Dizem que durante a Copa das
Confederações, mesmo com os protestos acontecendo em seu entorno, às coisas
funcionaram no Estádio Mané Garrincha.
Quem lá esteve – conheço alguns –
afirmou que salvo um tropeço aqui e outro acolá, a normalidade e a organização
estiveram presentes.
Pois bem, bastou a FIFA ir embora
e a administração do estádio voltar para as cálidas mãos tropicais, o doce
azedou.
Ontem, no empate em 2 a 2 entre
Flamengo e Coritiba pela Série A do Campeonato Brasileiro, tudo voltou ao
normal...
O Brasil e seus métodos
organizacionais mostram sua cara.
No fim de semana anterior,
aconteceu um show musical no estádio...
Resultado?
Gramado arrasado.
Em uma das pequenas áreas,
reinava a terra seca...
Trechos sem grama eram visíveis e
bastava uma entrada mais ou menos dura de qualquer jogador para que as placas de grama se desprendessem
do solo.
As rádios não tiveram onde se
acomodar...
O jogo foi narrado entre os
torcedores e, wi-fi e sinal 3G que é bom, nem sinal.
Apenas a Rede Globo foi bem
acomodada.
Diante da reclamação, a desculpa
foi simples: as cabines ainda não estão prontas.
“Durante a Copa das
Confederações, uma tribuna de imprensa provisória acomodou centenas de
jornalistas com toda a infraestrutura necessária, como sinal de internet, mas
estas estruturas foram desmontadas e só voltam na Copa de 2014”, informa o UOL
esportes.
Não me espanta; afinal somos
especialistas em maquiagem, gambiarras e enganações em geral.
Mas, não para por aí...
Em relação aos cuidados com o
torcedor, esse simpático coadjuvante que paga para entrar num estádio e com o
peso de seu número eleva a milhões os valores cobrados aos patrocinadores, o
que se viu foi o de sempre: que se danem.
Se durante a Copa das
Confederações as vias de acesso foram fechadas para os automóveis, ontem não...
Atravessar as largas avenidas que
margeiam o estádio Mané Garrincha foi adrenalina pura.
Não existem passarelas, tuneis ou
mesmo uma singela faixa de pedestres...
O jeito foi driblar os carros,
dar uma paradinha e correr...
Tudo no melhor estilo brasileiro
de viver e achar bom.
Dentro do estádio, os lugares
marcados foram extintos...
Valeu o salve-se quem puder.
Bilheterias de lanchonete
improvisadas com tapumes, bares improvisados com latões e isopor de gelo pelos
corredores, banheiros fechados, entulho da construção acumulado em cantos de
escadas e máquinas e operários trabalhando no entorno do estádio durante a
chegada dos torcedores completavam o cenário...
Esse é o retrato do Brasil gerido
por brasileiros.
Tal situação me remete a uma conversa
entre um embaixador brasileiro e um lorde inglês sobre os gramados na
Inglaterra...
- Como vocês conseguem manter
jardins e gramados tão impecáveis... qual a técnica que vocês usam?
Em resposta ao embaixador o lorde
disse:
- Não há técnica. É bem simples.
Plantamos, esperamos quatrocentos anos e pronto.
Diante do espanto do embaixador,
o inglês acrescentou:
- Durante esses quatrocentos
anos, aprendemos a observar, tratar, cuidar e respeitar o que agora o encanta,
senhor embaixador.
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