Fifa e Conmebol contrariam
Justiça, e eleição na CBF depende de autorização
Por Rodrigo Mattos/UOL Esporte
A Fifa e a Conmebol contrariam a
decisão da Justiça comum em relação à decisão que destituiu o presidente da
CBF, Ednaldo Rodrigues.
Primeiro, não reconhecem a
própria intervenção na entidade.
Segundo, só admitem a realização
de nova eleição se houver autorização de ambas as entidades.
O Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro determinou a destituição de Ednaldo ao anular a assembleia que o
elegeu.
A decisão foi confirmada pelo
Superior Tribunal de Justiça.
Pelo acórdão do TJ do Rio, foi
nomeado como interventor na CBF José Perdiz, presidente do STJD.
E ele tem até 30 dias úteis para
realizar uma nova eleição na entidade.
Na quinta-feira, a Fifa e a
Conmebol mandaram uma carta para a confederação dizendo que não reconheciam o
interventor como mandatário da CBF.
Isso porque o estatuto da Fifa
não permite interferência de terceiros externos na gestão das federações
nacionais.
E acrescentaram que viriam ao
Brasil para verificar a situação relacionada à nova eleição.
Na prática, as duas entidades não
reconhecem nenhuma medida da intervenção da Justiça, segundo apurou o UOL.
Assim, Fifa e Conmebol não vão se
comunicar com Perdiz como presidente da CBF, nem admitem como legais suas
decisões.
Ele, por exemplo, trocou o
secretário-geral da CBF, Alcino Reis, por Caio Rocha.
É uma medida considerada
irregular pelas entidades.
A visita da Fifa e da Conmebol ao
Brasil não será apenas para acompanhar a nova eleição na CBF.
O entendimento das entidades é
que não pode ocorrer um pleito se não houver autorização das duas.
E esse aval não é certo.
A situação do Brasil e da CBF é
visto como similar ao da AFA (Associação de Futebol Argentino).
Em 2017, foi determinado que um
colégio de advogados faria testes de idoneidade para os candidatos a presidente
da AFA.
A Fifa e Conmebol ameaçaram com
sanções e interferência.
É estudada uma intervenção branca
similar na CBF.
Veja trecho da carta da Fifa
para a CBF:
“Em relação a isso, com o propósito de fazer uma auditoria no processo, a Fifa julga que a eleição não deve ser convocada ou ser realizada antes que delegações da Fifa e da Conmebol visitem o Brasil no próximo janeiro para examinar a situação e discutir o assunto com os respectivos órgãos envolvidos para reportar para os relevantes órgãos da Fifa e permitir que eles possam decidir o curso de ação a ser tomado a respeito do estatuto da CBF e a autonomia da associação.”
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