A justiça suíça pediu nesta terça-feira (08) 28 meses de prisão para
Nasser Al-Khelaifi, o presidente do Paris Saint-Germain e da beIN Media, e 35
meses para o ex-número dois da FIFA, Jérôme Valcke, em julgamento sobre a venda
de direitos televisão...
Ao contrário do que aconteceu no julgamento de primeira instância, no
outono de 2020, a promotora federal Cristina Castellote não solicitou uma
suspensão parcial da pena, mas sim pena efetiva de dois anos e quatro meses
para Al-Khelaifi e de quase três anos para o ex-dirigente da FIFA.
Segundo a procuradoria, Al-Khelaïfi, de 48 anos, e Valcke, de 61,
estabeleceram um "acordo corrupto" para a concessão à beIN dos
direitos de transmissão dos mundiais de 2026 e 2030...
Os dois agentes desportivos são acusados de terem feito um pacto às
escondidas da FIFA, o que pressupõe também um ato de "gestão
desleal", punível com cinco anos de prisão.
No primeiro julgamento, o tribunal estimou que Valcke apoiou a concessão
de direitos de TV ao canal beIN em troca de uma luxuosa mansão na Costa
Esmeralda da Sardenha, comprada para si, no final de 2013, por cinco milhões de
euros, por uma empresa de Al-Khelaïfi...
O ex-secretário-geral da FIFA admitiu que pediu ajuda ao empresário
qatari para financiar a 'Villa Bianca', poucos meses antes da assinatura, em
abril de 2014, do contrato entre o beIN e a FIFA relativo aos direitos de
transmissão dos mundiais de 2026 e 2030 para a África do Norte e Oriente Médio –
o ex-dirigente francês garantiu que os factos não estão relacionados.
Os magistrados qualificaram a relação como "suborno", contudo
o tribunal não pode condená-los por "corrupção privada", já
que a FIFA retirou a sua queixa em janeiro de 2020, após um acordo com
Al-Khelaïfi, cujos termos nunca foram divulgados...
A acusação de "gestão desleal" exige a prova de que o
acordo prejudicou a FIFA, mas os acusados defendem-se com o facto de que o
contrato, de cerca de 440 milhões de euros, ter sido o mais vantajoso para a
FIFA, pois houve uma valorização de 60% das receitas arrecadadas com os
mundiais de 2018, na Rússia, e 2022, no Qatar.
Nesta quarta-feira, será a vez de a defesa fazer as suas alegações sobre
o caso...
Desde 2015 que a justiça suíça tem aprofundado investigações que têm abalado
o futebol mundial.
Fonte: Jornal Record/Portugal
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