Alphonso Davies nasceu na Libéria, mas passou boa parte de sua infância em um campo de refugiados em Gana, lugar para onde fugiram seus pais ao se verem em meio a primeira Guerra Civil da Libéria (1989/1996)...
O campo foi seu lar até sua família ser aceita em um programa de reassentamento,
no Canadá.
Ao falar sobre esses tempos difíceis, o zagueiro do Bayern de Munique se
emociona...
“Para meus pais foram tempos de aflição. Consigo imaginar o sorriso
estampado no rosto deles ao saber que estavam tendo a oportunidade de escapar da
pobreza, da miséria e ter uma vida melhor”, contou em entrevista à BBC.
“Foi com apenas 14 anos que comecei a jogar futebol. Descobri que esse
era meu caminho. Claro que minha escolha não foi recebida de bom grado por meus
pais. A minha mãe não gostou muito da situação porque eu teria que ir para
Vancouver sozinho, aos 14 anos. Entre as muitas preocupações, minha educação estava
no topo lista. Para os meus pais estudar era fundamental porque eles queriam
que eu tivesse sempre um plano caso quisesse voltar atrás", disse.
“Prometi aos meus pais que ia continuar o mesmo e que não iria mudar.
Estou feliz por eles terem-me deixado partir e por ter tudo dado certo. Mas
nunca esquecerei as minhas origens e quero que a minha história sirva de
exemplo para outros refugiados e que possam dizer: 'Se ele conseguiu, eu também
consigo.'”, acrescentou.
O racismo
Alphonso Davies diz não ter sido um problema constante com ele...
"Mas já enfrentei o racismo. É duro, não só pelo o fato de ter a cor
que tenho, mas também pelo facto de ser um refugiado. Por isso luto pela
conscientização porque há pessoa que realmente não se importam e dizem o que
querem. Minha esperança é que essas pessoas mudem, que abram os olhos e
percebam que não importa de onde se vem ou a cor da pele. Somos todos humanos e
podemos nos ajudar uns aos outros o máximo possível”, concluiu.
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