quarta-feira, março 09, 2022

A justiça suíça pediu a prisão de Nasser Al-Khelaifi, presidente do PSG e de Jérôme Valcke ex-dirigente da FIFA...

A justiça suíça pediu nesta terça-feira (08) 28 meses de prisão para Nasser Al-Khelaifi, o presidente do Paris Saint-Germain e da beIN Media, e 35 meses para o ex-número dois da FIFA, Jérôme Valcke, em julgamento sobre a venda de direitos televisão...

Ao contrário do que aconteceu no julgamento de primeira instância, no outono de 2020, a promotora federal Cristina Castellote não solicitou uma suspensão parcial da pena, mas sim pena efetiva de dois anos e quatro meses para Al-Khelaifi e de quase três anos para o ex-dirigente da FIFA.

Segundo a procuradoria, Al-Khelaïfi, de 48 anos, e Valcke, de 61, estabeleceram um "acordo corrupto" para a concessão à beIN dos direitos de transmissão dos mundiais de 2026 e 2030...

Os dois agentes desportivos são acusados de terem feito um pacto às escondidas da FIFA, o que pressupõe também um ato de "gestão desleal", punível com cinco anos de prisão.

No primeiro julgamento, o tribunal estimou que Valcke apoiou a concessão de direitos de TV ao canal beIN em troca de uma luxuosa mansão na Costa Esmeralda da Sardenha, comprada para si, no final de 2013, por cinco milhões de euros, por uma empresa de Al-Khelaïfi...

O ex-secretário-geral da FIFA admitiu que pediu ajuda ao empresário qatari para financiar a 'Villa Bianca', poucos meses antes da assinatura, em abril de 2014, do contrato entre o beIN e a FIFA relativo aos direitos de transmissão dos mundiais de 2026 e 2030 para a África do Norte e Oriente Médio – o ex-dirigente francês garantiu que os factos não estão relacionados.

Os magistrados qualificaram a relação como "suborno", contudo o tribunal não pode condená-los por "corrupção privada", já que a FIFA retirou a sua queixa em janeiro de 2020, após um acordo com Al-Khelaïfi, cujos termos nunca foram divulgados...

A acusação de "gestão desleal" exige a prova de que o acordo prejudicou a FIFA, mas os acusados defendem-se com o facto de que o contrato, de cerca de 440 milhões de euros, ter sido o mais vantajoso para a FIFA, pois houve uma valorização de 60% das receitas arrecadadas com os mundiais de 2018, na Rússia, e 2022, no Qatar.

Nesta quarta-feira, será a vez de a defesa fazer as suas alegações sobre o caso...

Desde 2015 que a justiça suíça tem aprofundado investigações que têm abalado o futebol mundial.

Fonte: Jornal Record/Portugal

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