domingo, fevereiro 09, 2020

Copa do Nordeste: ABC e Ceará... Tarde em Preto e Branco.

Imagem: Mateus Biston/Universidade do Esporte

Tarde em branco e preto

Por Pedro Henrique Brandão Lopes/Universidade do Esporte

Em partida de pouca criatividade, ABC e Ceará empataram sem gols e o sinal de alerta foi aceso no lado cearense, enquanto o lado abecedista saiu do primeiro teste sem Wallyson com alguns pontos positivos para celebrar

Não foi exatamente o entretenimento que uma tarde de sábado poderia proporcionar.

O natalense que preferiu as praias ou as salas de cinema aproveitou muito melhor a folga do quem decidiu ir à Arena das Dunas apoiar o ABC em partida difícil contra o Ceará, pela terceira rodada da Copa do Nordeste.

Os primeiros minutos de bola rolando deram a impressão de que seria um bom jogo ou pelo menos que haveria movimentação.

Durante os primeiros 20 minutos, o ABC conseguiu ser melhor que o Alvinegro cearense e esteve muito próximo de abrir o placar com Igor Goularte em chute de longe que Fernando Prass deu rebote para o meio da área e próprio Goularte cabeceou fraco nas mãos do goleiro.

Quando o ABC era melhor e se aproxima do gol, o Ceará lembrou que é um time de Série A e decidiu jogar.

Em poucos minutos identificou por onde escapava o ABC, neutralizou os principais jogadores e dominou o jogo.

Argel Fucks não teve problemas para entender que Igor Goularte era o jogador mais agudo do ABC e jogava nas costas de Samuel Xavier; além dele, Berguinho era o outro diferencial dos donos da casa.

Para o primeiro problema de Argel, Francisco Diá tratou de dar uma solução: trocou Igor Goularte de lado e o camisa 9 foi anulado por Bruno Pacheco, lateral-esquerdo cearense.

Berguinho deixou de ser problema ao ser encaixotado na marcação de Charles e William Oliveira.

Pronto, como num passe de mágica o ABC parou em campo.

Para piorar, o Ceará, ao invés de aproveitar a paralisia abecedista, não se importou em jogar ofensivamente e passou o resto do primeiro tempo enrolando para chegar o intervalo.

Mesmo assim, antes do fim dos primeiros 45 minutos, o Ceará conseguiu superar o ABC em número de finalizações.

Foram três do time de Argel contra apenas duas do time de Diá.

Pura monotonia.

Uma boa parte dessa monotonia se deve à ausência de Wallyson, isso não implica dizer que o lesionado camisa 11 seria o salvador da pátria, mas seria, com certeza, mais uma dor de cabeça para Argel.

Muito menos pela ausência de seu principal jogador em 2020, o ABC sofreu muito mais por quem o substituiu.

Erivan foi muito mal na oportunidade que teve se escondeu do jogo e esvaziou o ataque alvinegro.

Núbio Flávio entrou na segunda etapa, mas mudou pouco ou em nada a situação.

Substituir Wallyson é tarefa de suma importância para as pretensões do ABC no ano.

O lateral-esquerdo Bruno foi outro que não fez boa partida.

Claramente fora de forma, teve muita dificuldade para acompanhar o ritmo da partida e no final da primeira etapa quase não se movimentava.

Foi substituído no intervalo após ser advertido com cartão amarelo e, segundo Francisco Diá em sua coletiva pós-jogo, por ter sofrido um estiramento muscular.

De qualquer forma, Bruno não foi nada bem.

Vinícius Paulista foi improvisado na lateral e a defesa abecedista que já era pesada, ficou ainda mais.

Na segunda etapa, o Ceará tomou de vez as rédeas do jogo.

Porém em momento algum conseguiu pressionar o ABC.

Igor Goularte voltou a jogar em cima de Samuel Xavier e levou vantagem mais uma vez, porém sem produzir perigo pela falta de companhia no ataque e porque Argel avançou seu lateral para jogar nas costas de Vinícius Paulista, o que forçou Igor a reforçar a cobertura do setor.

A confusa arbitragem comanda por Diego da Silva, esticou o jogo até os 51 minutos e visivelmente nem os jogadores e nem os 5.502 pagantes não mais suportavam o jogo insosso e sem emoção que poderia ter sido facilmente trocado por um cochilo ou qualquer outra coisa mais produtiva.

Pelo lado Ceará, a sequência de 10 partidas sem vitória, interrompida apenas no 1 a 0 contra o Pacajus, volta a assombrar, principalmente, porque agora o time de Argel terá outro compromisso fora de casa, mas pela Copa do Brasil.

O sinal amarelo está piscando e o treinador pode ter a passagem abreviada pelo time da capital cearense.

Para o ABC, porém, o teste não era dos mais fáceis.

Enfrentar um time de Série A, com jogadores cascudos como Fernando Prass e Rafael Sobis e ainda não poder contar com seu principal jogador.

Mesmo contra as adversidades, o ABC conseguiu fazer um bom jogo que, claro, esbarra em suas limitações técnicas, táticas e físicas, mas que deixa as atuações de Igor Goularte e Cedric a serem celebradas, além de Felipe Manoel, o homem que faz o trabalho "sujo", silencioso e extremamente necessário ao ABC.

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