LaLiga quer repetir no Brasil o que fez com futebol no Equador
Presidente da entidade espanhola virá ao país para dar uma palestra aos
clubes na próxima terça-feira (15)
Por Erich Beting/Máquina do Esporte
A disputa de diferentes grupos para tentar abocanhar uma fatia em uma
possível liga de clubes do futebol brasileiro terá a presença de um novo ator
na próxima terça-feira (15).
O presidente da espanhola LaLiga, Javier Tebas, virá ao país para dar uma
palestra a representantes de clubes no auditório do banco de investimentos XP.
Tebas é o convidado ilustre que o banco trará para tentar convencer os
dirigentes a assinarem com o projeto da XP para a formatação da liga.
O mandachuva do futebol espanhol contará o case da liga espanhola, que
vem se transformando desde 2015, quando passou a negociar coletivamente todas
as propriedades comerciais do futebol da Espanha.
Além disso, a função de Tebas será apresentar como a LaLiga poderia
trabalhar em parceria com a liga brasileira para formatá-la e ajudá-la a buscar
investidores internacionais.
Esse modelo seria uma evolução do que a LaLiga fez em 2018 com o futebol
equatoriano.
À época, a liga espanhola “apadrinhou” a formatação e o lançamento da
Liga Pro, que desde então tem organizado as duas primeiras divisões do futebol
do Equador.
No Brasil, a ideia é fazer o mesmo movimento.
A LaLiga seria consultora da liga brasileira, que por sua vez teria a XP
como intermediária na busca por investidores.
Entre os possíveis interessados estaria o fundo de investimentos CVC, que
recentemente fez acordo para comprar parte dos direitos de mídia dos clubes da
LaLiga.
Espera-se que, na reunião desta terça-feira (15), Tebas dê mais detalhes
de como é a relação com o fundo e de que forma ele ajudou a equilibrar as
finanças dos clubes espanhóis, que não precisaram recorrer a empréstimos para
se recuperar do baque financeiro causado pela pandemia.
A chegada de Tebas e a consultoria da LaLiga são ingredientes novos na
discussão sobre a formatação da liga de clubes no Brasil.
Os clubes optaram por tentar primeiro buscar um investidor para, então,
criar a entidade que os represente.
Inicialmente, os clubes estavam propensos a assinar com a Codajas, grupo
liderado por Luis Zveiter e que tem Ricardo Fort, colunista da Máquina do
Esporte, como consultor.
O grupo chegou a dizer que teria US$ 1 bilhão garantidos para investir na
liga, mas não conseguiu confirmar a proposta.
Atualmente, o grupo se uniu ao banco de investimentos BTG para tentar
buscar investidores para a liga.
Com isso, abriu-se caminho para novos postulantes ao cargo.
As agências LiveMode e 1190 se uniram para tentar assumir a gestão
comercial da liga, mas até agora não convenceram os clubes a assinar com elas.
A demora para uma definição provocou um racha entre os clubes.
Dez clubes que estão na Série A do Brasileirão e são times de menor
torcida anunciaram a criação do grupo Forte Futebol para negociar em bloco.
Do outro lado, ficaram os demais clubes, que estão tentando negociar uma
união para tentar, pelo menos, criar o produto para depois buscar o investidor.
Na próxima terça-feira (15), haverá um novo capítulo da novela que já se arrasta há quase um ano, quando os clubes anunciaram que formatariam a liga no Brasil representando os clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro.
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