Com base na maneira em que os
tenistas se enfrentam na etapa do tie-break, a organização decidiu imitar a
fórmula para esse tipo de situações.
O sistema foi batizado de “ABBA”
porque o primeiro time (A) baterá só um pênalti no início, e o seguinte (BB)
deverá chutar duas vezes consecutivas.
Em seguida, o time A retomará a
iniciativa, mas, a partir desse ponto, em sequências de duas cobranças (AA).
Essa mudança altera o modelo
atual (ABAB), em que os batedores das duas equipes se alternam.
A norma estreou no Mundial
Sub-20, na partida entre as seleções de Uruguai e Portugal.
Os uruguaios venceram começando a
série de pênaltis depois dos rivais.
Para aplicar a regra, a FIFA
pretende que “ambos os clubes cheguem em igualdade de condições à última cobrança”
e “equilibrar a pressão que a ordem dos pênaltis pode gerar”.
A cena se repetiu durante as
semifinais entre Uruguai e Venezuela – que se classificou para a final.
Há um mês, no final de maio, a
seleção espanhola sub-17 tornou-se campeã da Europa ao vencer na final da
Inglaterra na disputa de pênaltis, quando o sistema também foi utilizado.
A medida parece ter sido bem
recebida pelas seleções que disputam o Mundial Sub-20.
E, embora ainda não seja aplicada
nos campeonatos profissionais, os testes continuarão sendo realizados ao longo
de todo o torneio.
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