Bodas de ouro
de Zagallo com a Amarelinha
Há exatos 50
anos, Mário Jorge Lobo Zagallo foi anunciado como o treinador que comandaria a
Seleção Brasileira na Copa do México
Pedro
Henrique Brandão Lopes
Muito antes
de assumir o comando técnico da seleção, Zagallo já nutria um verdadeiro caso
de amor ao esquadrão nacional.
Não à toa, o
sempre proativo ponta, integrou a seleção e foi bicampeão mundial, em 1958 e
1962, dentro das quatro linhas.
Em tempos
bastante diferentes dos atuais, um jogador na década de 1960 com mais de 30
anos era considerado um veterano.
Portanto, em
1966, aos 35 anos, Zagallo decidiu que era hora de pendurar as chuteiras.
Poucos meses
após o término da vitoriosa carreira, Zagallo assumiu o comando das categorias
de base do Botafogo.
O desempenho
a frente dos juvenis impressionou os dirigentes botafoguenses, que aproveitaram
a identificação do ex-jogador com o clube e lhe deram a chance de assumir o
time principal.
A frente do
Botafogo, o Velho Lobo foi extremamente bem-sucedido e colecionou títulos em
seus primeiros anos como treinador.
De 1968 a
1970, quando deixou o clube para assumir a seleção, foram nada menos do que 6
taças.
No comando da
Seleção Brasileira estava João Saldanha.
Controverso e
polêmico, aos poucos Saldanha se transformou em persona non grata para diversos
setores, do torcedor ao governo militar, dos jogadores à imprensa.
Os motivos
que depunham contra João Saldanha iam desde o temperamento difícil, o
relacionamento com dirigentes prejudicado por posições políticas, até o
despautério de barrar Pelé.
No dia do
anúncio de Zagallo, Saldanha falou à Folha sobre os motivos que o levaram à
demissão:
“Covardia, falta
de pujança do futebol brasileiro e, possivelmente, o afastamento de Pelé do
jogo contra o Chile de domingo”.
Dos motivos
apontados por Saldanha, muitos são discutíveis, mas um que, mesmo 50 anos
depois, suscita críticas é o fato de afastar Pelé.
Nenhum ser
vivo poderia cometer tal absurdo e permanecer impune.
Assim que
assumiu, Zagallo tratou de arrumar lugar para todos e deu a liga final ao
timaço montado por João Saldanha.
Foi com o
instinto de inovação tática e a coragem para atacar de Zagallo, que o Brasil
promoveu verdadeiros espetáculos no México e voltou para casa com a Jules
Rimet.
Com apenas 38
anos, Zagallo iniciou uma trajetória como o treinador com maior identificação
com a Seleção Brasileira na história.
Um caso de
amor que completa 50 anos e que, seguindo a tradição do dia de São José, rendeu
grandes colheitas para o futebol brasileiro.
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