As autoridades iranianas permitiram, na última quinta-feira (23), que mulheres assistissem a uma partida amistosa, sete meses depois em que elas foram vistas nas arquibancadas de um estádio do país...
Autorizadas, centenas de mulheres
apoiaram o "Team Melli", como é conhecida a seleção iraniana, no jogo
contra a Rússia, no estádio Azadi, em Teerã, no amistoso que terminou empatado em
1 a 1.
A televisão estatal mostrou, de
forma breve, as torcedoras com bandeiras e chapéus com as cores nacionais numa
área exclusiva para mulheres, como é costume no país islâmico...
Durante 40 anos, a República
Islâmica do Irã não permitiu que mulheres frequentassem estádios, um tabu
quebrado em 2019 na partida entre Irão e Camboja que contou com a presença de
3500 mulheres, sob pressão da Fifa - Federação Internacional de Futebol.
Mas a pandemia da covid-19
terminou com o público nos estádios, não se tendo registado a presença de
mulheres nos estádios até 2022...
Em janeiro de 2022, pela segunda
vez em quatro décadas, cerca de 2000 torcedoras puderam assistir à partida Irão
e Iraque em Teerã, jogo que a seleção iraniana selou sua classificação para a
Copa do Mundo no Catar.
Mas em março do mesmo ano, as
mulheres foram impedidas de entrar na partida das eliminatórias para a Copa do
Mundo entre Irã e Líbano, no Catar, depois de terem comprado os bilhetes,
gerando críticas...
A presença hoje de mulheres nas arquibancadas
do estádio Azadi acontece após meses de protestos desencadeados pela morte de
Mahsa Amini depois de ser presa pela polícia de moral por não usar
adequadamente o véu.
A República Islâmica recorreu à
força e à repressão para estancar os protestos que já causaram quase 500 mortos...
Durante a intervenção das forças
de segurança dezenas de milhares de pessoas foram detidas (das quais 22000
foram indultadas) entre elas quatro manifestantes foram enforcados, um deles na
via pública.
Nenhum comentário:
Postar um comentário