Imagem: Gabriel Leite/Universidade do Esporte
ABC campeão
no embalo do “dois pra cá, dois pra lá”
Na noite
desta quarta-feira, ABC e América empataram em 2 a 2, no Frasqueirão.
O resultado
garantiu ao time de Francisco Diá o título da Copa Cidade do Natal e ampliou o
tabu americano sem vitórias no Clássico Rei em 2020
Pedro
Henrique Brandão Lopes
As fortes
chuvas que castigaram Natal causaram um caos na cidade justamente na data da
final do primeiro turno do Campeonato Potiguar.
Foi difícil
chegar ao Frasqueirão para acompanhar a decisão que colocou ABC e América
frente a frente pela terceira vez no ano, mas quem chegou ao estádio pôde ver
um bom jogo de futebol.
Nas outras
duas vezes em que se encontraram, o ABC saiu como vencedor e, no segundo jogo,
o triunfo alvinegro foi responsável pela demissão de Waguinho Dias.
Diferentemente
dos clássicos anteriores, apesar de movimentado, o jogo demorou a ganhar emoção
e o zero só saiu do placar com meia hora de bola rolando.
Para a final,
os dois treinadores tiveram novidades para estrear e tentaram surpreender o
adversário.
Enquanto Diá
aproveitou para lançar o recém chegado Paulo Sérgio, Roberto Fernandes colocou
o também estreante Felipe Cordeiro em campo.
Os dois
estreantes tiveram destinos opostos na partida.
Improvisado
como volante, o lateral Felipe Cordeiro foi mal, não se encaixou em nenhum
momento no esquema tático proposto por Roberto Fernandes e acabou fazendo uma
má exibição.
Desde os
primeiros minutos, Paulo Sérgio foi fundamental para a movimentação ofensiva do
Alvinegro e um dos principais responsáveis por o ABC estar, àquela altura,
melhor em campo.
Justamente
por essas incoerências que o futebol apresenta, o América abriu o placar quando
o ABC era melhor em campo.
Tanto que o
gol de Tiago Orobó foi também a primeira finalização alvirrubra na partida.
Antes, o ABC
já havia pressionado, dominou amplamente as ações ofensivas e João Paulo teve a
chance — a CHANCE — do jogo.
O camisa 10
recebeu cruzamento de Berguinho e finalizou de dentro da pequena área.
O goleiro
Ewerton fez espetacular defesa e no rebote o arqueiro ainda se desdobrou para
espalmar a pancada de fora da área de Cedric.
O ABC seguiu
melhor em campo mesmo atrás no placar.
A dupla João
Paulo e Berguinho era quem mais levava perigo a meta de Ewerton.
A discutível
escalação de Roberto Fernandes, sem dúvidas, fragilizou o América.
Conforme o
tempo passou, ficou mais evidente que a volta de Adriano Alves e as
improvisações de Lelê e Felipe Cordeiro eram erros graves.
Se o afinado
lado esquerdo do ataque abecedista fosse pressionar o lado direito da defesa
americana, o gol teria saído antes.
Na única vez
que Cedric, Berguinho e Paulo Sérgio mudaram de lado nos primeiros 45 minutos,
o gol de empate do Alvinegro aconteceu.
Na falha de
cobertura de André Krobel e Adriano Alves, a bola percorreu toda a extensão da
área americana e se ofereceu para Jailson que soltou o pé e empatou tudo no
primeiro tempo.
A surpresa
aconteceu no segundo tempo, logo no primeiro minuto de jogo, quando Lelê anotou
o segundo gol do América.
Roberto
Fernandes pareceu ter ficado satisfeito com a vitória parcial. Mas quando teve
a chance de arrumar seu time, o treinador parece ter errado mais uma vez.
As entradas
de Leandro Melo e Tico tiraram o poder de reação do América.
O recuo era
um chamado era claro.
Francisco Diá
entendeu e atendeu.
Núbio Flávio
e Igor Goularte foram a campo como resposta às substituições defensivas do
América.
A correria do
sangue novo na equipe, criou outra dificuldade ao América: o lado físico pesou.
Sem poder de criação, o Alvirrubro ficou limitado e cada vez mais pressionado
pelos donos da casa.
Até que aos
42 minutos da etapa final, o estreante Paulo Sérgio acertou um belíssimo chute
no ângulo, um golaço.
Como o empate
favorecia o ABC, o gol que decretou a igualdade no placar foi a deixa que
faltava para a torcida em preto e branco festejar, enquanto a alvirrubra ia
embora das arquibancadas do Maria Lamas Farache.
Por tudo o
que apresentou, o título foi justo para o time de Francisco Diá.
O treinador
soube arrumar seu time, venceu os dois primeiros clássicos do ano, conseguiu a
vantagem para jogar pelo empate na decisão de turno, foi dominante do início ao
fim nesta noite e, agora, segue para o segundo turno de tranquilidade.
Enquanto o
ABC tem a Copa Cidade do Natal para celebrar, o América precisa repensar
algumas coisas, dar tempo para Roberto Fernandes trabalhar e arrumar o time
para frear a próxima dança do ABC, que por enquanto, nos clássicos tem escolhido
a música.
Dessa vez foi
“dois pra lá, dois pra cá” e o grito de “é campeão!”.
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