Este espaço não propõe defesa nem ataque a nenhum clube ou pessoa.
Este espaço se destina à postagem de observações, idéias, fatos históricos, estatísticas e pesquisas sobre o mundo do futebol. As opiniões aqui postadas não têm o intuito de estabelecer verdades absolutas e devem ser vistas apenas como uma posição pessoal sujeita a revisão.
Pois reconsiderar uma opinião não é sinal de fraqueza, mas sim da necessidade constante de acompanhar o dinamismo e mutabilidade da vida e das coisas.
Palmeiras, Atlético Paranaense,
Bahia, Remo e Itumbiara são os clubes com maior média de público das regiões
Sudeste, Sul, Nordeste, Norte e Centro-Oeste, respectivamente...
Como era de se esperar os cinco
também comandam o ranking de seus estados.
O Palmeira é o clube que ostenda
a melhor média de público do Brasil...
A média é 31.205 pessoas em seus
jogos.
Na região sul o Atlético
Paranaense conta com uma média de 17.274 espectadores...
O Bahia soma 13.993, o Remo com
11.015 e o Itumbiara, recordista de Goiás e do Centro-Oeste, acumula média de
9.375 espectadores.
A baixo média de público pagante
na temporada dos líderes de cada estado e do Distrito Federal:
Palmeiras-SP (31.205)
Flamengo-RJ (24.749)
Atlético Paranaense-PR (17.274)
Cruzeiro-MG (16.649)
Internacional-RS (16.513)
Bahia-BA (13.993)
Remo-PA (11.015)
Itumbiara-GO (9.375)
Sport-PE (8.314)
Ceará-CE (8.253)
CSA-AL (6.629)
Campinense-PB (6.179)
Avaí-SC (5.419)
ABC-RN (3.927)
Moto Club-MA (3.317)
Sergipe-SE (3.281)
Corumbaense-MS (2.969)
Gama-DF (2.747)
Sinop-MT (2.271)
Ríver-PI (1.613)
Sparta-TO (1.445)
Princesa do Solimões-AM (908)
Atlético Acreano-AC (770)
São Mateus-ES (743)
Ji-Paraná-RO (645)
São Raimundo-RR (322)
Trem-AP (192)
Dos seis piores, apenas o São
Mateus do Espírito Santo não é do norte do país.
Próximo adversário do ABC na
série B será o Santinha.
O clube disputou a Série A ano
passado, mas não conseguiu se manter na elite do futebol brasileiro.
A equipe de Vinícius Eutrópio foi
bem no estadual e na Copa do Nordeste (chegou até a semifinal).
Na Copa do Brasil a equipe chegou
até as oitavas de final...
Ontem, o Santa Cruz acabou eliminado pelo Atlético
Paranaense – (0 a 0 no Arruda e 2 a 0 na Baixada da Arena).
Na Série B, o Santinha venceu
duas partidas e perdeu uma (1 vitória em casa, 1 fora e 1 derrota fora de casa,
para o CRB).
A equipe de Vinícius Eutrópio,
curiosamente (ou estrategicamente), vem jogando em duas formações: 4-5-1 e
4-3-3.
O último jogo, foi com a primeira
formação.
Para jogos em casa, o técnico
aposta em um time ofensivo, com boas peças nas pontas como William Barbio e
Everton Santos (artilheiro do time no Pernambucano com 6 gols).
A referência do ataque é por
conta de Halef Pitbull – artilheiro do Santa na Copa do Nordeste com 4 gols.
A equipe pernambucana pode jogar
no 4-5-1.
O time deve usar o esquema
tradicional na defesa: 2 zagueiros e 2 laterais e jogando com 5 meias, sendo 2
volantes, 2 alas e um meia armador.
Apenas Halef joga na frente.
Caso opte por jogar com o ABC na
4-3-3 (esquema que rende ao clube muitas oportunidades em velocidade), o
Everton Santos, Ricardo Bueno e Halef podem ser as melhores opções para o
duelo.
Ricardo Bueno, inclusive, estava
acertado com o Guarani, mas acabou indo para o Santinha e garantiu a vitória da
equipe duas rodadas atrás contra o quase ex-clube.
O duelo é decisivo para ambas as
equipes e vale um lugar no G4.
O ABC, caso ganhe, pode chegar
aos 8 pontos e até na liderança, pois as 4 equipes do grupo de acesso jogam
fora de casa.
América x Paysandu, Oeste x CRB,
Vila Nova x Guarani e Internacional x Juventude.
O duelo entre Santa Cruz e ABC
está marcado para o próximo sábado, às 16:30, no Arruda.
Por Gabriel Leme Penteado, repórter do Universidade do Esporte – 88,9 FM
Universitária.
Pode parecer difícil de
acreditar, mas o Futebolista do Ano, eleito pela associação de escritores
ingleses, foi N’Golo Kanté.
O jogador do Chelsea (campeão
pelo Leicester na temporada passada e novamente campeão pelos Blues) demonstrou
uma grande qualidade atuando como volante na Premier League.
Não se trata de coincidência.
Pelo Leicester, o francês foi
considerado o pilar do elenco, sendo o principal jogador do técnico Cláudio
Ranieri.
O meia foi vendido posteriormente
pela bagatela de 32 milhões de euros (valores que, nas atuais cifras do mercado
europeu, são considerados uma pechincha – ainda mais para um jogador
considerado a estrela de seu antigo clube).
Os rivais do clube londrino foram
além dessas cifras por uma contratação (Xhaka e Pogba custaram 35 e 106 milhões
de euros, respectivamente).
Ambos não terminaram a competição
na zona de classificação para a Champions League, mas o United conquistou a
Liga Europa e volta para a principal competição do planeta na próxima
temporada.
Em números, Kanté reforça a
eficiência que apresentou em 2016.
O meia jogou 35 jogos na Premier
League, venceu 27, deu mais de 2.000 passes e jogou, aproximadamente, 3.000
minutos.
Não tomou um único cartão
vermelho (para um volante de marcação, é um feito e tanto) e fez 79
interceptações – mais do que qualquer jogador dos Blues.
Não contente com esses números, o
meia ainda se tornou o primeiro jogador a conquistar a Premier League duas
vezes de forma consecutiva.
Durante os jogos, comentários e
mais comentários sobre a inteligência e o papel tático do francês são feitos.
O camisa 7 do Chelsea parece
ocupar o campo todo, durante os 90 minutos.
Cada bola adversária que passa
pelo meio, encontra os pés de Kanté.
A onipresença foi atribuída por
tais atuações e não à toa, o volante foi o grande destaque da campanha do
título, junto à Eden Hazard.
O treinador dos Blues, Antonio
Conte, ainda nos permite concluir a satisfação que tem com o jogador ao
substituí-lo apenas uma vez nos 35 jogos em que Kanté foi titular.
Dado esses fatos, o prêmio é mais
do que justo e o volante é a melhor representação da campanha do Chelsea,
reforçando que coincidências não existem e que o raio cai mais de uma vez no
mesmo lugar.
Recorrer de uma punição
considerada injusta, é justo...
Justíssimo.
Porém, se valer de documentos falsos
para anular a justa decisão, é vil...
Fosse sério o Brasil, o
Internacional de Porto Alegre seria afastado da Série B e do futebol por uns
dois anos, seus dirigentes banidos e seus advogados punidos pela Ordem dos Advogados do Brasil.
Mas, como não somos...
Irão usar argumentos como exagero, desproporcionalidade e bom senso para justificar, um puxãozinho de orelha e deixa o resto para lá.
Dybala: “O que há de errado em tentar ser decente?”
Fã de Gladiador, argentino revela admiração pelo futebol brasileiro,
fala sobre perda do pai e explica comemoração característica
Por E. Audiso para o La Repubblica
Turim
O atacante da Juventus Paulo
Dybala (Argentina, 1993) é o último substituto oficial de Maradona e Messi.
A nova geração.
Um bom rapaz.
Atento, antecipa tudo.
Não tem limites ou ideologias.
É um dos poucos argentinos que
torcem pelo Brasil, o grande inimigo.
“Gosto da facilidade, da alegria com que se divertem com a bola. Sempre
admirei Ronaldinho e a ideia de que o jogo seja magia e não sofrimento. A
primeira Copa do Mundo que vi pela televisão foi a de 2002, a final entre
Alemanha e Brasil. Estava com os três erres, Ronaldo e Rivaldo também. A
diversidade deles era genial. Gosto de tudo que representa o oposto de mim. Por
exemplo, Pirlo, Del Piero, Agüero e a frieza de Benzema. Os killers não me
desagradam; os que agem resolutamente, os que não suam, os que matam sem ser
barrocos. E sim, admito, não sei dançar tango”.
Tem quatro tatuagens, mas não são
muito exageradas.
“Não gosto de valentões, de jogadores mal intencionados, dos que vivem
de excessos, dos que pensam que se justifica fazer o que não é certo porque
assim alguém falará deles, dos que querem ser diferentes a todo custo. Minha
imagem é importante para mim. O que há de errado em tentar ser decente? Não me
jogo na área, não procuro o pênalti. É possível fazer algo pelos outros sem ser
um infeliz e nem estar furioso; sem cuspir para a vida. Não acredito nos belos
malditos. Não é difícil evitar construir outros infernos. Entre a santidade e a
indiferença há muitos caminhos intermediários. Eu gosto daqueles que têm
estilo, como Federer e Bolt; das pessoas que te comovem, e também de Agassi
pela forma como ele se antecipava com seus golpes, por determinados ângulos”,
explica antes da final da Champions, no próximo sábado, 3 de junho, contra o
Real Madrid.
O esboço do futuro ídolo foi obra
do pai. Adolfo – jogador já falecido que dirigia um estabelecimento de apostas
na cidadezinha – foi quem colocou Paulo atrás da bola.
Aos quatro anos, o menino já
estava em campo.
Aos 15 anos, o jogo parou.
E também a respiração de Adolfo,
que sempre o levava de carro aos treinos.
O pai morreu de um tumor no
pâncreas.
Corria o ano de 2006. Paulo
estava em crise e se mudou para a residência de jovens promessas do Instituto
de Córdoba.
“Sem pai, sem família, à noite eu ia chorar no banheiro”.
Em 2012, através de uma bisavó,
chegou a Palermo com passaporte italiano e lá começou a trabalhar seus pontos
fracos.
“Sou canhoto. Até para escovar os dentes uso a esquerda. Então pegava
uma caneta e tentava escrever, mas com o pé direito. Eu a colocava entre o
dedão e o dedo seguinte. Praticava como um louco para ter mais sensibilidade e
capacidade. Também treinava os olhos. Para ver mais além e em direções
diferentes, para me antecipar aos adversários e intuir as trajetórias. Também
comecei a ir muito à academia. Na Itália, aprendi a defender a bola. Para mim é
importante. Se Cristiano Ronaldo ultrapassou os 360 gols é porque, sendo
destro, também chuta com força com a esquerda. Com apenas um pé sou mais fácil
de ser marcado. Na Itália, a defesa é coisa séria. Eles têm uma boa escola”.
A máscara de ‘Gladiador’
Paulo está em paz com as coisas
que perdeu e que não voltarão.
“Quando era pequeno, meus amigos da escola faziam longas excursões e eu
não podia ir por causa do futebol. Sofri, sim. Não por causa da discoteca, mas
pela despreocupação, pela ligeireza que você compartilha com seus companheiros
em uma idade em que você acha que não há nada que não possa ser adiado. Agora
eu sei que os sacrifícios são necessários, que devemos ter cuidado com a
alimentação, e que, no final, há recompensa. Mas também sei que o meu pai se
foi, que ele não me viu crescer e ganhar, e essa dor me ensina que é preciso
ter pressa. Por isso eu gostaria de ter filhos em breve. Assim eles terão mais
tempo para me conhecer e estar comigo”. Sua namorada, Antonella Cavalieri, vive
com ele desde a época de Palermo. “Ela faz com que eu não perca o controle.
Tê-la por perto significa que não procuro distrações por aí, que eu não me
deixo levar”.
Descobriu o Sul quando chegou a
Turim.
“Ao chegar ao norte, à Juventus,
percebi que há várias itálias diferentes.
Em Palermo eu morava em Mondello,
andava de bicicleta, ia à praia, os vizinhos cuidavam de mim embora tivesse
minha mãe, Alicia.
Para qualquer coisa que eu
precisasse, eles estavam lá.
Turim é elegante e discreta; te
deixa em paz.
Mas se você precisa de açúcar, é
inútil bater na porta do vizinho.
É melhor ir diretamente ao
supermercado.
Nós, argentinos, somos afetuosos,
precisamos da família, não nos assustam as pessoas em grupo.
Assim, esse caráter reservado me
pesa um pouco.
Aqui, quando vamos para o estádio
de ônibus, cada um coloca seu fone de ouvido e ouve suas músicas.
Na Argentina eu estava acostumado
com um aparelho gigantesco que fazia a música jorrar.
Estávamos todos no mesmo ritmo.
Talvez fossemos uns caipiras, mas
era divertido”.
Quando marca um gol, faz o gesto
da máscara.
“Nasceu de um erro, de um pênalti que perdi contra o Milan na final da
Supercopa, em Doha. Não foi um momento alegre. Pelo contrário, eu me senti
decepcionado, especialmente por mim mesmo, não conseguia me recompor. Quando
olhava para os outros, me sentia culpado. Então publiquei a frase de Michael
Jordan que diz que alcançou o sucesso porque falhou mil vezes na vida. A
máscara é a de Gladiador, um filme que vi 30 vezes. Na vida você tem de voltar
a se levantar e lutar, mas também entender que há guerras inúteis. No jogo das
comparações, me comparam com Messi, mas eu não tenho de evitá-lo. Ele já fez;
eu estou fazendo. Na seleção, quero ganhar com Messi, não no lugar dele. O jogo
é estarmos juntos, nunca perder ninguém”.
Mexicano Diego Polino encerra o Ironman de Lanzarote fazendo maratona
de costas em cinco horas
Por Carlos Arribas de Madrid para o El País
Diego Polino sempre foi um bicho
esquisito.
Cresceu praticando esporte e
acostumado a chamar a atenção para si mesmo involuntariamente.
O mexicano (de Guadalajara,
Jalisco, como o campeão Chivas, a tequila e o mariachi) é um atleta de alto
nível que nunca correu como os outros. Tampouco viu a vida da mesma maneira.
Desde pequeno, sempre praticou a
marcha atlética em bom nível ao lado de alguns outros que tornaram o México uma
das grandes potências mundiais nessa modalidade.
Ao completar 20 anos de idade,
deixou o atletismo e o esporte para ser um produtor a mais no sistema.
Abriu negócios com amigos e,
chegando aos 30 anos, respondeu às dúvidas normais de mudança de década (quem
sou? O que estou fazendo da vida? O que quero fazer? Será só o trabalho e mais
nada?) retornando ao esporte.
“Sem abandonar o meu trabalho, retomei a prática de forma planejada,
quase em nível de alto rendimento”, conta Polino, de 31 anos. “Comecei correndo
como todo mundo, mas um dia, de brincadeira, tive a ideia de correr para trás.
Pouco depois, fiquei sabendo não só que essa forma de correr de costas era
praticada por mais pessoas, mas também que havia uma federação específica que
organizava um campeonato disso na Inglaterra”.
Correndo de costas nos parques de
Guadalajara, Diego Polino ouvia de tudo das pessoas que o viam e que cobravam
dele que corresse como todo mundo.
Hoje, quando aparece correndo de
costas (os praticantes dessa modalidade a chamam de retrorunning e a consideram
quase uma religião), as pessoas que o veem virando-se vez por outra para ver o
que há atrás ou olhando para o alto para identificar os postes de luz ou as
linhas do caminho - orientando-se também pelos gritos dos que dividem a rua com
ele - também o chamam de maluco.
“No mundo há 28.000 retrorunners registrados, mas em Guadalajara eu sou
o único a fazer isso, e é normal que chame a atenção das pessoas, que elas me
chamem de maluco. Mas elas também me estimulam e me aplaudem”, conta o
atleta, que dez dias atrás enfrentou com sucesso o maior desafio de sua vida.
Ele participou do Ironman de
Lanzarote (Espanha) e foi até o final.
Nadou os 3.900 metros em pouco
mais de uma hora e meia; consumiu sete horas em bicicleta para percorrer 180
quilômetros e fez a maratona que encerra a prova em 4h 52 min, de costas, vendo
os demais atletas se aproximarem dele de frente.
“Da próxima vez talvez eu faça o nado de costas também, olhando para o
céu, já me sugeriram isso, mas só o farei se vir que haverá vantagens nisso”.
Sem ter introduzido mais essa
extravagância em seu repertório, Polino concluiu a prova em um total de quase
14 horas, cinco horas e meia a mais do que o campeão, o belga Bart Aernouts (8h
34m 13s).
Mas não foi o último colocado, e
sim o 918º de um total de 1.338 que chegaram até o final, registrando um tempo
de três horas a menos do que o último colocado.
“Corri com cuidado, fazendo um quilômetro a cada sete minutos, porque o
circuito era aberto e tinha gente passeando distraidamente, e a corrida era
pela orla, junto ao mar e eu não podia me desviar. Mas em 10.000 eu tenho uma
marca de 45 minutos, fazendo um quilômetro a cada 4m 30s, quase a velocidade da
marcha”, diz Polino, que, como todos os seus demais praticantes, assume
ares de missioneiro da modalidade.
O atleta mexicano menciona várias
vantagens fisiológicas proporcionadas pela corrida de costas.
São supostos benefícios, ainda
não comprovados cientificamente, como o impacto menor sobre as articulações e
um aumento de 30% a 40% na quantidade de calorias queimadas no exercício.
“Eu adquiro menos lesões e tenho menos dores do que quando corria do
jeito normal”, argumenta.
Mais difíceis de negar são as
vantagens de ordem psicológica, as sensações subjetivas trazidas pelo fato de
se ver a vida pelo avesso.
A primeira é de se sentir bem
consigo próprio, essencialmente.
“Correndo desse jeito, eu vejo os outros vindo em minha direção de
frente”, diz.
“Vejo o mundo de forma diferente. Tudo ao avesso. Quando andamos pela
vida, deixamos tudo para trás, e nem sempre, na vida, o futuro está diante de
nós. Correndo assim, eu avanço sem perder a perspectiva, vendo sempre de onde
eu venho e aquilo que já vi. Não esqueço daquilo que sou”.
Os pênaltis, o sofrimento e a glória de quem chegou pela primeira vez
aos Jogos Gerais da UFRN
Por Ana Clara Dantas (na foto, sentada com um sorriso imenso de felicidade), jornalista, comentarista do Universidade do
Esporte da 88,9 – FM Universitária e do TVU Esporte da TV Universitária...
Aninha não esconde de ninguém sua paixão incondicional pelo Pianinho
FC.
O torcedor do Pianinho é um
apaixonado.
É meio adolescente, desesperado,
aflito.
Parece que a gente vai morrer ou
é o mundo que vai acabar de vez.
Mas basta uma bola roubada e um
gol no último minuto para nos lembrar que estamos vivos.
Bem vivos.
O corpo torna-se puro reflexo da
emoção que toma conta da alma.
E a gente desafia a torcida
rival, a perna cansada e até mesmo a lógica.
Se existem Deuses do futebol,
eles pararam na tarde do último domingo para ver Pianinho 3 x 3 Sociolombra.
Quem esteve no Ginásio sabe que o
clima era diferente desde os primeiros minutos.
Era uma Pianinho que sabia
sofrer, sabe-se lá porquê, mas o time estava intenso, mordido.
Não era o nervosismo de quem pode
colocar tudo a perder, era a vontade de quem leva pras quadras e campos o mesmo
espírito de luta com que toca a própria vida.
E o futebol, tantas vezes
metáfora da vida, nos ensina que não dá pra começar ganhando sempre.
Gol da Sociolombra.
E agora?
Mais uma derrota!
Por que, meu Deus?
O torcedor sofre, reza, quase
entra em campo.
Até que Tiago iguala o placar.
E como um alento pro sofrimento
que ainda viria, Negueba, com sua costumeira classe, vira o jogo.
Tá tudo muito fácil…
O Pianinho não é assim!
Depois só dá Sociolombra.
A torcida empurra o time da
sociologia.
Eliabe, solitário como são todos
os goleiros, salva o que pode.
Mas, como é ingrata essa
profissão.
Alguns segundos e tudo muda.
A Sociolombra não só empata, como
vira o jogo.
É hora de quem tem fé acionar
seus Deuses e quem não têm, confiar na sorte, porque ela parece premiar as
histórias mais bonitas.
Eu juro que aquela quadra parecia
ter quinhentos metros.
Do primeiro toque de Kieza até o
chute no gol, o mundo parou um pouco.
Parou porque havia um coração
incrédulo, mas consciente de que aquela história não pararia por ali.
E quando Kieza contar sobre esse
dia para os filhos, o gol parecerá sempre mais bonito.
Se o gol é o clímax do futebol, a
disputa de pênaltis é desfecho dramático digno de tragédia grega.
Começa com um medo absurdo, mas
depois não nos resta mais nada além de acreditar.
Acreditar em Kieza e seu
oportunismo de artilheiro, em Hildo e sua capacidade de se reinventar, em
Negueba e o talento de um garoto que parece jogar bola há quinhentos anos.
Acreditar na liderança de
Rodolpho, na garra de Tiago, na segurança de Vitor e na calma de Dênis.
Defender o time numa disputa de
pênaltis é carregar um piano nas costas.
Mas Hugo está concentrado,
abandonado na meta vazia, entregue ao destino.
Ensaia uma reza e até eu que
nunca fui religiosa faço minhas preces.
E olha, Hugo, parece que alguma
força maior nos ouviu.
Você foi atrás de cada chute e
cada bola parecia te procurar.
Acabou.
Ou melhor, começou.
Começou a história do Pianinho
nos Jogos Gerais da UFRN.
E a classificação veio com a cara
do time.
O retrato de quem já apanhou
muito, mas é teimoso e cisma em continuar.
Antes dos Gerais ainda tem a
final do CCHLA contra a Barca, nosso maior adversário.
Dia desses eu ouvi a frase
“Grandes homens não nascem grandes, mas tornam-se grandes”.
Talvez ela resuma
bem o que é o Pianinho: um time que se torna maior a cada jogo.
Por Oscar Cowley, repórte do Universidade do
Esporte da 88,9 – FM Universitária
Jogadores
como Totti são difíceis de encontrar.
Não só
pela capacidade técnica, mas principalmente pela lealdade e fidelidade a seu
clube do coração. São peças muito valiosas que com o passar do tempo tendem a
ficar cada vez mais raras.
Afinal,
hoje em dia quem é que pode se dar ao luxo de recusar 100 milhões dos times
mais poderosos da Europa?
Ídolos que
viram lendas pela entrega e paixão demonstradas por uma única camisa.
Frutos da
base tantas vezes desvalorizada pela chegada de novos concorrentes de fora que
nada sabem das histórias e batalhas que o clube já travou.
Os mesmo
que choram como se fossem torcedores nas derrotas mais difíceis e lutam até a
última gota de sangue contra o eterno rival.
Pois, só
quem é da casa consegue entender a dor de perder o clássico da cidade.
Neste
último final de semana, a Roma se despediu do seu último imperador.
Depois de
25 temporadas, Francesco Totti vestiu pela última vez a elástica vermelha
contra o Génova na vitória por 3 a 2 que certificou a segunda colocação no
campeonato italiano.
E, como
todas as despedidas, esta não foi menos dolorosa.
“Já está. O momento chegou”
Como uma
criança obrigada a ler uma redação na frente da turma, Totti pegou a carta (com
a raiva de quem não queria ir embora do recreio) que faria 65 mil pessoas
derramarem as lágrimas no Estádio Olímpico de Roma.
“Eu queria
começar do final – do adeus – porque eu não sei se serei capaz de ler estas
linhas.”
Antes,
Daniele de Rossi, agora capitão do time da Roma, tratava de segurar o choro
(evitando olhar para os olhos de Totti) ao entregar uma bandeja metálica
contendo os agradecimentos de cada um dos jogadores do clube.
Outros,
como El Shaarawy, não conseguiram se controlar.
“Ao longo dos
anos, eu tentei me expressar através de meus pés, que tornaram tudo mais
simples para mim desde que eu era uma criança.”
Se
movimentando no centro do campo como se do vestiário se tratasse e os
torcedores fossem seus companheiros prestes a entrar em campo para uma grande
final, o capitão tentava conter a emoção.
“Em certo ponto da vida, você
cresce – é o que me disseram e o que o tempo decidiu. Maldito tempo.”
A essa
altura, as câmeras já mostravam diversos rostos contorcidos de lágrimas nas arquibancadas
assim que conquistas antigas foram lembradas.
“Voltando
a 17 de junho de 2001, tudo o que queríamos era o tempo passando um pouco mais
rápido.Não podíamos esperar para ouvir
o apito final.Eu continuo me arrepiando agora quando penso
de volta nisso.”
Para trás o craque
deixava na lembrança dos romanistas nada menos do que 785 jogos, nos quais
anotou 307 gols e deu 197 assistências.
“Eu
quero dedicar esta carta a todos vocês – a todas as crianças que me apoiaram.Às crianças de ontem, que cresceram e se tornaram pais, e às
crianças de hoje, que talvez gritem ‘Tottigol’.”
E à frente, um mar
de incertezas...
“Desta vez, eu
não posso ver como o futuro se parece além dos buracos da rede.”
Porém, havia uma
única certeza absoluta nessa história...
“Ter nascido
romano e romanista é um privilégio.”
E assim, num último esforço o capitão juntou
as forças necessárias para fazer uma última declaração àqueles que sempre o
apoiaram nos bons e maus momentos.
“Agora, eu descerei
as escadas e entrarei nos vestiários que me acolheram quando criança e que
agora deixo como um homem.Sou orgulhoso e feliz por ter dado a
vocês 28 anos de amor.Eu
amo vocês.”
O SKA Khabarovsk foi a terceira
equipe a se classificar para a Primeira Divisão da Rússia...
A primeira foi o Dynamo Moscou,
que caiu ano passado e a segunda foi o Tosno, equipe da região de São
Petersburgo.
Mas, e daí?
Daí que Khabarovsk está
localizada a leste da Rússia...
Para ser mais exato, na costa do
Pacífico, à 30 quilômetros da fronteira com a China.
Só para se ter uma ideia, o Zenit
de São Petersburgo quando for visitar a cidade em um dos turnos, precisará voar
10 horas e 10 minutos para percorrer os 8.855 km que separam as duas cidades...
Se você for um torcedor fanático
do Zenit ou do SKA e quiser assistir sua equipe na casa do adversário, mas tiver
medo de voar, prepare-se para enfrentar 112 horas de carro ou 6 dias e 8 horas
se for de ônibus.
Adversário mais “próximo”, o Ural
Ecaterimburgo fica a 6,5 mil quilômetros – 2 mil km a mais que Pelotas-Fortaleza,
a maior distância das duas principais divisões do Brasil...
Porém, o SKA, na Segunda Divisão
enfrentou distância maior ao jogar contra o Baltika Kaliningrado – foram 9 mil
km.
Copa do Nordeste copia Champions, conquista torcedores e turbina cofres dos marginalizados pela CBF
Por Guilherme Padin de São Paulo para o El País
Foram 40.738 pagantes na Fonte Nova, um dos 12 estádios da última Copa do Mundo, protagonizando uma festa digna de grandes competições internacionais.
A decisão da Copa do Nordeste, na última quarta-feira, teve os dois maiores e mais vencedores clubes da região, Bahia e Sport, em mais um embate histórico.
Aqueles que estiveram presentes na final foram coroados com um presente do atacante Edigar Junior, autor do sublime gol da vitória por 1 a 0 e do título do Tricolor Baiano, após um empate por 1 x 1 no jogo de ida.
O ambiente, o enredo e o desfecho da noite em Salvador foram mais uma prova do recente crescimento do torneio regional de maior êxito no Brasil.
O chamado Nordestão, intermitente por questões jurídicas e políticas, começou em 1994, e chegou, neste ano, à sua 14ª edição, com o Bahia sagrando-se campeão pela terceira vez.
Desta vez, num torneio mais consolidado e estruturado, superando os estaduais da região nos estádios, audiência e faturamento para os clubes.
"É a bandeira de autoafirmação para um povo que geralmente é ignorado, inclusive no futebol", disse Bruno Formiga, comentarista dos canais Esporte Interativo, que detêm os direitos de transmissão da competição desde seu retorno, em 2013.
A emissora transmite todas as partidas do campeonato para todo o país, e as divide com a Globo, que, na tevê aberta, mostra um jogo por rodada no Nordeste.
Com uma média de 5.973 pagantes por jogo em 2017, superou, neste quesito, a todos os estaduais, com exceção ao Campeonato Paulista, que teve 9.768 por partida.
O Paulistão, porém, conta com cinco clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, sendo três deles Palmeiras, São Paulo e Corinthians, donos dos melhores públicos do país.
“ (Os públicos da Copa do Nordeste) são bem maiores que os estaduais da região. Isso é ótimo para os clubes”, diz Diego Cerri, gerente de futebol do Bahia.
Em um torneio que conta com quatro estádios do Mundial de 2014 - Castelão, em Fortaleza, Arena das Dunas, em Natal, Arena Pernambuco, em Recife, e Fonte Nova -, ter uma competição que movimente bons públicos nos estádios é de suma importância para que estes não se tornem elefantes brancos.
"Ela (a Copa do Nordeste) é um sopro financeiro para os clubes e para a região. O Nordeste, tratado como Mundo Árabe, que veem como 'é tudo a mesma coisa', ganha exposição e visibilidade", analisa Formiga.
Como as principais razões para a consolidação do torneio, estão, segundo o jornalista cearense, "a soma de um produto bem-acabado e organizado a uma realidade de outros pessimamente acabados, como são os estaduais."
Cerri e Alexandre Faria, executivo de futebol do Sport, veem a Lampions League, como é chamada a competição, em uma mistura de Champions League e cangaço, como "a mais importante do Nordeste no primeiro semestre", perdendo apenas para o Brasileirão, se considerada toda a temporada.
Dirigentes de clubes de um escalão abaixo dos pertencentes ao G12, Alexandre e Diego acreditam que as cotas da Série A deveriam ser divididas de forma mais igualitária.
“É um desafio muito grande. Nós (clubes de menor poderio financeiro) temos que usar a criatividade para tentar igualar aos times do eixo ‘Rio-São Paulo-Minas-Rio Grande do Sul. É necessário mais equilíbrio’”, considera Faria.
Cerre analisa que “quanto mais parelhas financeiramente, melhor para a competição. Fica mais atrativo. Aqui (na Copa do Nordeste) isso é feito de forma mais igualitária. ”
Frequentes ações de marketing e consolidação de marca da Copa do Nordeste são parte do sucesso nos últimos quatro anos, período do retorno da competição.
Inspirado na Champions, o campeonato tem eventos de sorteio para as fases de grupos; música própria - ela foi rearranjada pelo maestro Eduardo Souto Neto, compositor do Tema da Vitória, conhecido nacionalmente nos triunfos de Ayrton Senna -; bola específica, a Asa Branca, nome escolhido pelo público em uma enquete pela internet; o ‘Tour da Taça’, quando o troféu da Copa - a "orelhuda", como é chamada por se parecer com sua xará europeia, possui nove anéis, em alusão ao número de estados da região - passa pelas grandes cidades participantes; e, por fim, mas não menos importante, Zeca Brito, um animado e divertido mascote que marca presença em todos os principais jogos e cerimônias do torneio.
Esses trabalhos são organizados e realizados, na maioria das vezes, pelo Esporte Interativo, emissora pertencente ao grupo norte-americano Turner, que decidiu apostar no torneio regional em 2013, quando voltava ao calendário brasileiro e ainda não possuía a mesma dimensão dos dias atuais.
A bonita festa na Fonte Nova, minutos antes do início da decisão.
Para Faria, executivo do clube recifense, "a importância dada pelos grandes times nordestinos ao torneio faz com que ele se consolide cada vez mais; e, assim, é bom para os menores, que usam a copa como vitrine para venderem seus talentos e se estabilizarem.
Essa visibilidade ajuda a minimizar as diferenças entre as equipes participantes do torneio."
Diego Cerri completa: “Há também um valor simbólico e emblemático, pois é um orgulho para todos os nordestinos. E, além disso, tem essa disputa sadia sobre quem será o vencedor da região a cada ano. Mexe muito com os torcedores. ”
Desde sua criação, a Copa do Nordeste foi considerada como o mais importante torneio regional para o povo nordestino, e também era bem recebida pelos clubes, já que também era - e ainda é - rentável para os envolvidos.
Na edição de 2017, rendeu, como premiação, mais de R$ 18 milhões.
Na próxima, o valor deve alcançar R$ 23 milhões.
Em proporção, cada jogo do torneio vale dinheiro para os clubes que partidas da Série B do Campeonato Brasileiro.
Ademais, o formato de decisões no mata-mata e o embate entre grandes clubes locais, como Bahia, Vitória, Sport, Santa Cruz e Ceará, são dois dos principais ingredientes da receita de uma competição que tem estimulado as torcidas locais.
O retorno da Copa do Nordeste
Por questões políticas e de calendário, a Copa do Nordeste foi extinta pela CBF em 2003.
Em 2010, a Liga do Nordeste, então presidida por Eduardo Rocha e composta pelos principais clubes da região, decidiu pôr fim à pausa de seis anos e reviver a competição.
Atual presidente da Liga, Alexi Portela explicou ao EL PAÍS o porquê de sua nova interrupção, que criou um hiato entre 2010 e 2013, quando voltou a ser disputada:
“O Eduardo [Rocha] me chamou para ajudá-lo a montar essa competição. Precisávamos fazer tudo direito, e, para alinhar a organização da Copa com o calendário, as federações e a CBF, tivemos de parar por dois anos. Esse tempo foi bom, o suficiente. Conseguimos fazer um torneio atrativo e rentável para clubes e torcida.... Para todo o Nordeste. ”
Assim, em 2013, a Copa do Nordeste voltou, desta vez com o apoio do Esporte Interativo.
Portela conta que a parcela de importância da emissora foi “muito grande, pois ninguém mais além deles (Esporte Interativo) acreditou na competição. Não conseguimos de mais ninguém o apoio que nos deram. Bancaram uma competição que estava desacreditada. Não tínhamos expertise, então se responsabilizaram, além das transmissões, pelas ações de marketing e consolidação da marca que se tornou a Copa do Nordeste. ”
Estaduais perdem força?
Somado ao enxuto calendário brasileiro, o crescimento da Copa do Nordeste pode afetar os estaduais da região.
Para Formiga, “é normal que presidentes das federações se incomodem pela perda de força dos estaduais, mas, sendo produtos mal organizados e mal-acabados, isso já era uma tendência. ”
Faria, executivo do Sport, acredita que “o caminho ideal para isso seria enxugar os estaduais e deixá-los mais curtos e atrativos”.
Portela, presidente da Liga do Nordeste, também afirma que “os estaduais deveriam ser menores”, mas não acredita que a existência do torneio regional os afete, “pois, uma boa atuação nos estaduais pode dar vaga na Copa do Nordeste, o que quer dizer que os clubes ganham um atrativo a mais. ”
Aqui vai mais um quadro independente do programa “Universidade do Esporte” da 88,9 – FM Universitária da Universidade Federal do Rio Grande do Norte...
O “Toca Pra Mim”.
A ideia é bem simples...
Como curtimos esporte e amamos o futebol, resolvemos acatar a sugestão da jornalista e comentarista do programa, Ana Clara Dantas.
Aninha queria criar um quadro onde as torcidas fossem homenageadas...
E a melhor forma de fazer isso era cantando os hinos dos clubes.
Foi assim que nasceu o “Toca Pra Mim”...
Hoje homenageamos o América do Rio de Janeiro.
A partir da agora...
Toda semana nos vamos tocar para você.
Toca Pra Mim
Produção e cenário: Ana Clara Dantas
Imagens: Camilla Martins
Edição: Suerllen Marinho
Colaboração: Edmo Nathan (é ele quem faz a divulgação junto às assessorias dos clubes homenageados)
"Hoje, chegou o tempo de
bater no meu ombro e dizer: 'Devemos crescer, amanhã será grande, tirar o
calção e as chuteiras, porque a partir de hoje sou um homem que não poderei
mais sentir o cheiro da grama tão de perto, o sol no rosto enquanto corro
contra a defesa adversária, a adrenalina que costuma te dar satisfação."
"Nasci romano e ser
romanista é um privilégio. Ser capitão desta equipe foi uma honra. Desta vez,
desço as escadas, entro no vestiário que me acolheu quando era menino e que
deixo agora, que sou um homem. Sou orgulhoso e feliz por ter dado 28 anos de amor.
”
Francesco Totti, 40 anos, capitão
e camisa 10 da AS Roma.