sábado, julho 20, 2013

Roberto Fernandes completou seu ciclo no América...



E o mito se foi...

O peso das derrotas e a aparente perda do controle foram os fatores principais para a saída de Roberto Fernandes do comando técnico do América.

Não há como discutir a importância de Roberto Fernandes...

Foram segundo Sérgio Fraiman, blogueiro torcedor, 91 partidas, 40 vitórias, 24 empates e 27 derrotas sob o comando de Fernandes...

São números frios, nada espetaculares, mas indiscutivelmente, são números importantes, se levarmos em consideração a pouca disponibilidade financeira do América e a ditadura do imediatismo que sempre oprime seus dirigentes.

Roberto Fernandes conquistou em 2012 o título estadual...

O América estava a oito anos na fila...

Roberto Fernandes, nunca perdeu uma partida oficial para o arquirrival, o ABC.

Tais fatos criaram condições para que Fernandes se tornasse “intocável”, um mito, segundo os sempre exagerados adjetivos que o futebol e seus fãs costumam utilizar em momentos êxtase.

Fernandes, “engoliu a corda” ...

Falava como um “estadista”, teorizava como pesquisador dedicado e profundo...

Por vezes, usava sua fácil retórica e explicava por que seus comandados haviam empatado ou perdido, mas conseguia esgrimindo palavras, se colocar a distância das derrotas...

Mitos e estadistas costumam se distanciar dos fracassos.

Seu trabalho dentro das fronteiras do Rio Grande do Norte, por muito tempo não pode ser questionado, mas quando fora da zona de conforto, os problemas brotavam.

Na Série B de 2012, conseguiu se safar...

E bem.

O América terminou em 9º lugar e somou 54 pontos.

Uma campanha ótima para uma equipe que sempre tem contra si a falta de recursos.

Porém, a perda do estadual este ano, a prematura desclassificação da Copa do Brasil e a pífia e medíocre campanha nas nove primeiras rodadas da Série B, corroeram o passado...

Fernandes continuou seu discurso de mito, de “estadista”, mas sem conseguir modificar o conteúdo...

Se repetia como nos bons tempos...

Mas já não conseguia manter-se tão distante das derrotas com outrora.

A falta de um discurso novo e a sensação que o antes competente organizador havia perdido o rumo, se somaram a clara incapacidade de solucionar problemas fora das condições ideais, contaminaram com a desconfiança a sempre claudicante fé dos torcedores, esvaziaram os argumentos de seus defensores jornalistas e colocaram contra parede dirigentes...

Diante desses novos e cinzentos tempos, a direção americana, mesmo sendo grata ao treinador, não teve saída...

Demitiu Fernandes...

Sabem os dirigentes americanos que a única maneira seria essa...

Sabem os dirigentes americanos que sem a dramática decisão, os respingos que até aqui conseguiram evitar, os atingiria em brevíssimo tempo.


2 comentários:

Anônimo disse...

Francisco Diá pra arrumar esse time.

Anônimo disse...

Seu comentário diz tudo Fernando. Esse diagnóstico de roberto "engoliu a corda" foi preciso. Se sentiu dono do time e a insistência com jogadores como Tiago Adam e ainda alegar a sua ausência como um dos motivos para a derrota dizem muito sobre o que Roberto pensava como treinador. A sua combalida frase "quem não sabe porque porque perde não sabe porque ganha" era usada como escudo que, dessa vez, não serviu muito.
ADAIL PIRES