segunda-feira, julho 08, 2013

Para Anderson Silva...



Me desculpe a ousadia meu caro Anderson Silva...

Afinal, quem sou eu para vir aqui e postar um conselho para alguém que como você atingiu o topo.

Não sou lutador, não tenho a menor noção de nada que se relacione com defesa pessoal ou ataque a pessoas.

Já briguei sim, muitas vezes...

Mas o fiz da maneira mais simplória possível...

Fechei os olhos em algumas ocasiões e saí distribuído socos e pontapés...

Ridículo não?

Também acho...

Vou além, é patético.

Apanhei muito por causa desse método pouco recomendável de combate...

Ganhei algumas, poucas é verdade, mas ganhei sim.

No entanto não é sobre lutas, brigas e confrontos que desejo lhe aconselhar...

Tenho noção das coisas e não chegaria a tanto.

Meu conselho é sobre conhecimento...

Para ser mais exato, sobre história.

Ler sobre aquilo que fazemos, aprender com quem fez, imagino eu, ajude um pouco.

Aliás, ler ajuda muito, a qualquer um em qualquer circunstância.

Por isso li...

Li muito, pois sou burrinho e os burrinhos precisam ler mais, precisam ler tudo, precisam aprender com a história e dela se valer quando a necessidade chega.

Esse é meu conselho...

Leia mais sobre lutas e lutadores...

Vá fundo...

Se possível assista os velhos vídeos dos Velhos tempos...

Lá, existem inestimáveis lições.

Mas, veja, leia tudo, assista tudo...

Não se prenda apenas aquilo que seja do seu interesse ou do interesse de suas crenças.

Lendo e vendo tudo, é possível tirar uma média...

Fazer reflexões e não empacar num só contexto.

Bem, é isso...

Ah, sim...

Meu conselho é...

Leia sobre Cassius Marcellus Clay Jr, ou melhor, Muhammad Ali...

Veja tudo sobre ele...

Talvez assim meu caro Anderson, você possa ser petulante, arrogante e aparentemente descuidado...

Talvez, você aprenda a ser um “bailarino” no octógono e aí, possa tentar ser o que foi Cassius Clay, hoje, Muhammad Ali.

No mais, continuo seu admirador...

Mesmo não sendo fã do esporte que você pratica, sou sim, um admirador de sua luta para chegar onde chegou.

Respeito pessoas pelo que eles fizeram...

Diferente de seus fãs, que só respeitam suas vitórias e não, sua história.


As freiras do Monastério da Consolação em Draguignan, França, acompanham a passagem dos ciclistas do Tour de France

Imagem: AP - Laurent Cipriani

Simples assim...



Por Sérgio Lima.

Texto pinçado do blog do Juca Kfouri.

Hoje é sábado, dia seis de julho de 2013.

Em Massachusetts, contudo, hoje é mais um daqueles dias em que um gesto de um time da liga de futebol americano, a NFL, poderia muito bem servir de lição a tantos clubes e a muuuuitas empresas deste nosso Brasil.

O super poderoso New England Patriots, da cidade de Boston, tinha, até a semana passada, como um de seus principais jogadores, um rapaz de nome Aaron Hernandez.

Jogador espetacular, que acabara de assinar uma extensão contratual de quatro anos no valor de 40 milhões de dólares.

Contudo, Hernandez foi preso há cerca de dez dias, acusado de ter planejado e matado com vários tiros um de seus amigos que, segundo testemunhas, sabia do envolvimento de Hernandez em outro crime mortal e que poderia por toda a sua vida de fama e fortuna a perder.

O que Hernandez não esperava era ter contra si e seu crime bárbaro, diversas câmeras de vigilância contando toda a história do crime em imagens bem claras.

Ninguém tem nenhuma dúvida de que foi ele o autor e de que será condenado.

Já a empresa New England Patriots, imediatamente tratou de rescindir o contrato e apagar a imagem de Hernandez de tudo o que pudesse ligá-lo ao negócio.

Todas as camisas com o nome do ex-jogador foram recolhidas de todos os pontos de venda.

Mas o que chamou mais a atenção foi terem rapidamente achado uma solução para os pais que haviam comprado camisas oficiais caríssimas de Hernandez para os filhos e que sentiam que os filhos não deveriam usar o nome de um bandido nas costas.

Neste sábado e domingo o New England Patriots está trocando qualquer camisa que tenha o nome de Hernandez por qualquer outra camisa oficial do time.

Até o meio dia de hoje mais de mil e duzentas camisas já haviam sido trocadas.

A verdade é que em breve Aaron Hernandez será esquecido em uma cela qualquer de alguma penitenciária americana.

E o New England Patriots e sua diretoria estão fazendo de tudo para que as pessoas lembrem-se de que os fãs ainda continuam sendo, não importando as circunstâncias, mais importantes que qualquer outro indivíduo da organização.



domingo, julho 07, 2013

Os Catamarãs da Equipe Oracle USA AC72...

Imagem: AP/Eric Risberg

Depois do "Padrão FIFA", veio o Padrão Brasil de organização...



Dizem que durante a Copa das Confederações, mesmo com os protestos acontecendo em seu entorno, às coisas funcionaram no Estádio Mané Garrincha.

Quem lá esteve – conheço alguns – afirmou que salvo um tropeço aqui e outro acolá, a normalidade e a organização estiveram presentes.

Pois bem, bastou a FIFA ir embora e a administração do estádio voltar para as cálidas mãos tropicais, o doce azedou.

Ontem, no empate em 2 a 2 entre Flamengo e Coritiba pela Série A do Campeonato Brasileiro, tudo voltou ao normal...

O Brasil e seus métodos organizacionais mostram sua cara.

No fim de semana anterior, aconteceu um show musical no estádio...

Resultado?

Gramado arrasado.

Em uma das pequenas áreas, reinava a terra seca...

Trechos sem grama eram visíveis e bastava uma entrada mais ou menos dura de qualquer jogador para que as placas de grama se desprendessem do solo.

As rádios não tiveram onde se acomodar...

O jogo foi narrado entre os torcedores e, wi-fi e sinal 3G que é bom, nem sinal.

Apenas a Rede Globo foi bem acomodada.

Diante da reclamação, a desculpa foi simples: as cabines ainda não estão prontas.

“Durante a Copa das Confederações, uma tribuna de imprensa provisória acomodou centenas de jornalistas com toda a infraestrutura necessária, como sinal de internet, mas estas estruturas foram desmontadas e só voltam na Copa de 2014”, informa o UOL esportes.

Não me espanta; afinal somos especialistas em maquiagem, gambiarras e enganações em geral.

Mas, não para por aí...

Em relação aos cuidados com o torcedor, esse simpático coadjuvante que paga para entrar num estádio e com o peso de seu número eleva a milhões os valores cobrados aos patrocinadores, o que se viu foi o de sempre: que se danem.

Se durante a Copa das Confederações as vias de acesso foram fechadas para os automóveis, ontem não...

Atravessar as largas avenidas que margeiam o estádio Mané Garrincha foi adrenalina pura.

Não existem passarelas, tuneis ou mesmo uma singela faixa de pedestres...

O jeito foi driblar os carros, dar uma paradinha e correr...

Tudo no melhor estilo brasileiro de viver e achar bom.

Dentro do estádio, os lugares marcados foram extintos...

Valeu o salve-se quem puder.

Bilheterias de lanchonete improvisadas com tapumes, bares improvisados com latões e isopor de gelo pelos corredores, banheiros fechados, entulho da construção acumulado em cantos de escadas e máquinas e operários trabalhando no entorno do estádio durante a chegada dos torcedores completavam o cenário...

Esse é o retrato do Brasil gerido por brasileiros.

Tal situação me remete a uma conversa entre um embaixador brasileiro e um lorde inglês sobre os gramados na Inglaterra...

- Como vocês conseguem manter jardins e gramados tão impecáveis... qual a técnica que vocês usam?

Em resposta ao embaixador o lorde disse:

- Não há técnica. É bem simples. Plantamos, esperamos quatrocentos anos e pronto.

Diante do espanto do embaixador, o inglês acrescentou:

- Durante esses quatrocentos anos, aprendemos a observar, tratar, cuidar e respeitar o que agora o encanta, senhor embaixador.


Mont-Blanc...


Anderson Silva, Anderson Silva... Oi, sou eu, Fernando Amaral. Tá tudo bem com você?


Imagem: Auto Retrato/Fernando Amaral