Imagem: Mateus Biston/Universidade do Esporte
Tarde em
branco e preto
Por Pedro
Henrique Brandão Lopes/Universidade do Esporte
Em partida de
pouca criatividade, ABC e Ceará empataram sem gols e o sinal de alerta foi
aceso no lado cearense, enquanto o lado abecedista saiu do primeiro teste sem
Wallyson com alguns pontos positivos para celebrar
Não foi
exatamente o entretenimento que uma tarde de sábado poderia proporcionar.
O natalense
que preferiu as praias ou as salas de cinema aproveitou muito melhor a folga do
quem decidiu ir à Arena das Dunas apoiar o ABC em partida difícil contra o
Ceará, pela terceira rodada da Copa do Nordeste.
Os primeiros
minutos de bola rolando deram a impressão de que seria um bom jogo ou pelo
menos que haveria movimentação.
Durante os
primeiros 20 minutos, o ABC conseguiu ser melhor que o Alvinegro cearense e
esteve muito próximo de abrir o placar com Igor Goularte em chute de longe que
Fernando Prass deu rebote para o meio da área e próprio Goularte cabeceou fraco
nas mãos do goleiro.
Quando o ABC
era melhor e se aproxima do gol, o Ceará lembrou que é um time de Série A e
decidiu jogar.
Em poucos
minutos identificou por onde escapava o ABC, neutralizou os principais
jogadores e dominou o jogo.
Argel Fucks
não teve problemas para entender que Igor Goularte era o jogador mais agudo do
ABC e jogava nas costas de Samuel Xavier; além dele, Berguinho era o outro
diferencial dos donos da casa.
Para o
primeiro problema de Argel, Francisco Diá tratou de dar uma solução: trocou
Igor Goularte de lado e o camisa 9 foi anulado por Bruno Pacheco,
lateral-esquerdo cearense.
Berguinho
deixou de ser problema ao ser encaixotado na marcação de Charles e William
Oliveira.
Pronto, como
num passe de mágica o ABC parou em campo.
Para piorar,
o Ceará, ao invés de aproveitar a paralisia abecedista, não se importou em
jogar ofensivamente e passou o resto do primeiro tempo enrolando para chegar o
intervalo.
Mesmo assim,
antes do fim dos primeiros 45 minutos, o Ceará conseguiu superar o ABC em
número de finalizações.
Foram três do
time de Argel contra apenas duas do time de Diá.
Pura
monotonia.
Uma boa parte
dessa monotonia se deve à ausência de Wallyson, isso não implica dizer que o
lesionado camisa 11 seria o salvador da pátria, mas seria, com certeza, mais
uma dor de cabeça para Argel.
Muito menos
pela ausência de seu principal jogador em 2020, o ABC sofreu muito mais por
quem o substituiu.
Erivan foi
muito mal na oportunidade que teve se escondeu do jogo e esvaziou o ataque
alvinegro.
Núbio Flávio
entrou na segunda etapa, mas mudou pouco ou em nada a situação.
Substituir
Wallyson é tarefa de suma importância para as pretensões do ABC no ano.
O
lateral-esquerdo Bruno foi outro que não fez boa partida.
Claramente
fora de forma, teve muita dificuldade para acompanhar o ritmo da partida e no
final da primeira etapa quase não se movimentava.
Foi
substituído no intervalo após ser advertido com cartão amarelo e, segundo
Francisco Diá em sua coletiva pós-jogo, por ter sofrido um estiramento
muscular.
De qualquer
forma, Bruno não foi nada bem.
Vinícius
Paulista foi improvisado na lateral e a defesa abecedista que já era pesada,
ficou ainda mais.
Na segunda
etapa, o Ceará tomou de vez as rédeas do jogo.
Porém em
momento algum conseguiu pressionar o ABC.
Igor Goularte
voltou a jogar em cima de Samuel Xavier e levou vantagem mais uma vez, porém
sem produzir perigo pela falta de companhia no ataque e porque Argel avançou
seu lateral para jogar nas costas de Vinícius Paulista, o que forçou Igor a
reforçar a cobertura do setor.
A confusa
arbitragem comanda por Diego da Silva, esticou o jogo até os 51 minutos e
visivelmente nem os jogadores e nem os 5.502 pagantes não mais suportavam o
jogo insosso e sem emoção que poderia ter sido facilmente trocado por um
cochilo ou qualquer outra coisa mais produtiva.
Pelo lado
Ceará, a sequência de 10 partidas sem vitória, interrompida apenas no 1 a 0
contra o Pacajus, volta a assombrar, principalmente, porque agora o time de
Argel terá outro compromisso fora de casa, mas pela Copa do Brasil.
O sinal
amarelo está piscando e o treinador pode ter a passagem abreviada pelo time da
capital cearense.
Para o ABC,
porém, o teste não era dos mais fáceis.
Enfrentar um
time de Série A, com jogadores cascudos como Fernando Prass e Rafael Sobis e
ainda não poder contar com seu principal jogador.
Mesmo contra
as adversidades, o ABC conseguiu fazer um bom jogo que, claro, esbarra em suas
limitações técnicas, táticas e físicas, mas que deixa as atuações de Igor
Goularte e Cedric a serem celebradas, além de Felipe Manoel, o homem que faz o trabalho "sujo", silencioso e extremamente necessário ao ABC.