quinta-feira, março 03, 2022

Jogadores brasileiros de futsal estão sem poder sair de Kherson, cidade no sul da Ucrânia, sob ocupação russa...

Imagem: Autor Desconhecido

Daniel Rosa (foto), Ewerton Florêncio e Cláudio Garcia, jogadores de futsal brasileiros na Ucrânia, estão presos em Kherson, uma cidade de quase 300 mil habitantes no sul da Ucrânia que a Rússia afirmou ter conquistado nesta quarta-feira...

"Apesar de ainda termos bastante coisa em casa, não sabemos quanto tempo vai durar. De manhã, fomos ao mercado para ver se estava aberto. Deparámo-nos com tanques de guerra e voltámos correndo para casa", disse Daniel.

Daniel mora sozinho num apartamento, mas há uma semana que divide o apartamento com Ewerton e Cláudio Garcia...

Estão acompanhados de uma tradutora ucraniana.

Precisamente há uma semana, o ônibus do Prodexim Kherson, equipe em que jogam, voltava de uma viagem a Ivano-Frankivsk (no Oeste da Ucrânia), quando souberam que a Rússia estava a atacar o país...

"Faltava uma hora para chegarmos à cidade e começámos a ver o movimento de carros a saindo da região. Todo mundo deixando da cidade e nós a retornando. Procurámos informar-nos e soubemos da invasão", contou o atleta.

Depois de alguns dias de relativa tranquilidade, os jogadores da equipe esconderam-se na casa do treinador, Dmitry Berbentsev, que tem uma espécie de bunker...

Após algumas noites, os brasileiros voltaram para o apartamento de Daniel Rosa.

Mas, desde terça-feira que lhes é recomendado não saírem de casa...

Igor Kolykhaev, prefeito da cidade e presidente do clube, dirigiu-se aos cidadãos de Kherson nas redes sociais...

"Ontem (terça-feira, 1 de março) à noite, quando eu e a minha equipe estávamos na prefeitura, o prédio foi atingido. Todos estão vivos. Mas peço novamente: não saiam de casa. Não provoquem um tiroteio com as vossas ações e comportamento. Estamos numa situação muito difícil. Não precisamos complicar. Hoje vou trabalhar para encontrar uma saída para recolher os mortos, restaurar as ligações de energia, gás, água e aquecimento que foram danificadas. Mas deixo já um aviso: fazer essas tarefas hoje significa fazer um milagre. Estamos todos à espera de um milagre agora. É disto que precisamos."

Daniel Rosa concluiu:

"Muita gente pergunta: por que ainda não saíram? Não tem como o fazer neste momento. Existem pessoas que estão há dias na fronteira sem conseguir passar. Não adianta ir para a fronteira sem ter a certeza de que vai passar. Estamos com pouco dinheiro aqui, não sabíamos que isto iria acontecer. Imagina chegar lá, não ter onde ficar, a passar frio. Neste momento estamos à espera."

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