Imagem: Autor Desconhecido
El Niño
Por Lucas
Costa/Universidade do Esporte
Fernando José
Torres Sanz, ou apenas Fernando Torres, é tido por muitos como um dos maiores
atacantes espanhóis da história.
Torres marcou
época vestindo a camisa da Fúria, ganhando títulos importantes, jogou por
diversos clubes, mas o brilhante jogador crescido nas ruas de Madrid e de
coração colchonero ficou conhecido mundialmente quando atuou nos campos
ingleses, defendendo as cores do Liverpool, onde viveu seu auge e encantou o
mundo.
Um garoto que
gosta de futebol e mora em Madrid tem basicamente duas opções de times para
torcer: O galático Real Madrid, poderoso, rico e multicampeão, ou seu rival, o
Atlético de Madrid, clube mais humilde, porém, de torcedores fanáticos e
apaixonados, os colchoneros.
O coração de
Torres pulsou mais forte para o lado atleticano e, aos 11 anos e com um potencial
incrível, o Atlético o levou para treinar em suas categorias de base.
Em 2001,
quando o Atlético estava jogando a segunda divisão espanhola, Torres recebeu
sua primeira oportunidade como profissional.
O jovem
jogador conseguiu mostrar suas habilidades e a torcida já tratou de
transformá-lo em xodó, além de ter recebido dos companheiros de equipe um
apelido que se espalhou na arquibancada e o marcou por toda a carreira: El
Niño.
Aos 19 anos,
já era ídolo e capitão da equipe.
O atacante,
em sua primeira passagem no time espanhol, de 2001 a 2007, atuou em 214 jogos e
marcou 82 gols.
Nesse
período, o único título que ganhou no time foi a segunda divisão espanhola.
Novos ares
viriam na vida de El Niño: por cerca de 36 milhões de euros, o Liverpool foi à
Espanha e o tirou de lá.
Na terra da
rainha, ao lado de Steven Gerrard e cia, Torres distribuiu bolas na rede.
Em sua
primeira temporada na Premier League, marcou 24 gols e foi artilheiro da equipe
na competição.
Jogando pela
Espanha, na Eurocopa de 2008, Fernando marcou o gol da vitória da seleção
contra a Alemanha, quebrando um jejum amargo de 44 anos sem título.
Nesse mesmo
ano, ele foi escolhido como terceiro melhor jogador do mundo pela FIFA.
No Liverpool
foram muitos gols e partidas memoráveis, brigas pela artilharia, porém sem
nenhum título conquistado, o que deixou Torres frustrado.
Ao todo foram
142 e 81 gols pelos Reds. A torcida o amava, mas a idolatria ficou abalada em
2011, quando o jogador, numa transferência milionária, foi para o Chelsea.
Antes disso,
conquistou com a Espanha, na África do Sul, a Copa do mundo, mesmo sem marcar
um gol sequer.
Em Londres,
El Niño não encontrou o futebol que o consagrou, viveu secas terríveis, foi
muito contestado pelos torcedores azuis do Chelsea, que se perguntavam o que
teria acontecido com o goleador espanhol.
Se a passagem
num todo não foi boa, porém, Fernando apareceu em momentos cruciais, em títulos
importantes para a equipe de Londres.
Marcou o
segundo gol que cravou o Chelsea na final da Liga dos Campeões contra o
Barcelona no Camp Nou, e um gol na final da Liga Europa contra o Benfica,
abrindo o placar da vitória de 2 a 1 dos Blues.
Já desgastado
no clube e com a chegada de novos jogadores, Torres foi emprestado ao Milan em
2014 e ao fim da temporada, foi repassado de forma definitiva ao time italiano,
após o fim do contrato com o Chelsea.
Pelo Milan,
só jogou por 10 partidas e não convenceu.
Após anos
longe da Espanha, longe de casa, o menino que antes dos 20 anos foi capitão de
uma das equipes mais tradicionais do futebol mundial, voltou ao seu lar.
Na sua
apresentação de retorno, viu o Vicente Calderón lotado de torcedores que foram
ver não só um ídolo, mas a volta de um torcedor apaixonado pelo Atlético tanto
quanto eles.
Era volta do
menino prodígio, de El Niño.
A festa foi
grande, não porque esperavam que ele levasse a equipe a conquistar títulos, mas
sim por tudo que Torres representava.
Na segunda
passagem pelo Atlético, conseguiu o que tanto queria: um título de expressão
pela equipe.
O clube
conquistou a Liga Europa da temporada 2017–2018 contra o Olympique de
Marseille.
Nesse
retorno, passou três anos e meio na equipe e depois se transferiu para Sagan
Tosu, do Japão, onde, no ano passado, anunciou sua aposentadoria do futebol.
Pela Seleção
espanhola foram 110 jogos e 39 gols, três Eurocopas e três Copas do Mundo, fora
outras competições.
Na carreira,
734 jogos e 258 gols.
Fernando
Torres sabia marcar gols de todas as formas.
No seu auge,
o atacante era imparável e atormentava qualquer zagueiro no mundo.
As lesões que
sofreu ao longo da carreira foram minando seu futebol, mas ainda assim
conseguiu ser peça importante para suas equipes e ainda é lembrado com carinho
por onde passou.
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