quinta-feira, fevereiro 20, 2020

ABC campeão no embalo do “dois pra cá, dois pra lá”...

Imagem: Gabriel Leite/Universidade do Esporte

ABC campeão no embalo do “dois pra cá, dois pra lá”

Na noite desta quarta-feira, ABC e América empataram em 2 a 2, no Frasqueirão.

O resultado garantiu ao time de Francisco Diá o título da Copa Cidade do Natal e ampliou o tabu americano sem vitórias no Clássico Rei em 2020

Pedro Henrique Brandão Lopes

As fortes chuvas que castigaram Natal causaram um caos na cidade justamente na data da final do primeiro turno do Campeonato Potiguar.

Foi difícil chegar ao Frasqueirão para acompanhar a decisão que colocou ABC e América frente a frente pela terceira vez no ano, mas quem chegou ao estádio pôde ver um bom jogo de futebol.

Nas outras duas vezes em que se encontraram, o ABC saiu como vencedor e, no segundo jogo, o triunfo alvinegro foi responsável pela demissão de Waguinho Dias.

Diferentemente dos clássicos anteriores, apesar de movimentado, o jogo demorou a ganhar emoção e o zero só saiu do placar com meia hora de bola rolando.

Para a final, os dois treinadores tiveram novidades para estrear e tentaram surpreender o adversário.

Enquanto Diá aproveitou para lançar o recém chegado Paulo Sérgio, Roberto Fernandes colocou o também estreante Felipe Cordeiro em campo.

Os dois estreantes tiveram destinos opostos na partida.

Improvisado como volante, o lateral Felipe Cordeiro foi mal, não se encaixou em nenhum momento no esquema tático proposto por Roberto Fernandes e acabou fazendo uma má exibição.

Desde os primeiros minutos, Paulo Sérgio foi fundamental para a movimentação ofensiva do Alvinegro e um dos principais responsáveis por o ABC estar, àquela altura, melhor em campo.

Justamente por essas incoerências que o futebol apresenta, o América abriu o placar quando o ABC era melhor em campo.

Tanto que o gol de Tiago Orobó foi também a primeira finalização alvirrubra na partida.

Antes, o ABC já havia pressionado, dominou amplamente as ações ofensivas e João Paulo teve a chance — a CHANCE — do jogo.

O camisa 10 recebeu cruzamento de Berguinho e finalizou de dentro da pequena área.

O goleiro Ewerton fez espetacular defesa e no rebote o arqueiro ainda se desdobrou para espalmar a pancada de fora da área de Cedric.

O ABC seguiu melhor em campo mesmo atrás no placar.

A dupla João Paulo e Berguinho era quem mais levava perigo a meta de Ewerton.

A discutível escalação de Roberto Fernandes, sem dúvidas, fragilizou o América.

Conforme o tempo passou, ficou mais evidente que a volta de Adriano Alves e as improvisações de Lelê e Felipe Cordeiro eram erros graves.

Se o afinado lado esquerdo do ataque abecedista fosse pressionar o lado direito da defesa americana, o gol teria saído antes.

Na única vez que Cedric, Berguinho e Paulo Sérgio mudaram de lado nos primeiros 45 minutos, o gol de empate do Alvinegro aconteceu.

Na falha de cobertura de André Krobel e Adriano Alves, a bola percorreu toda a extensão da área americana e se ofereceu para Jailson que soltou o pé e empatou tudo no primeiro tempo.

A surpresa aconteceu no segundo tempo, logo no primeiro minuto de jogo, quando Lelê anotou o segundo gol do América.

Roberto Fernandes pareceu ter ficado satisfeito com a vitória parcial. Mas quando teve a chance de arrumar seu time, o treinador parece ter errado mais uma vez.

As entradas de Leandro Melo e Tico tiraram o poder de reação do América.

O recuo era um chamado era claro.

Francisco Diá entendeu e atendeu.

Núbio Flávio e Igor Goularte foram a campo como resposta às substituições defensivas do América.

A correria do sangue novo na equipe, criou outra dificuldade ao América: o lado físico pesou. Sem poder de criação, o Alvirrubro ficou limitado e cada vez mais pressionado pelos donos da casa.

Até que aos 42 minutos da etapa final, o estreante Paulo Sérgio acertou um belíssimo chute no ângulo, um golaço.

Como o empate favorecia o ABC, o gol que decretou a igualdade no placar foi a deixa que faltava para a torcida em preto e branco festejar, enquanto a alvirrubra ia embora das arquibancadas do Maria Lamas Farache.

Por tudo o que apresentou, o título foi justo para o time de Francisco Diá.

O treinador soube arrumar seu time, venceu os dois primeiros clássicos do ano, conseguiu a vantagem para jogar pelo empate na decisão de turno, foi dominante do início ao fim nesta noite e, agora, segue para o segundo turno de tranquilidade.

Enquanto o ABC tem a Copa Cidade do Natal para celebrar, o América precisa repensar algumas coisas, dar tempo para Roberto Fernandes trabalhar e arrumar o time para frear a próxima dança do ABC, que por enquanto, nos clássicos tem escolhido a música.

Dessa vez foi “dois pra lá, dois pra cá” e o grito de “é campeão!”.

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