domingo, julho 07, 2013

Depois do "Padrão FIFA", veio o Padrão Brasil de organização...



Dizem que durante a Copa das Confederações, mesmo com os protestos acontecendo em seu entorno, às coisas funcionaram no Estádio Mané Garrincha.

Quem lá esteve – conheço alguns – afirmou que salvo um tropeço aqui e outro acolá, a normalidade e a organização estiveram presentes.

Pois bem, bastou a FIFA ir embora e a administração do estádio voltar para as cálidas mãos tropicais, o doce azedou.

Ontem, no empate em 2 a 2 entre Flamengo e Coritiba pela Série A do Campeonato Brasileiro, tudo voltou ao normal...

O Brasil e seus métodos organizacionais mostram sua cara.

No fim de semana anterior, aconteceu um show musical no estádio...

Resultado?

Gramado arrasado.

Em uma das pequenas áreas, reinava a terra seca...

Trechos sem grama eram visíveis e bastava uma entrada mais ou menos dura de qualquer jogador para que as placas de grama se desprendessem do solo.

As rádios não tiveram onde se acomodar...

O jogo foi narrado entre os torcedores e, wi-fi e sinal 3G que é bom, nem sinal.

Apenas a Rede Globo foi bem acomodada.

Diante da reclamação, a desculpa foi simples: as cabines ainda não estão prontas.

“Durante a Copa das Confederações, uma tribuna de imprensa provisória acomodou centenas de jornalistas com toda a infraestrutura necessária, como sinal de internet, mas estas estruturas foram desmontadas e só voltam na Copa de 2014”, informa o UOL esportes.

Não me espanta; afinal somos especialistas em maquiagem, gambiarras e enganações em geral.

Mas, não para por aí...

Em relação aos cuidados com o torcedor, esse simpático coadjuvante que paga para entrar num estádio e com o peso de seu número eleva a milhões os valores cobrados aos patrocinadores, o que se viu foi o de sempre: que se danem.

Se durante a Copa das Confederações as vias de acesso foram fechadas para os automóveis, ontem não...

Atravessar as largas avenidas que margeiam o estádio Mané Garrincha foi adrenalina pura.

Não existem passarelas, tuneis ou mesmo uma singela faixa de pedestres...

O jeito foi driblar os carros, dar uma paradinha e correr...

Tudo no melhor estilo brasileiro de viver e achar bom.

Dentro do estádio, os lugares marcados foram extintos...

Valeu o salve-se quem puder.

Bilheterias de lanchonete improvisadas com tapumes, bares improvisados com latões e isopor de gelo pelos corredores, banheiros fechados, entulho da construção acumulado em cantos de escadas e máquinas e operários trabalhando no entorno do estádio durante a chegada dos torcedores completavam o cenário...

Esse é o retrato do Brasil gerido por brasileiros.

Tal situação me remete a uma conversa entre um embaixador brasileiro e um lorde inglês sobre os gramados na Inglaterra...

- Como vocês conseguem manter jardins e gramados tão impecáveis... qual a técnica que vocês usam?

Em resposta ao embaixador o lorde disse:

- Não há técnica. É bem simples. Plantamos, esperamos quatrocentos anos e pronto.

Diante do espanto do embaixador, o inglês acrescentou:

- Durante esses quatrocentos anos, aprendemos a observar, tratar, cuidar e respeitar o que agora o encanta, senhor embaixador.


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